Por Edson Rodrigues
As eleições majoritárias do próximo dia dois de outubro serão as mais disputadas da história política do Tocantins, com cada um dos pré-candidatos a governador ou a senador com suas próprias forças, grupos, histórias e bandeiras políticas para divulgar, engajar e convencer o eleitor de que um é melhor que o outro.
CANDIDATURAS AO SENADO
Baseando-se em fatos, as duas pré-candidatas ao Senado que lideram as pesquisas de intenção de voto, a senadora Kátia Abreu, que busca a reeleição e a deputada federal Dorinha Seabra, são as duas candidaturas já consolidadas no momento. As duas são figuras conhecidas, com trabalhos relevantes e reconhecidos, prestados ao povo tocantinense e á instituição Estado do Tocantins.
Nenhuma das duas pode ser subestimada em momento algum dessa caminhada eleitoral em que um simples escorregão pode ser fatal. As duas são fichas limpas, Kátia Abreu tem na sua personalidade forte uma das suas maiores qualidades políticas, enquanto Dorinha tem no seu grau de cultura e na forma educada, gentil e sensível, seus maiores trunfos na atuação parlamentar.
SENADORA KÁTIA ABREU
KÁTIA Abreu é uma política de reconhecimento nacional por sua atuação tanto no Congresso Nacional quanto no agronegócio. Eleita senadora com mais de 270 mil votos, foi ministra da Agricultura no governo de Dilma Rousseff, foi candidata a vice-presidente da república na chapa de Ciro Gomes e hoje é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, presidente do PP no Tocantins e conseguiu eleger seu filho, Irajá Abreu, senador da república, como o segundo mais votado no Estado.
Nas últimas eleições municipais, elegeu mais de 20 prefeitos espalhados pelas regiões do Tocantins e, agora, disputa a reeleição com o apoio de outros partidos, dentre eles o PSD, de Irajá Abreu e faz parte da base de poio do governador Wanderlei Barbosa, que busca, também, a reeleição.
PRESTÍGIO EM BRASÍLIA
Apesar de estar filiada ao PP, partido da base de apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro, Kátia não segue as orientações da cúpula do seu partido, assume posicionamentos oposicionistas ao governo federal e é uma das poucas parlamentares a realizar jantares e reuniões com a participação conjunta os principais membros do Poder Judiciário e das mesas do Senado e da Câmara Federal.
É uma política ficha-limpa, que não pode ter sua força política subestimada em momento algum, pois sempre tem uma “carta na manga” para driblar imposições ou cobranças.
A senadora vem para a reeleição calcada no apoio de vários prefeitos, vereadores, candidatos a deputado federal e estadual e só aguarda o resultado das Convenções partidárias para apresentar suas propostas, fazer uma “prestação de contas” de suas ações parlamentares. Seu grupo partidário conta com o PP, PSD, DC e Avante. Juntos, vão lançar cerca de 125 candidaturas a deputado federal e estadual. Juntos, esses partidos garantem um significativo tempo no Horário Eleitoral Obrigatório de Rádio e TV e somam um polpudo Fundo Eleitoral, garantindo a todos boas condições de competitividade.
No Tocantins, Kátia ainda conta com o apoio do governador Wanderlei Barbosa, que também busca a reeleição e, sem sombra de dúvidas, é uma candidata fortíssima, seja de qual lado estiver, com chances reais de reeleição.
PROFESSORA DORINHA
Eleita com mais de 48 mil votos, Dorinha Seabra, ou Professora Dorinha, tem uma carreira pública focada na educação. Professora por formação, tornou-se mestre também pela UFG em Educação Escolar Brasileira no ano de 1997.
Entre os anos de 1998 e 2009, foi Secretária da Educação e Cultura do Tocantins. Foi eleita deputado federal pela primeira vez em 2010 com 38.233 votos, pelo Democratas (DEM). Foi reeleita deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019), pelo Democratas (DEM) com 41.802 votos. Votou a favor do Processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em 2018, foi reeleita novamente.
Dorinha esteve à frente da Secretaria da Educação e Cultura do Tocantins por quase 10 anos, e promoveu uma revolução educacional e cultural no Estado. Criou programas de valorização do professor como o Plano de Carreira e Subsídios, cursos de capacitação e formação continuada, criou o Salão do Livro do Tocantins, instalou as primeiras escolas de tempo integral, popularizou as bibliotecas escolares, promoveu a educação indígena e a inclusão digital nas escolas, entre muitas outras ações.
