OS RISCOS QUE O PAÍS CORREU DURANTE OS ATOS TERRORISTAS EM BRASÍLIA

Posted On Segunda, 09 Janeiro 2023 18:03
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Primeiro gostaríamos de explicar porque este editorial é assinado pela Família O Paralelo 13. Isso acontece porque ele é fruto de diversas opiniões e contribuições nossas, de amigos, colaboradores, juristas e especialistas, que fomos colhendo e agrupando ao longo da cobertura jornalística ao vivo dos atos acontecidos na Capital Federal na tarde/noite do último domingo, dia 8.

 

Por Família O Paralelo 13

 

Chamamos de barbárie, porque os povos que atacavam e saqueavam aldeias inteira, às vezes dizimando toda a população e suas tradições, eram chamados de “bárbaros” e o que se viu, durante quase 10 horas, em Brasília, esteve bem próximo disso, senão mais cruel, pois foi praticado por pessoas cultas, esclarecidas, muitas donas de seus próprios negócios, empresários - ricos, até - mas que agiram como um bando de baderneiros ensandecidos e inconsequentes, que colocaram em risco vidas, futuros e carreiras bem sucedidas, além, é clado, a democracia. 

 

 

Logo no início, quando a turba de desordeiros ainda chegava à Praça dos Três Poderes, por volta das 16h30, já prevíamos a possibilidade de uma intervenção federal no Distrito Federal, conforme comprova uma foto do início da nossa conversa, pelo whatsapp.

 

Nossa primeira reação foi iniciar, de imediato, a composição de uma análise política sobre os fatos, mas, pelo desenrolar célere e com as informações desencontradas dos diversos veículos que estavam cobrindo o ato, resolvemos esperar para não cometermos nenhuma gafe, prejulgamento ou dar uma “barrigada”, que, no jargão jornalístico, significa se adiantar aos fatos e o noticiado não acontecer.

 

POSICIONAMENTOS

Wanderlei Barbosa participa de reunião de emergência em Brasília e coloca polícias Militar e Civil de prontidão

 

Partimos, então, para a colheita de opiniões e posicionamentos das principais lideranças políticas do Tocantins sobre os fatos que se desenrolavam sob nossos olhos. O Observatório Político de O Paralelo 13 entrou em ação e, logo, já tinha os posicionamentos do governado Wanderlei Barbosa, dos senadores Eduardo Gomes e Dorinha Seabra e da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, todos unânimes em condenar os atos terroristas que depredaram as sedes dos Três Poderes.

 

Algumas instituições tocantinenses, como a ATM, por meio do seu presidente, Diogo Borges, manifestaram seus posicionamentos em notas nas redes sociais e da mídia local, seguindo a mesma linha de condenar e repudiar os atos, coisa que foi reverberada nos quatro cantos do Brasil.  Não houve um só governador ou parlamentar que, indagado ou não, deixasse de condenar o que acontecida na Capital Federal.

 

OS RISCOS A COVARDIA E AS PUNIÇÕES

Presidente Lula Assina Intervenção na Segurança Pública em Brasilia 

 

Mas, durante nosso acompanhamento, surgiu, entre nós, uma angústia e um temor que, podemos dizer, deve ter habitado todos os ambientes políticos e, principalmente, a cidade de Araraquara, onde estava a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o auge das invasões e do vandalismo.

 

O temor era que, em algum lugar das redes sociais ou em algum veículo de comunicação, surgisse uma única palavra de incentivo aos atos proferida por um político ou por um militar.

 

Se isso tivesse acontecido, certamente seria a “senha” para que os atos se tornassem ainda mais truculentos, para que outros milhares de radicais fossem para as ruas, os bloqueios de ruas e estradas se multiplicassem, como chegou a acontecer em São Paulo e em Santa Catarina e, aí sim, o Brasil mergulharia num caos institucional e, muito provavelmente, em uma guerra civil, com mortes e muito mais violência além do que foi visto.

 

Os fatos deixaram claro que, em algum momento, antes dos atos, houve uma liderança, uma coordenação do lado dos extremistas, mas que, com o desenrolar dos fatos, se acovardou e se escondeu, o que fez a manifestação se transformar num ato que o mundo inteiro condenou.

 

Houvesse uma liderança, um mínimo de coordenação que impedisse os manifestantes de entrar e depredar os prédios públicos e se manifestassem pacificamente, talvez o clima no Brasil e no mundo, hoje, fosse outro, comentando sobre um grande ato democrático e pacífico, mas, infelizmente, a covardia impediu que qualquer bom-senso passasse pela cabeça dos extremistas.

 

Felizmente todos foram sensatos, todos perceberam a gravidade do que acontecia – na verdade, nem todos, apenas os inexpressivos deputados eleitos da base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que chegaram a endossar os atos terroristas que ocorreram em Brasília neste domingo voltaram atrás e apagaram as publicações feitas nas redes sociais. Este é o caso de nomes que integrarão a bancada bolsonarista no Congresso Nacional André Fernandes (CE) e Silvia Waiãpi (AP) e do deputado estadual eleito Thiago Gagliasso (RJ), que, acovardado, alterou a legenda de uma de suas publicações. Os três são filiados ao PL - e os atos de vandalismo e barbárie foram sendo, paulatinamente, controlados pelas tropas especiais.

 

O presidente do STF, Alexandre de Moraes, determinou a desocupação dos acampamentos golpistas e mandou uma série de recados em apenas um despacho. Ao longo do texto, o magistrado chamou a atenção de autoridades públicas que não conseguiram evitar uma "tragédia anunciada". Alertou que todos os terroristas que depredaram o patrimônio público serão responsabilizados. E, finalmente, enfatizou que que os financiadores dos atos antidemocráticos serão caçados, investigados e punidos.  

 

TOCANTINS

 

A Família O Paralelo 13 espera que, tanto o nosso governador “curraleiro” Wanderlei Barbosa, quanto a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, liderem a iniciativa que deve abranger todos os órgão e entidades públicas, com sede no Tocantins, para após receber provas, identificar servidores que, porventura tenham participado desses atos horríveis que colocaram a democracia tão crucialmente em risco no Brasil.

 

O Tocantins é o mais recente exemplo de luta democrática dentro da configuração desta nação que se chama Brasil, e não pode ter seu nome associado aos atos que ocorreram em Brasília, por conta de uma meia dúzia de extremistas que se sentiram no direito de buscar sua própria justiça por meio da violência.

 

Que Deus livre o Brasil de pessoas assim.