Cinthia segue seu governo de olho na reeleição, mas pode ter adversários fortes e com grande apoio. Operações contra corrupção podem tirar muitos candidatos do páreo
Por Edson Rodrigues
O momento é de bonança para a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro. Seu governo voa em céu de brigadeiro, em velocidade de cruzeiro, sem turbulências. Essa situação vem dando à Cinthia oportunidade de analisar todos os cenários possíveis e escolher qual será o melhor para formatar sua base de apoio, visando a reeleição em 2020.
Cinthia e sua equipe vêm trabalhando longe dos holofotes da imprensa, evitando vazamento de informações e boatos que possam gerar fake News, escolada com o “susto” do “não” do MDB estadual e municipal em relação a um possível apoio à sua reeleição.
A prefeita evitou levantar polêmicas e “esticar o assunto”, deixando para o segundo semestre qualquer anúncio de apoio.
SEM OPOSIÇÃO
O Executivo Municipal de Palmas segue, praticamente, sem oposição, o que abre o leque para que Cinthia mantenha conversas com lideranças de diversos partidos e mantenha um bom relacionamento com as entidades classistas.
Os servidores municipais sabem que Cinthia “arrumou a casa”, fazendo voltar a valer os seus direitos trabalhistas, com a concessão das progressões que o governo anterior deixou de cumprir.
A atuação da prefeita vem mantendo qualquer tentativa de oposição quase impossível. Sua equipe de trabalho atua com metas e resultados políticos. Uma parte cuida da administração e outra da articulação política, sob o comando dos secretários Carlos Braga e César Guimarães, uma dupla entrosada, que tem como único objetivo criar condições para que mais e mais lideranças juntem-se ao grupo político, solidificando ainda mais a base de apoio à prefeita da Capital.
TURBULÊNCIA A VISTA
Mesmo assim, os dias de “céu de brigadeiro” pode estar contados, pois o segundo semestre deste ano guarda o início dos trabalhos das equipes do Palácio Araguaia e dos demais partidos políticos, como o Solidariedade.
Se o governador Mauro Carlesse realmente estiver decidido a tentar a vaga no Senado em 2022, ter na prefeitura de Palmas, a partir de 2021, um prefeito aliado, passa a ser uma obsessão. Carlesse já demonstrou que quando entra em uma disputa, entra para ganhar. Iniciou se elegendo deputado estadual, depois presidente da Assembleia e ganhou três eleições consecutivas para o governo do Estado em um mesmo ano.
Em sendo candidato ao Senado, Carlesse colocará como prioridade número um a eleição de um aliado para prefeito de Palmas e essa pessoa já tem nome e sobrenome: Wanderlei Barbosa, o atual vice-governador.
Vale ressaltar que Carlesse sabe que em caso de vitória de Wanderlei, o êxito será creditado em sua conta, da mesma forma que, em caso de derrota, o ônus será todo do Palácio Araguaia, causando um distanciamento de diversas forças políticas, comprometendo profundamente as pretensões ao Senado.
A disputa eleitoral nos municípios-chave do Tocantins vai, literalmente, botar fogo na corrida eleitoral em 2022.
O FATOR JUSTIÇA
Por outro lado, fontes em Brasília sinalizam com o recrudescimento das operações da Polícia Federal em território tocantinense, trazendo fatos novos e abrangendo uma parte da classe política que se acha intocável.
As tentativas de desgastar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, símbolo do combate à corrupção, terá resposta na multiplicação das operações da Polícia Federal contra os que, com telhado de vidro, tentaram apedrejar a própria Justiça.
O Tocantins é recordista em operações de combate à corrupção, por isso, novidades podem ser esperadas sem surpresas, como a decisão do mérito das prisões de vereadores, em Palmas e em Porto Nacional, assim como ocorreu em Augustinópolis, onde os inocentes foram identificados e os culpados – todos os 10 vereadores apontados no início da operação como suspeitos – cassados.
O povo de Porto Nacional e, especialmente, o de Palmas, aguarda o início do próximo semestre como a hora da verdade, com o pronunciamento do Poder Judiciário sobre as provas colhidas pela Polícia Civil, com aval do Ministério Público Estadual.
É por esses ingredientes que ainda são aguardados, que afirmamos que o momento sucessório em Palmas, ainda não tem rostos, apenas “rascunhos”.
Que Deus nos ajude!