PALMAS, 3O ANOS. UM SONHO QUE SE TRANSFORMOU EM REALIDADE

Posted On Sábado, 18 Mai 2019 23:29
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Vista de Palmas Vista de Palmas

Se o Tocantins é fruto de uma luta secular, que envolveu gerações de famílias, união de lideranças políticas, classistas e estudantis, que encamparam o sonho de um povo, pode-se dizer que Palmas é a antítese desse momento de catarse que envolveu o Norte de Goiás para a delimitação de uma porção de solo para chamar de sua, pois reuniu sobre seu solo pessoas de todos os cantos do País, sem nenhuma ligação com a luta separatista, mas sedentos do aparecimento de um lugar “puro”, solo virgem para frutificar sonhos e aspirações.

 

Por Edson Rodrigues

 

Tão grandiosos e importantes, historicamente, quanto a história do Tocantins, são os fatos que redundaram na criação da última capital do País, a única planejada para ser sede administrativa, e as articulações e soluções criativas que permitiram sua construção, ali, naquele pedaço de terra “entre o rio e a serra”, como vislumbrou seu idealizador.

 

Sequeira Campos entrega ao deputado Ulisses Guimarães anteprojeto de criação do Tocantins, juntamente com o também deputado Federal José Freire e o deputado Estadual Brito Miranda

 

O mais interessante de tudo isso, é que ao falarmos do Tocantins, criado de fato e de direito, e de Palmas, construída de suor e de concreto, falamos da mesma pessoa: José Wilson Siqueira Campos.

 

Não que ele tenha sido uma espécie de super-herói, que com seus poderes sobre-humanos construiu um estado e sua capital, mas é ao redor do seu nome que transitam, como satélites, os nomes, as datas, os personagens e os fatos que, unidos, resultaram no que hoje são o Estado do Tocantins e, principalmente, sua Capital, Palmas, que completa 30 anos de idade neste dia 20 de maio, com toda pompa, circunstância e, principalmente, orgulhando todos os que deixaram os rincões do Brasil para encontrar, na capital tocantinense, sua cidade de coração, seu porto seguro e sua tábua de salvação.

 

CIDADE JOVEM

De um descampado no meio do cerrado, surgiu Palmas – a última Capital planejada do século XX. No dia 15 de janeiro de 1989, cinco dias após a instalação do primeiro governo tocantinense na capital provisória em Miracema do Tocantins (de 1º de Janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1989), o governador Siqueira Campos, acompanhado dos arquitetos Luiz Fernando Cruvinel e Walfredo Antunes e algumas autoridades, sobrevoou a extensa área de cerrado e escolheu a área de instalação da Capital do Estado, localizada aos pés da Serra do Carmo e a leste do povoado do Canela.

 

 

O então governador Sequeira Campos e o prefeito de Taquaruçu Fenelom Barbosa

 

A construção de Palmas começou sob as bênçãos divinas, no dia 20 de maio de 1989, data do Lançamento da Pedra Fundamental. Uma multidão esperançosa de 10 mil pessoas assistiu, na Praça dos Girassóis, a primeira missa celebrada por D. Celso Pereira, bispo de Porto Nacional. No mesmo dia, o governador Siqueira Campos acionou o trator, abrindo a Teothônio Segurado, primeira avenida da cidade.

 

O nome Palmas foi escolhido em homenagem a Comarca de São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista da região, instalada em 1809 na barra do rio Palma com o rio Paranã. O grande número de palmeiras, espécie nativa da região, foi outro fator que influenciou na escolha do nome.

 

A instalação da Capital se deu em 01 de janeiro de 1990, com a transferência dos Governos Estadual e Municipal para a nova Capital e a posse do prefeito Fenelon Barbosa, e de nove vereadores, que assumiram o Governo Municipal. Em 1º de janeiro de 1993, tomou posse o primeiro prefeito eleito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos.

