Imbróglio entre apoiadores de Dimas, travestido de “apelos para que permaneça no cargo” podem inviabilizar sua candidatura ao governo
Por Edson Rodrigues
A pré-candidatura do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas parece que chegou ao seu fim, da forma mais inusitada possível. Pressionado por companheiros de partido e por alguns vereadores de Araguaína, principalmente pelo presidente da Câmara de Araguaína, Marcus Marcelo (PR), que anunciou que é contra a renúncia de Ronaldo Dimas (PR) para disputar o governo do Tocantins.
O parlamentar declara que vai apoiar a decisão que Dimas tomar, mas que ele não gostaria que ele deixasse a Prefeitura. Apoiador do projeto que Dimas apresentou para o Estado, Marcus Marcelo reclama da falta de apoio de outros partidos.
Outros vereadores apoiaram a fala de Marcus Marcelo, entre eles o vereador Wagner Enoque e a vereadora Zezé Cardoso que não desejam que o prefeito renuncie seu mandato para que possa continuar realizando projetos que estão mudando a cidade de Araguaína para melhor.
O vereador está apreensivo, pois vários partidos estão pedindo para que Dimas renuncie para então o apoiarem. Marcelo, que tem acompanhado o prefeito nas viagens pelo Tocantins, está preocupado com este tipo de fala, pois Dimas pode não só perder o cargo de prefeito, mas também a chance de se tornar governador.
DIVERGÊNCIAS INTERNAS
Mas o “tiro de misericórdia” na postulação de Dimas veio por parte do deputado estadual Elenil da Penha, que não aceitou a indicação de Dimas para que tanto ele quanto o vice-prefeito Fraudneis Fiomare, se filiassem ao PR, antes que Dimas renunciasse ao cargo de prefeito. Divergências internas que levaram Dimas a concluir que sua candidatura não pode ser levada como uma “aventura”, esfriando de vez as suas chances de renúncia e de concorrer ao Palácio Araguaia.
Segundo os bastidores, Dimas exigiu que Elenil fosse seu vice, se ficasse no PR.
TUDO MUDA
Com a possível saída de Ronaldo Dimas, o cenário político muda totalmente no Estado e ganha força rumo ao Palácio Araguaia a senadora Kátia Abreu, que articula para receber o apoio de Dimas e indicar Marcus Marcelo, presidente da Câmara Municipal de Araguaína, como candidato a vice-governador.
O Paralelo 13 já vinha informando que a senadora Kátia Abreu estava de corpo e alma nessa campanha para governador e que não poderia, de maneira alguma, ser subestimada por seus adversários.
Os ventos, agora, indicam para uma polarização entre Marcelo Miranda e Kátia Abreu na disputa pelo governo e é bom os eleitores tocantinenses começarem a se preparar para assistir de camarote a várias fusões de forças políticas em torno deste ou daquele candidato.
O velho ditado que avisa que não se pode dizer que “desta água não beberei” vai se fazer lembrar como nunca a partir de agora no cenário eleitoral tocantinense, mas com uma nova versão: “desta água não queria beber, maaass”. Vale lembrar que, em se tratando de política, nada é pessoal, nada é “para sempre”.
ESCALANDO OS TIMES
Pode-se dizer que, a partir deste “pit-stop” da postulação de Ronaldo Dimas, os times para a partida eleitoral começam, efetivamente a ser escalados, tendo como capitães Marcelo Miranda e Kátia Abreu que, dependendo do seu prestígio é habilidade política, vão começar a convocar para seus times jogadores dos times que não conseguiram “se classificar”, alçar voos próprios, podendo os “capitães” desses times, escolherem cargos nos Legislativos estadual ou federal.
CONSELHOS E PONDERAÇÕES
Ronaldo Dimas é um político técnico, um executor exemplar, que administra com planejamento, tem uma boa equipe em que todos são profissionais gabaritados a fazer projetos técnicos em busca de recursos nos ministérios, o que fez de Dimas um ótimo prefeito de Araguaína.
Mas, apesar de todos esses pré-requisitos, faltou a Dimas um ingrediente indispensável para alguém que quer ser candidato a governador: Dimas não é um político inato, daqueles que já nascem com o poder da negociação, com o carisma e com uma capacidade de relacionamento com os demais dirigentes políticos e partidários.
