As pesquisas de intenção de votos que já rodaram nas mãos da imprensa tocantinense trouxeram notícias nada animadoras para a maioria dos atuais deputados estaduais, com exceção dos que mostraram algum trabalho, conquistaram a simpatia dos eleitores e a satisfação dos que os escolheram como representantes.
Por Edson Rodrigues
As questões abertas das pesquisas, aquelas que trazem respostas diferentes de “sim” ou “não”, podem corresponder a resultados destruidores de sonhos em dois de outubro.
“Nestas eleições você votará novamente no mesmo candidato a deputado estadual?”: 78% responderam que não. 12% não votarão em ninguém, 2% não souberam responder e apenas 8% responderam “sim”.
“Você sabe o que o seu representante na Assembleia Legislativa fez de bom para o seu município ou para o Estado, durante o atual mandato?”: 90,54% responderam “não”.
“Você já sabe em quem votará para deputado estadual em dois de outubro?”: 30% responderam que sim, 2% não souberam responder e 8% não votarão em ninguém e 60% responderam que não.
Esses resultados são uma média das pesquisas às quais o Observatório Político de O Paralelo 13 teve acesso neste processo pré-eleitoral e, podemos afirmar que as diferenças entre cada amostragem são mínimas.
As regiões que demonstram o maior número de eleitores indecisos são o Sudeste e a região metropolitana de Gurupi.
TEM COMO REVERTER?
Agora sem as bênçãos do Diário Oficial do Estado para nomeação de apadrinhados e chefetes regionais, sem poder exonerar adversários, sem as emendas impositivas e, muito menos, sem a participação papagaial nas inaugurações de obras, a tendência é que os deputados estaduais percam prestígio e tenham suas imagens públicas ofuscadas, passando a ser meras moedas de troca.
Logo, a resposta se tem como reverter o resultado das pesquisas é “não”!
MATA-MATA
Baseado nos nomes apresentados nas nominatas de chapas proporcionais apresentadas até agora e, de acordo com as regras eleitorais definidas para as eleições de outubro, o quociente para se alcançar uma vaga no parlamento estadual é altíssimo, acima dos 40 mil votos. A presença de nomes de bom quilate, como o ex-governador Marcelo Miranda e as chapinhas, repletas de nomes que buscam um primeiro mandato, podemos afirmar que os nove deputados estaduais filiados ao Republicanos, do governador Wanderlei Barbosa, conseguirão reeleger, no máximo, quatro deles, talvez puxando mais um com a “sobra” de votos.
Vale ressaltar que as novas regras eleitorais são claras e cristalinas e o candidato que não obtiver, pelo menos, 20% dos votos válidos, fica de fora do aproveitamento da sobra de votos. Essa regra evita, de vez, que candidatos considerados “puxadores de votos” acabem forçando a eleição de outros sem qualquer representatividade política, o famoso “efeito Tiririca”.
Com essa nova regra, a disputa interna no Republicanos será no estilo “mata-mata”, ou seja, cada um será obrigado a torcer pelo fracasso do companheiro para que possa se eleger e garantir sua sobrevivência.
QUEM NÃO SE COMUNICA...
Como dizia o mais carismático dos comunicadores que o Brasil já teve, o saudoso Abelardo Barbosa, o Chacrinha: “quem não se comunica, se trumbica”.
Pois é chagada a hora em que os deputados estaduais do Tocantins vão pagar um preço caro demais pela falta de investimento próprio em uma assessoria de comunicação profissional, por não terem em suas equipes, pessoas responsáveis por divulgar suas ações em suas bases, suas emendas impositivas, para onde foram, o que trouxeram em benefício da população dos municípios que os apoiaram e elegeram. Por que cargas d’água esnobaram os veículos de comunicação de maior credibilidade e influência junto à opinião pública?
Será que valeu a pena prestigiar apenas os prefeitos dos municípios de suas bases eleitorais, os vereadores os chefetes que se dizem líderes disso ou daquilo, e deixar a população, que é que efetivamente vota, sem saber de seus feitos – se é que tiveram algum?
Pois é. Esse tipo de parlamentar será o mais punido pela nova legislação eleitoral, terá que trabalhar dez vezes mais do que os que fizeram bem o “dever de casa” e teve o seu trabalho devidamente divulgado nos veículos de comunicação, blogs, sites e portais de notícias.
PODE DAR TEMPO?
Ante esse cenário, podemos afirmar que sim, ainda há tempo para tentar amenizar a ausência de comunicação dos parlamentares para com os eleitores, mas só isso não será suficiente para melhorar a situação dos detentores de mandato.
A tendência apontada pelos especialistas, após análise das pesquisas sérias já feitas, é de que a renovação no parlamento tocantinense chegue à casa dos 60%, ressaltando que é uma análise do momento, em que o eleitor ainda está muito distante do processo sucessório, preocupado com outras questões.
Mesmo assim, cada parlamentar sabe, exatamente, onde acertou e onde errou. Cabe a eles, agora, saber como evidenciar os acertos e minimizar os erros.
Quem viver verá!