No último dia dois de abril chegou ao fim a janela que permitia aos detentores de mandato nos Legislativos Estadual e Federal mudar de partido sem a perda do mandato, como também para quem desejar candidato a um cargo eletivo nas eleições de dois de outubro próximo, de acordo com o calendário eleitoral do TSE.
Por Edson Rodrigues
Até aqui, o que estava em jogo era a legalidade jurídica das candidaturas. Agora, começa a fase do engajamento político, que depende, única e exclusivamente, do povo, dos eleitores.
E o eleitorado tocantinense está com uma tolerância baixíssima em relação aos políticos que os representam, atualmente, com raras exceções, afinal, estamos falando do Tocantins, um Estado em que, atualmente, seus habitantes vêm tendo vergonha de assumir sua cidadania, ante os inúmeros casos de corrupção em investigação ou já tramitados, envolvendo figurinhas marcadas da política tocantinense, que chafurdaram – e chafurdam – na lama da corrupção em plena luz do dia, após chegarem a seus cargos eletivos enganando os eleitores, com o único objetivo de enriquecer, sem nenhum pudor de expor suas mansões, carrões, fazendas e itens de luxo.
Enquanto isso, do lado da população, são milhares de desempregados, centenas de famílias órfãs da pandemia de Covid-19, além dos tradicionais desassistidos, aqueles que estão sempre em situação de vulnerabilidade, como os habitantes do Sudeste, ano após ano aplacados pela seca. Junte-se a isso os milhares de ex-servidores públicos estaduais demitidos por Mauro Carlesse, sob a justificativa do “equilíbrio econômico” e da adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal, ato que contou com o apoio da maioria dos deputados estaduais, e que estão, até hoje, sem contracheques.
São essas pessoas que vão julgar os nomes que se colocarem á disposição para as eleições de outubro, por meio do voto secreto, ou seja, com a tranquilidade de expor suas opiniões e sentimentos na cabine de votação, sem intervenção ou aconselhamento de ninguém, apenas motivados por sua própria consciência e avaliação. São eles que vão decidir quem merece entrar, quem não merece continuar e quem não deveria estar onde está.
TRABALHO ÁRDUO
Logo, quem deseja ter seu nome considerado pelo eleitor tocantinense, deve se preparar para o maior movimento de caça e conquista dos votos do eleitorado. A partir de agora, será um trabalho ininterrupto de convencimento e efetivação do voto para chegar bem ás convenções partidárias e poder mostrar que está bem cotado junto ao eleitorado e que pode fazer a diferença para todos os demais componentes da legenda, na hora de mostrar votos nas urnas.
Ainda há outras etapas por vir, seguindo o rito da Legislação Eleitoral, mas as convenções serão o marco definitivo para partidos e candidatos e, é aí que mora o grande perigo, pois nem sempre quem está, hoje, no comando de uma legenda, será quem estará, em agosto, no mesmo posto. As conveniências políticas podem motivar muitas reviravoltas em um futuro próximo.
QUEM SAI GANHANDO
Até agora, quem saiu ganhando coma s modificações ocorridas nesses últimos momentos de janela partidária, foram os servidores públicos estaduais que não tem nada a reclamar ante o respeito aos seus diretos adquiridos aplicado pelo Palácio Araguaia, que mirou no social, no ser humano, como aposta de consolidação de gestão. Há muito tempo que os servidores não recebem tanta atenção de uma administração estadual.
A deputada federal Dorinha Seabra é outra figura política que, após as primeiras impressões, demonstrou ter ganho musculatura política, com a declaração dos principais deputados estaduais, principalmente dos que compõem a base de apoio do Palácio Araguaia, de apoio á sua candidatura ao Senado.
Dorinha vem pelo União Brasil, resultado da fusão do DEM com o PSL, mas, apesar de estar bem quista e bem vista, não pode, jamais, subestimar seus principais adversários à única vaga disponível no Senado, como a senadora Kátia Abreu, que tem uma ótima infraestrutura política, com um excelente Fundo Partidário, por conta da frente de partidos que formam sua base de apoio, sem contar com o governador Wanderlei Barbosa e seu grupo político, fechados com Kátia.
Ou seja, a oposição ao governo de Wanderlei Barbosa, mesmo que liderada por Ronaldo Dimas, cujo padrinho político é o senador Eduardo Gomes, tem que trazer os prefeitos e outras lideranças em conjunto e falando em uníssono, para que suas pretensões políticas, para todos os cargos, criem musculatura política, independente de Kátia Abreu e qualquer outro político que se posicione contra ou a favor.
A hora é de mostrar quem tem o povo, quem tem o voto e quem tem a inteligência para lidar com qualquer situação.
A primeira vista, os candidatos a governador Wanderlei Barbosa e Ronaldo Dimas, os candidato ao Senado, Dorinha Seabra, Marcelo Miranda e Kátia Abreu, ale, de Wanderlei, Dimas e Mourão para o governo do Estado, são os mais conhecidos e já anunciados. Porém, até o fim a convenções partidárias, muita coisa ainda há para acontecer. Qualquer erro pode ser fatal para qualquer candidatura e o tempo vai se encarregar de quem irá errar menos e garantir seu futuro político.