PF encontrou fuzil, metralhadora, rifle e munição em endereços de supostos líderes de protestos
Por: Ricardo Brandt
A Polícia Federal apreendeu armamento pesado, nesta 5ª feira (15.dez), na maior operação deflagrada contra contra suspeitos de organizar atos antidemocráticos, desde que começaram os protestos em rodovias e em frente aos quartéis, contra a derrota do presidente, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições.
O armamento foi apreendido em Santa Catarina, um dos nove estados em que nesta 5ª a PF cumpre 103 mandados de busca e apreensão, para obtenção de provas para os processos que buscam responsabilizar as lideranças e os patrocinadores dos atos em que houve infrações, como interdição de vias, pedidos de intervenção militar ou fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
O STF informou que foram duas decisões do ministro Alexandre de Moraes, que determinou "103 medidas de busca e apreensão, quatro ordens de prisão, quebras de sigilo bancário, apreensão de passaportes, suspensão de certificados de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs), além do bloqueio de contas bancárias e de 168 perfis em redes sociais de dezenas de indivíduos suspeitos de organizar e financiar atos pela abolição do Estado Democrático de Direito e outros crimes".
As buscas acontecem simultaneamente no Acre, Amazonas, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal - onde houve vandalismo e depredação na última 2ª feira (12.dez), com tentativa de invasão à sede da PF.
Em Santa Catarina, foram encontrados em dois endereços 11 armas: entre eles, um fuzil, uma submetralhadora e um rifle com mira de precisão. Não havia ninguém no imóvel. Foram 15 mandados cumpridos no estado.
Armamentistas
A presença de donos de clubes de tiros, de lojas de armamentos e colecionadores de armas nos núcleos de comando dos atos antidemocráticos tem sido registrada nos relatórios de inteligência e de informação policial elaborados pelos estados.
O material busca identificar as lideranças e os patrocinadores dos atos de bloqueios de rodovias e protestos nas portas dos quartéis. Os documentos têm subsidiado processo aberto no STF, sob condução do ministro Alexandre de Moraes, para responsabilizar lideranças, patrocinadores e membros ativos dos atos em que houve crime.
A megaoperação deflagrada nesta 5ª, deve levantar dados bancários e de comunicação dos alvos. Além das buscas e de quatro prisões decretadas no Espírito Santo, foi decretada a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados.
"Os documentos identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios", nota do STF.
Segundo nota do STF, a "operação autorizada se baseou em uma rede de investigação formada por relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos estados". A operação foi autorizada três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília. Ônibus e carros foram incendiados. Lojas na região central da capital federal tiveram as fachadas destruídas.