Forças ocultas e erros primários podem ofuscar nova gestão Carlesse

Posted On Sexta, 07 Dezembro 2018 16:40
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Independente das investigações e supostos erros cometidos pelo governador Mauro Carlesse durante as eleições suplementares, no qual o governador interino estava em uma administração sem receita, engessada pela legislação eleitoral e sem planejamento, ainda assim, seria leviano colocar Mauro Carlesse como um destruidor do Tocantins

 

Por: Edson Rodrigues

 

Não estamos aqui para defender Mauro Carlesse, em momento algum estamos pregando a sua suposta santidade, mas também não é o diabo. Não podemos exigir que o Executivo cumpra neste momento todos os compromissos financeiros do Estado. É de conhecimento público a situação econômica do Tocantins que há anos vem sendo protelada.

 

Vale lembrarmos dos fornecedores, prestadores de serviços, repasses do Igeprev, contrapartida da alimentação e transporte escolar com atraso quando o governador assumiu a gestão. Carlesse herdou e tem hoje compromissos de gestões anteriores, contas não pagas por falta de recursos financeiros, orçamento, e um emaranhado de concessões praticados pelo Poder Executivo em parceria com o Legislativo. Homens e mulheres que agiram de forma irresponsável com o poder público estadual. Não cabe a nós identificarmos culpados, é um processo histórico, em que todos, com raríssimas exceções são responsáveis pelo atual cenário do Estado.

 

Dentre os inúmeros responsáveis, Mauro Carlesse também tem a sua parcela de culpa, pois enquanto presidente da Assembleia Legislativa, não buscou agilizar o empréstimo conseguido pelo governador Marcelo Miranda, junto ao Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para beneficiar os 139 municípios com diversas obras e construir a ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional. Mas esta responsabilidade deve ser tripartida com os demais deputados que eram oposição a Marcelo Miranda.

 

Fogo amigo: quanto pior, melhor!

Hoje, é notório que Carlesse sofre o que costumamos intitular de fogo amigo. O governador tem sido perseguido, e as denúncias tem se intensificado. O objetivo é claro: deixa-lo cada vez mais desgastado com a população tocantinense.

 

Mas nada disso é em defesa dos interesses sociais, há muita sujeira embaixo do tapete, de pessoas empenhadas em fazer do Estado uma terra arrasada, a governador um refém dos “salvadores da Pátria”. E enquanto isso, em que muita coisa ainda acontecerá, o Tocantins sangra na mídia nacional.

 

Entenda, a expressão amor pelo Tocantins, pelo povo, lê-se em busca de poder, dinheiro. Paralelamente as artimanhas de um grupo obstinado ao poder há os percalços e erros primários praticados por membros do governo, o que inflamam e desgasta a imagem do governador.

 

Caso Mauro Carlesse não se posicione de forma rígida e rápida, contra tudo que vem acontecendo e as armadilhas no qual tem sido vítima, corre o risco de assumir um segundo mandato debilitado, destruído, pois o fogo político avança.

 

A exemplo temos os casos dos ex-governadores Marcelo Miranda e Sandoval Cardoso que não sobreviveram politicamente por não ter ouvido os conselhos dos amigos, não se atentaram para as notícias veiculadas, e subestimou a capacidade dos adversários políticos.

 

Retaliação a Polícia Civil causa efeitos colaterais devastadores

O ato de exoneração de 12 delegados regionais da Polícia Civil publicado em novembro tem trazido inúmeros problemas ao Executivo. O Ministério Público (MPE) ingressou com ação nesta sexta-feira, 7, na Justiça para anular a portaria que dispensa os delegados.

Delegados falaram sobre apreensões durante entrevista coletiva — Foto: Mazim Aguiar/TV Anhanguera

 

O promotor Edson Azambuja alega que o ato trata-se de motivos torpes, que de forma dissimulada demonstra retaliação contra o trabalho desenvolvido pela polícia. O promotor destaca que a justificativa de redução de despesas é um argumento frágil diante do atual contexto, em que um dos delegados, Bruno Boaventura, era chefe de investigação que envolve membros do Executivo e Legislativo.

 

A Operação Expurgo deflagrada pela polícia, ou escândalo do lixo, como ficou conhecido envolve a família do deputado estadual Olyntho Neto e um assessor do governador Mauro Carlesse. O promotor alega que a economia, com a demissão destes delegados não chega a R$15 mil por mês.

 

Estado sangra e popularidade de Carlesse despenca

Não é positivo em nenhum aspecto pra o Tocantins ser destaque na mídia nacional, como vem ocorrendo, uma vez que todas as notícias trata-se de desencadeamentos do escândalo do lixo. Entramos feridos em uma nova era do País, com a gestão de Jair Bolsonaro, e neste momento não se comenta outra coisa nos segmentos da sociedade, a não ser o Estados nos holofotes nacional diante dos últimos fatos que vieram a público desde novembro.

 

Isso é péssimo de modo geral, e cabe ao executivo estancar este sangramento. A imprensa local com muito profissionalismo vem cobrindo os fatos do dia a dia, somando-se a isso outros ataques que a gestão vem sofrendo, os resultados são devastadores. Há pouco mais de 20 dias para iniciar seu novo mandato, Carlesse precisa evitar a chegada destes problemas a sua gestão, pois caso perpasse os resultados são incalculáveis.

 

Ronaldo Dimas e Gerônimo Cardoso serão os próximos alvos

De acordo com uma fonte fidedigna, uma ação judicial será impetrada contra o combatente jornalista de Araguaína, Gerônimo Cardoso que tem contrariado os interesses políticos e financeiros de grupos com a veiculação de reportagens que trazem denúncias que contrariam alguns interesses. “É preciso dá um susto, um chega pra lá neste rapaz”, disse a fonte. A ação está por dar entrada na próxima semana.

 

O prefeito Ronaldo Dimas também não ficou de fora. São denúncias muito fortes que por sua vez deixará a imagem política do gestor negativa junto à opinião pública. As acusações destacam atos não republicanos praticados por Dimas nos bastidores da sua administração.

 

Ao que tudo indica, esta perseguição pode acontecer em Araguaína, devido às eleições municipais de 2020. Basta saber se as possíveis denúncias que estão por vir são invenções ou fatos.

 

Aguardemos os próximos capítulos desta história.