SEMANA DECISIVA PARA O TOCANTINS

Posted On Terça, 04 Novembro 2025 10:54
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O Observatório Político de O Paralelo 13 apurou que não haverá impeachment nem renúncia do governador afastado Wanderlei Barbosa antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre o recurso que pode definir seu futuro político e administrativo

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Durante o fim de semana, em contatos reservados com deputados estaduais, a redação buscou saber quem assinou ou pretende assinar o pedido de impeachment apresentado à Assembleia Legislativa. O clima na Casa ainda é de luto e recolhimento, após o falecimento de Antônio do Bar, irmão do presidente da Assembleia, deputado Amélio Cayres. Figura querida e respeitada, no Norte do Tocantins Antônio era amigo das famílias tocantinenses, considerado um verdadeiro conselheiro. O deputado Amélio Cayres deve retomar o comando do Legislativo até quinta-feira (6), quando as pautas paradas voltarão à mesa de discussões.

 

 

A SEMANA QUE PODE MUDAR TUDO

 

A expectativa é que o recurso de Wanderlei Barbosa seja analisado e levado a julgamento no plenário do STF até quinta-feira (6). Enquanto isso, tanto o governador afastado quanto o governador em exercício, Laurez Moreira, aguardam com apreensão o desfecho que pode redefinir o rumo político e administrativo do Tocantins.

 

NÃO HÁ SANTO NESTE ALTAR

 

Embora o governador afastado não tenha sido indiciado, as investigações da Polícia Federal autorizadas pelo STJ e pelo STF apontam indícios de irregularidades em setores estratégicos do governo, especialmente na Educação, onde foram identificados contratos suspeitos e possíveis desvios de recursos públicos.

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 reforça que não cabe pré-julgamento, mas fatos públicos e documentados não podem ser ignorados. Wanderlei Barbosa precisa compreender que posar de vítima diante das evidências não é suficiente para recuperar a confiança do eleitorado.

 

A lealdade a alguns auxiliares pode ter custado caro ao governador. O excesso de confiança e a falta de controle interno abriram brechas para ações que hoje alimentam investigações profundas. O sentimento popular é de que a sociedade tocantinense clama por justiça e espera que todos os envolvidos em atos de corrupção respondam perante a lei e devolvam o que for devido ao erário.

 

LAUREZ ENCARA O CAOS FINANCEIRO E PROMETE SOLUÇÕES

 

 

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (3), o governador em exercício, Laurez Moreira afirmou que “não faltará atendimento na rede pública de saúde do Tocantins”, apesar da grave situação financeira herdada da gestão anterior.

 

Laurez revelou que o Estado acumula mais de R$ 500 milhões em dívidas na Saúde, com fornecedores e prestadores de serviços, algumas com até dois anos de atraso. Ao lado dos secretários Ronaldo Dimas (Planejamento), Jairo Mariano (Fazenda), Vânio Rodrigues de Souza (Saúde) e Luíza Rocha (Comunicação), o governador apresentou um diagnóstico detalhado da crise e anunciou a criação de um decreto que autoriza auditoria completa nas contas da Saúde, em parceria com o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público e a Defensoria Pública.

 

Segundo o secretário de Planejamento, Ronaldo Dimas, já foram identificadas inconsistências em serviços prestados e pagamentos previstos, o que resultou na economia imediata de mais de R$ 100 milhões. “Não falamos em superfaturamento, mas em desencontros que precisam ser verificados com transparência”, afirmou.

 

O decreto, segundo o governador, vai alinhar a legalidade dos parcelamentos das dívidas, das auditorias e dos pagamentos. Um decreto que traz aos contribuintes a luz da transparência destas dívidas encontradas e como serão pagas com recursos públicos, garantindo a continuidade dos serviços prestados.

 

Contudo, nenhuma documentação foi apresentada nem pelo governador em exercício, Laurez Moreira, nem por qualquer um dos secretários presentes à coletiva, comprovando oficialmente as dívidas mencionadas. Até o momento, os valores totais, a origem das dívidas e as secretarias ou órgãos devedores não foram detalhados.

 

O Observatório Político destaca que as informações permanecem em nível de narrativa, sem comprovação documental. A expectativa é que nesta terça-feira (4) o governo apresente, no decreto em construção com o apoio da Defensoria Pública, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, os números oficiais e as provas que sustentam o discurso de crise financeira.

 

EM BUSCA DE SOCORRO FEDERAL

 

 

Durante a coletiva, o governador Laurez Moreira anunciou que embarcaria ainda na noite desta segunda-feira para Brasília, em busca de apoio financeiro do governo federal. A missão é obter recursos emergenciais que permitam “oxigenar as finanças do sistema público de saúde” e garantir a estabilidade das unidades hospitalares.

 

Laurez Moreira disse ainda que “a situação não é apenas da Saúde, mas de todo o Estado”, e que o verdadeiro tamanho do rombo será conhecido após a auditoria. “Estamos lidando com uma herança pesada, mas o importante é agir com transparência, união e responsabilidade para reconstruir a confiança do tocantinense”, destacou.

 

 

GABINETE EM MOVIMENTO

 

O governador em exercício também anunciou que, ao retornar de Brasília, transferirá seu gabinete para a sede da Secretaria de Saúde, onde pretende acompanhar de perto a situação da Saúde Pública. “Essa é a prioridade número um. As demais secretarias continuarão funcionando e as obras em andamento terão continuidade normal”, garantiu.

 

O secretário da Administração, Marcos Duarte, reforçou que, até o momento, nenhum profissional da rede pública de saúde pediu desligamento ou suspensão de atendimento, o que assegura a continuidade dos serviços à população e aos servidores estaduais.

 

EQUILÍBRIO E TRANSPARÊNCIA

 

O tom da coletiva foi de união e foco no enfrentamento da crise. Nem o governador Laurez Moreira nem seus secretários fizeram acusações diretas aos ex-gestores, o que demonstrou, segundo o Observatório Político, uma postura de equilíbrio e maturidade.

 

A construção de soluções conjuntas com órgãos de controle e a promessa de transparência pública sinalizam o desejo do governo Laurez Moreira de governar com paz, harmonia e responsabilidade compartilhada.

 

Agora, o Tocantins aguardará o retorno do governador e sua comitiva de Brasília e, sobretudo, a decisão do Supremo Tribunal Federal, que poderá definir o futuro político de Wanderlei Barbosa e o novo rumo do Estado.

 

 

 

 

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