Dimas também não tem o preparo financeiro para “bancar uma festa com conjunto musical, muita bebida, muita comida, até ‘caviar e camarão’”, e, além disso lhe falta o preparo para comandar a festa, e isso ele mesmo já percebeu, pois, caso resolva entrar nesse barco, imediatamente ele se transformará num “Titanic”: lindo por fora, mas prestes a afundar...
A melhor aposta de Dimas seria aceitar os apelos dos seus companheiros políticos e os conselhos dos seus amigos empresários e prosseguir com seu bom mandato em Araguaína, ganhar “peso eleitoral” e, aí, sim, se preparar para “navegar em alto mar”.
Baseado no que afirmamos acima e em conversas com um dos melhores amigos de Ronaldo Dimas, afirmamos, com tranquilidade que o prefeito de Araguaína já “jogou a toalha” em relação ao governo do Estado.
AMASTHA
Carlos Amastha, sempre foi um empresário de palavra. Depois que virou político, parece estar gostando do ofício, mas deixou se lado “empresário agressivo” aflorar e passou a tratar a política como negócio, denegrindo a imagem dos seus adversários, chamando-os de “corruptos, vagabundos, incompetentes e ladrões” e esquecendo que estava tratando com uma classe diferente, que não se encolhe ante as bravatas.
Outra, como pode alguém que não tem imóvel em Palmas, afirmar que ama Palmas. Só se for pra não pagar IPTU...
Mas, voltamos a falar, Amastha é um empresário e continua agindo como se o empresário fosse, e está encarando a corrida sucessória como uma “disputa por pontos de comércio” e resolveu encarar o desafio mesmo com todas as probabilidades apontando que não conseguirá seu intento, por causa do que já enfrenta de problemas com a Justiça e os que ainda vai enfrentar.
SEGUNDO TURNO
Todas essas peculiaridades deixam o quadro sucessório “apimentado”, em que todos têm chances de ir para o segundo turno com o governador Marcelo Miranda que, mesmo com todos os contratempos que enfrenta e enfrentou, está de cabeça erguida e tem, junto com seu partido, o MDB, e seus aliados, de 30 a 35% dos votos no Estado. Juntando isso com a força da máquina administrativa, sua presença no segundo turno é praticamente garantida.
SIQUEIRA CAMPOS
na última segunda-feira, dia cinco, o ex-governador Siqueira Campos divulgou um vídeo nas redes sociais no qual clama á sociedade apoio ao seu nome para uma vaga no Senado Federal, reafirmando que, apesar dos seus 89 anos, está com a mente clara e límpida, repleta de experiências que facilitarão o trabalho que pretende fazer em prol do povo tocantinense, visando ao crescimento e ao desenvolvimento do Estado.
A confirmação da candidatura de Siqueira transforma a corrida ao Senado uma das mais acirradas da história política tocantinense, mas guarda uma peculiaridade. As chances de cada postulante ao Senado aumentam ou diminuem de acordo com quem será o “cabeça de chapa” junto ao qual concorrerão, transformando um diagnóstico preciso, hoje, quase impossível.
O FIEL DA BALANÇA
Por fim, temos em todo esse panorama sucessório, a peça final, que será o real “fiel da balança“ nestas eleições que serão as operações policiais, sejam civis ou federais. Quem praticou crime contra o patrimônio público, roubou, superfaturou, formou quadrilha, lavou dinheiro ou prevaricou, pode ir preparando o couro, pois sua candidatura não vai passar de um sonho.
Segundo uma fonte em Brasília, uma força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público está bem próxima de “dar o bote” em Palmas e no Tocantins, com nada menos que 20 delegados especialistas, com o objetivo de fazer um mutirão em todos os processos em andamento, para finalizá-los em 45 dias.
O povo brasileiro – e o tocantinense – saúdam essas duas importantíssimas instituições de combate à corrupção que, com a ajuda do trabalho e do tempo, trarão à luz os culpados e os inocentes, fazendo com que a Justiça, enfim prevaleça!