A política é, acima de tudo, uma arte de sabedoria e equilíbrio. E o que se viu nesta última semana foi a consolidação de três tabuleiros sucessórios que, por ora, se desenham como os mais competitivos para as eleições estaduais de 2026 no Tocantins
Por Edson Rodrigues
É claro que, até as convenções, outras candidaturas podem surgir, em política nada é impossível. Mas, no momento, os três nomes que se colocam no centro da disputa são: a senadora Professora Dorinha Seabra (UB), o deputado estadual Amélio Cayres (Republicanos) e o vice-governador Laurez Moreira (PSD).
O fim das especulações com Laurez
A definição de Laurez Moreira pelo PSD encerra de vez a leitura de que ele poderia ser beneficiado por uma eventual renúncia do governador Wanderlei Barbosa para disputar o Senado. Ao se filiar ao partido de Irajá Abreu, adversário direto do governador, Laurez se coloca definitivamente no campo da oposição, abrindo um novo espaço de competitividade.
Respeitado como gestor, ex-prefeito de Gurupi por dois mandatos, Laurez aposta em sua capacidade administrativa e no discurso de diálogo com diferentes segmentos, do agronegócio à educação, passando por infraestrutura e saúde. Seu desafio, porém, é consolidar espaço em um PSD de médio porte no Tocantins, mas com relevância nacional. Ele precisa, nos próximos meses, montar um time competitivo e ampliar sua base de alianças.
Dorinha Seabra
A senadora Dorinha chega forte à corrida. Com trajetória de serviços prestados ao Estado, ela conta com o apoio de prefeitos de municípios estratégicos e de maior densidade eleitoral, o chamado G5: Eduardo Siqueira (Palmas), Wagner Rodrigues (Araguaína), Josi Nunes (Gurupi), Ronivon Maciel (Porto Nacional) e Celso Morais (Paraíso do Tocantins), além de outros gestores municipais.
Amélio Cayres: o candidato do Palácio
O presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres, é o nome do Palácio. Ele reúne apoio da maioria dos deputados estaduais, dezenas de prefeitos e o respaldo do governador Wanderlei Barbosa, que mantém índices próximos de 80% de aprovação popular. Além disso, carrega consigo a perspectiva de entregar obras estruturantes, como os hospitais regionais de Gurupi e Araguaína, além de um pacote de investimentos previstos para 2026.
Três caminhos e um ponto em aberto
Os três pré-candidatos estão na vitrine e, até as convenções, serão avaliados não apenas pelos eleitores, mas também pelas lideranças políticas que constroem chapas proporcionais, negociam apoios municipais e articulam alianças de bastidor.
O fato de a sucessão ter sido antecipada aumenta os riscos: quem errar menos terá mais chances de chegar ao segundo turno. Entre Dorinha, Amélio e Laurez, cada um precisa calibrar discurso, alianças e presença nas bases.
Wanderlei e o cuidado de não esticar a corda
Com popularidade elevada, caixa robusto e obras importantes para entregar, Wanderlei Barbosa tem tudo para tentar sair vitorioso nessas eleições conduzindo Amélio Cayres ao segundo turno. O governador já afirmou em diversas ocasiões que só em 2026 falará oficialmente sobre o processo eleitoral, o que lhe dá tempo para administrar as pressões e acomodar interesses dentro da base.
Eduardo Gomes: confiança sem imposição
E é nesse cenário que a relação com o senador Eduardo Gomes ganha destaque. Em nenhum movimento o governador Wanderlei Barbosa impôs ao vice-presidente do Senado prazos ou cobranças para definir lado entre Dorinha e Amélio Cayres. Os dois são maduros o suficiente e já se mostraram vacinados contra intrigas e fuxicos.
Enquanto isso, sobra quem tente se inserir na marra no tabuleiro sucessório, sem bússola e sem porto, buscando uma carona em uma disputa majoritária que não lhe pertence.
O jogo está apenas começando, mas os três tabuleiros já estão postos. O Paralelo 13 segue de olho…