 

Celebração da Primeira missa e culto ecumênico na Capital

 

Desde o início de sua construção atraiu uma população proveniente de diversas partes do país. Os setores mais dinâmicos da sua economia são o comércio, ligado a construção civil, de moveis, bens de consumo e alimentação. Com boa infra-estrutura, a cidade oferece boas opções para o turismo ecológico e de lazer.

 

A criação da Capital só foi possível com a transferência da sede do município de Taquaruçu, seu prefeito e vereadores para Palmas. Assim, em 1º de janeiro de 1990, aconteceu a transferência oficial do Governo para a nova Capital e a posse do prefeito Fenelon Barbosa, e de nove vereadores, que assumiram o Governo Municipal. Outros importantes eventos marcaram a história de Palmas.

 

A capital do Tocantins vem valorizando sua arte e cultura. Prova disso é o Espaço Cultural de Palmas, que abriga o Teatro Fernanda Montenegro, a Sala Sinhozinho, a Biblioteca Jaime Câmara, o Centro de Criatividade, a Grande Praça e a Secretaria Municipal de Cultura propiciando o acesso da população aos bens culturais e cultuando os que fomentaram a cultura desde a sua criação, como o poeta e escritor José Gome Sobrinho.

 

A prefeita Cínthia Ribeiro

 

Palmas incentiva, também, o respeito a sua história, contada pelo povo e por seus monumentos: o Palácio Araguaia, a Praça dos Girassóis, o Palacinho, o Cruzeiro, o Monumento à Lua, a Casa Suçuapara, a Capela de Santa Rita de Cássia, a Assembleia Legislativa, o Barracão de Palha do Canela e o Memorial Coluna Prestes são alguns exemplos.

 

Palmas sempre esteve pronta para os novos tempos. Tempos de mercado competitivo, do predomínio do conhecimento e da busca da qualidade. A cidade já tem os elementos essenciais para o sucesso, pois está à frente de seu tempo, captando recursos e acompanhando as tendências do limiar do terceiro milênio.

 

Ex-prefeitos de Palmas

 

A “Capital mais nova do Brasil” soube, muito bem, conciliar concreto e natureza. Mesmo transformando-se, diariamente, em polo de desenvolvimento da Região Norte, a arquitetura da cidade emoldura-se com o Rio Tocantins e a Serra do Lajeado. Esses contrastes dão um toque singular na composição do cenário e, com população heterogênea, a Capital do Tocantins continua a atrair a curiosidade de todo o país.

 

Reunião com deputados e com o prefeito de Porto Nacional Vicentinho Alves  

 

Hoje observamos o crescimento ordenado de uma municipalidade que alia educação à cidadania, humaniza a saúde, oferece lazer e diversão, valoriza o trabalho, oportuniza a arte, investe na cultura e em ações esportivas. A Capital do Verde adquiriu o toque da magia e essa consciência social e ecológica reflete-se nas ruas tranquilas e praças arborizadas de uma comunidade que vive em harmonia consigo mesma. Assim é Palmas.

 

O nome de Palmas foi escolhido em homenagem à comarca de São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista do norte goiano, e também pela grande quantidade de palmeiras na região.

 

CIDADE VERDE

Considerada pela Sociedade Brasileira de Arborização uma das cidades mais arborizadas do país, Palmas produz 1 milhão e 500 mil mudas de plantas ornamentais por ano, plantadas em canteiros, jardins e parques.

 

Baylon Pedreira foi autor da Lei de criação da Capital

 

Para preservar o verde característico do município, a prefeitura dispõe de um serviço de transporte das plantas em idade adulta do seu habitat para ruas e avenidas. Essa iniciativa resulta num ganho de até dois anos em termos de arborização, proporcionando um clima agradável.

