O governador em exercício, Wanderlei Barbosa, esteve em Brasília, na quarta-feira, dia 09, em encontro com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, segundo os bastidores, arquitetado e organizado por seu secretário de Governo, César Halum, com a participação importantíssima do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Toinho Andrade, justamente os dois políticos tocantinenses que o acompanhavam na visita.
Por Edson Rodrigues
Durante o encontro, Wanderlei Barbosa teve confirmado, pela boca do presidente nacional, Marcos Pereira, que caso se filiasse à legenda, teria o comando do Republicanos no Estado do Tocantins, posto exercido por um correligionário do deputado federal Carlos Gaguim, recém anunciado no partido.
Wanderlei, Mourão e Dimas
A participação de Carlos Gaguim foi solicitada no encontro e, ao chegar e se deparar com a “comitiva tocantinense”, o deputado federal não teve escolha, senão aceitar as condições, a chegada de Wanderlei e a troca de comando no Tocantins.
Gaguim, que já estava com várias Comissões Provisórias montadas em municípios do interior e com duas chapinhas alinhadas de pré-candidatos a deputado estadual e federal e, ele mesmo, candidato á reeleição, ouviu que “estavam precisando da presidência do Republicanos no Tocantins para agregar o governador em exercício e o grupo político do Palácio Araguaia”.
Carlos Gaguim vai, agora, definir se permanece no Republicanos, aonde vai ter dois concorrentes de muito peso – César Halum, do próprio partido e Toinho Andrade, este último com o apoio da maioria absoluta dos deputados estaduais, deve participar da eleição como membro do União Brasil, mas totalmente vinculado ao Palácio Araguaia – concorrendo ao mesmo posto de deputado federal, que hoje ele ocupa, ou se manterá fiel á deputada federal Dorinha Seabra, que vai disputar a vaga do Senado, levando-se em conta que o Palácio Araguaia deve apoiar Kátia Abreu à reeleição.
Ou seja, Gaguim (foto) sabe que, se permanecer no Republicanos, será uma espécie de “estranho no ninho”, por Wanderlei Barbosa tem, no mínimo, o compromisso de respaldar e apoiar as pretensões de seus dois fiéis escudeiros, Halum e Toinho Andrade, em suas pretensões de chegar à Câmara Federal, deixando Gaguim “fora da zona de conforte”, enfrentando turbulências de tanque vazio.
Deixar o Republicanos ou se aninhar de vez nos braços do Palácio Araguaia, será uma decisão pessoal de Carlos Gaguim.
O PROCESSO SUCESSÓRIO “ENGATA A 5ª MARCHA”
Com os últimos acontecimentos, conforme foi antecipado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, o processo sucessório engatou a quinta marcha no Estados do Tocantins, com eventos se sucedendo em velocidade de jato, trazendo mudanças profundas no cenário político.
Wanderlei Barbosa finalmente definiu a legenda pela qual vai se candidatar á reeleição. A partir de agora, Wanderlei está tranqüilo para colocar seu nome sob a apreciação dos eleitores tocantinense, na busca por uma reeleição, aguardando, apenas, a resolução do destino de Mauro Carlesse, se será mesmo abatido pelo processo de impeachment ou se renunciará. Dois destinos que enterram as possibilidades da volta de Carlesse ao comando do Palácio Araguaia neste ano de 2022.
A filiação ao Republicanos representa liberdade política para Wanderlei Barbosa tocar o seu próprio barco, sem ficar refém de qualquer partido ou grupo político, aonde poderá brigar pelos interesses dos seus aliados, de quem o prestigiou assim que assumiu o comando do Tocantins e permaneceu ao seu lado na principais decisões que teve que tomar.
E o manifesto assinado por 21 dos 24 deputados estaduais, elaborado e encabeçado por Eduardo Siqueira Campos, traz, exatamente, uma manifestação clara de como será a votação do processo de impeachment contra Mauro Carlesse, caso haja, realmente, necessidade de colocá-lo à apreciação do Plenário.
MDB ESTARÁ UNIDO EM UM MESMO PALANQUE
O almoço entre o presidente do MDB estadual, Marcelo Miranda, e o senador Eduardo Gomes, realizado na residência de Gomes, em Brasília, selou a união do Movimento Democrático Brasileiro no Tocantins, num grau de abrangência que nunca houve na história do maior partido político do Tocantins.
Foi um almoço longo, considerado por Marcelo Miranda “muito bom, em todos os sentidos”. O ex-governador garantiu que “o MDB estará unido como nunca” nas eleições de outubro próximo, em busca de dias melhores para o Tocantins e para sua população. E lembrou o saudoso Ulysses Guimarães, que conseguiu unir o partido todo em busca da restauração das eleições diretas para presidente e na convocação de uma assembléia constituinte, inclusive, a mesma que criou o Tocantins.
Marcelo Miranda ressaltou, também, que ele o senador Eduardo Gomes e todo o MDB tocantinense “estão imbuídos e concentrados em trazer ao povo do Estado a oportunidade de escolher um candidato com experiência administrativa para o governo e um grupo de homens e mulheres preocupados em promover a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, sempre tendo a figura de Eduardo Gomes como o líder capaz de, em Brasília, mobilizar e respaldar o Congresso Nacional, acerca dos interesses do Tocantins e de seu povo, com a certeza de que, a partir de 2023, serão mais quatro anos de trabalho, dedicação e engajamento, na busca por recursos federais para o nosso estado”. Marcelo finalizou anunciando que “em breve estaremos trazendo mais boas surpresas ao povo tocantinense, e mais novidades sobre o nosso papel no processo sucessório”.
Note-se que Marcelo Miranda não falou sobre uma candidatura pessoal em outubro.
ELEIÇÕES PLEBISCITÁRIAS
A se confirmar o atual cenário político, tem-se, então, a confirmação de uma eleição plebiscitária para o governo do Estado em outubro, entre o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, e o ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, que ganha fôlego e musculatura política que deve deixar o Podemos e se filiar ao PL.
Isso, claro, se a candidatura do PT não decolar, conforme apontam os últimos indicativos. Nesse caso, o pleito poderá ser decidido no primeiro turno, com as duas candidaturas que se apresentam não podendo ser desprezadas pelo oponente, pois as duas terão acesso a grandes montantes de recursos do Fundo partidário, as duas terão um excelente tempo no Horário Gratuito de Rádio e TV. Enquanto uma terá a força das máquinas administrativa e legislativa estaduais trabalhando a seu favor, a outra terá a força dos prefeitos dos principais colégios eleitorais do Tocantins e estará sob olhos benfeitores do Executivo Nacional.
As duas têm ótimos nomes em suas chapas proporcionais, os melhores candidatos ao Senado, á Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.
Finalizando, com a configuração política que se apresenta, a sucessão estadual será decidida em favor dos candidatos que tiveram o melhor trabalho de marketing político e cometer menos erros. Terá a faixa de governador no peito, no dia primeiro de janeiro de 2023, aquele que conseguir, por meio de uma assessoria de marketing formada por profissionais que conheçam a realidade política do Tocantins, encantar mais o povo tocantinense com propostas e compromissos, respaldados pelo trabalho já realizado.
Assim, poderemos ter uma campanha limpa, sem denuncismo e sem baixarias, de acordo com o desejo da população.
Que assim seja!