Um dos mais importantes programas criados por Dorinha foi o Escola Comunitária de Gestão Compartilhada, que revolucionou a relação escola/comunidade democratizando os recursos e dando autonomia de gestão às unidades de ensino. O programa foi copiado por diversos estados brasileiros. Professora Dorinha colocou o Tocantins em destaque nacional quando ocupou a presidência do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) por dois mandatos.
Dorinha ainda foi relatora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15 transformada na Emenda Constitucional nº 108/2020, que instituiu permanentemente o Novo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb. Para regulamentar o Fundo, a parlamentar foi autora do Projeto de Lei 4372/2020. O Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação pública brasileira, hoje assegurado na Constituição Federal, por meio da Lei Federal 14.113/2020.
A parlamentar foi presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, biênio 2019 – 2021, no Congresso Nacional que teve o objetivo de colocar a Educação no centro dos debates no País. Além disso, Professora Dorinha foi líder da Bancada Feminina biênio, 2019- 2021, e, atualmente é Presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Nestas eleições, resolveu alçar voos mais alto e tentar a única vaga disponível para o Senado, com o apoio do senador Eduardo Gomes e da maioria dos deputados estaduais.
Sabe que tem uma batalha árdua pela frente, pois Kátia Abreu nunca entra em uma briga para perder, mas seu currículo a gabarita para enfrentar qualquer oponente em condições de igualdade, tanto pela atuação parlamentar quanto pelo carisma e carinho que tem junto ao povo tocantinense.
OUTRAS CANDIDATURAS AO SENADO
Mas, é sempre bom lembrar que existem outras pré-candidaturas ao Senado, incluindo “pesos-pesados” da política tocantinense, como o ex-governador Marcelo Miranda, o ex-senador Ataídes Oliveira e o, também, ex-governador Mauro Carlesse.
Correndo por fora temos o ex-técnico de futebol e empresário da Comunicação, Vanderlei Luxemburgo e, até mesmo, o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que já colocou a vaga no Senado como possibilidade, mesmo os dois sabendo que o candidato do PSB será uma escolha pessoal do presidente do partido e candidato a governador, Osires Damaso.
Até as Convenções Partidárias, cujo prazo final de realização é o mês de agosto, pode ser que outras candidaturas ao Senado apareçam e até lá será preciso que os atuais pré-candidatos mantenham seus grupos políticos unidos e focados, não dando chances para debandadas ou “trairagens” que enfraqueçam seus times, assim como apoiar um candidato a governador com chances reais de eleição, pois ter o apoio somente de deputados ou de prefeitos e vereadores não garante eleição a ninguém, muito menos candidaturas avulsas ao Senado têm chances de ter algum êxito, pois o jogo será jogado em equipe e na parte de cima da “tabela”.
A vitória ao Senado vai depender do agrupamento de forças políticas e de toda a infraestrutura político-partidária que estiver à disposição, juntando-se a isso um excelente trabalho de marketing. Esta será uma eleição decidida nos detalhes.
REALIDADE
O que a realidade atual nos mostra é que apenas Kátia Abreu e Dorinha Seabra têm as suas candidaturas ao Senado formatadas e prontas para o embate.
Apesar de seus grupos políticos ainda estarem em construção, o mínimo necessário já foi conseguido pelas duas, que terão na definição de suas chapas proporcionais, mais um diferencial e mais um parâmetro para mostrar quem larga na frente, com bons candidatos a deputado estadual, deputado federal e governador – com um bom vice, é claro. Seus suplentes também contarão pontos positiva ou negativamente, mas um dos fatores cruciais será quem vai conseguir maioria nos apoios dos prefeitos dos 15 maiores colégios eleitorais do Estado.
O Observatório Político de O Paralelo 13 vem acompanhando todos os movimentos de bastidores e de alcova neste início de corrida eleitoral, e pode assegurar que este é o mais fiel retrato do momento na disputa pelo Senado.
Quem será a (o) primeira (o) a cruzar a linha de chegada, só o tempo dirá!