 

Palmas, hoje, é a maior cidade do estado do Tocantins, na região Norte do Brasil. Planejada para ser a capital definitiva do estado do Tocantins, o município está localizado no centro geográfico do estado, com uma área de 2.465 Km², é uma das cidades mais arborizadas do país. Com clima tropical e duas estações bem definidas, verão chuvoso e inverno seco. Limita-se com os municípios de Aparecida do Rio Negro, Lageado, Novo Acordo, Tocantínia, Miracema do Tocantins, Monte do Carmo, Santa Tereza do Tocantins, Porto Nacional.

 

HOMENAGEMS DEVIDAS

Logo, não é à toa que a homenagem proposta pelo deputado Eduardo Siqueira Campos, filho de José Wilson Siqueira Campos, de uma sessão solene na Assembleia Legislativa, é mais que justa e merecedora de aplausos.

 

Sequeira Campos o Governador Mauro Carlesse a prefeita Cinthia Ribeiro, o presidente AL Antonio Andrade, Eduardo Siqueira Campos em recente homenagem a Siqueira Campos  

 

É justo que o sonhador José Wilson Siqueira Campos sinta-se como uma espécie de “pai legítimo” da nossa Capital, idealizada por ele e construída por milhares de mãos calejadas, com o apoio de nomes como Darci Coelho, Adjair de Lima, Ernani Siqueira, Raimundo Boi, Odir Rocha, Nilmar Ruiz, Israel de Abreu Siqueira Campos, Luiz Cajazeiras, dentre muitos outros abnegados.

 

Abrimos um parágrafo a parte para falar de outra pessoa que, longe dos holofotes, também foi muito importante para que o sonho de Palmas se realizasse.  Estamos falando do ex-senador, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Porto Nacional, Vicentinho Alves.

 

Foi Vicentinho que, à época, prefeito de Porto Nacional, organizou uma caravana de ônibus e carros de passeio para ir à Brasília defender a construção da Capital no centro geográfico do Estado e geodédsico do Brasil, encerrando a disputa entre Araguaína e Gurupi, conseguindo espaço no jornal de maior circulação e credibilidade em Brasília, o Correio Braziliense, e angariando o apoio do presidente da Conorte, José Carlos Leitão.

 

O posicionamento de Vicentinho em relação à causa levou o governador eleito José Wilson Siqueira Campos a escolher o povoado do Canela, município de Porto Nacional, divisa com o município de Taquaruçu que, por iniciativa de Vicentinho Alves e de Fenelon Barbosa, em acordo com as respectivas Câmara Municipais, desmembraram parte do território dos seus municípios para a criação do município de Palmas. 

 

O projeto de criação do novo município foi apresentado pelo deputado estadual Baylon Pedreira, aprovado por unanimidade e sancionado pelo governador José Wilson Siqueira Campos.

 

DUAS “MÃES”

Com essa coparticipação de Taquaruçu e de Porto nacional, Palmas nasceu com duas “mães”.  Duas mulheres dotadas do mais alto nível de consciência social, Dona Maria nRosa, primeira-dama de Taquaruçu e Dona Aureny Siqueira Campos, primeira-dama do Tocantins, que tomaram para si a batalha dos menos favorecidos que aportavam na nova Capital e com simplicidade e muito carisma, cuidaram para que lotes de terra fossem providenciados, assim como kits de material de construção evitando muitas mortes, principalmente de crianças, que foram tiradas do relento por suas ações desprovidas de interesses que não fossem o bem-estar social.

 

Seus nomes são e devem ser lembrados para todo o sempre na história da Capital do Tocantins.

 

É por isso que Palmas deve ser, sim, comemorada.  Seus defeitos reparados e suas grandezas enaltecidas.

 

Palmas é mais que uma cidade ou uma Capital.  É um ponto de convergência de almas, de vidas, de histórias e de sonhos.

 

Enfim, um sonho que transforma outros sonhos em realidade!

 

Parabéns, Palmas, pelos seus – primeiros - 30 anos de vida!

Última modificação em Domingo, 19 Mai 2019 06:25