Por Edson Rodrigues
O Brasil vive um momento de instabilidade política, ética e econômica e, no Tocantins, a situação não é diferente, mas com um agravante: é o estado mais novo da federação e vem sofrendo um processo de dilapidação do erário público desde que foi criado, em todas as esferas dos poderes Executivo, legislativo e Judiciário, com o envolvimento de boa parte dos membros mais importantes dessas engrenagens.
Por outro lado, a salvação econômica do Estado tem sido a iniciativa privada, que tem investido em várias frentes, com grande destaque para o agronegócio, que vem superando as médias nacionais em crescimento na produção de grãos – principalmente de soja – e na exportação de carne – para mais de 23 países – mantendo uma evolução que bate recorde após recorde, anualmente, e que vêm sendo acrescidos nos bons índices por novas produções, como a de adubo, que já é exportada para vários estados.
No rastro desse crescimento na produção, vêm as linhas de crédito por parte do BASA, banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outros agentes financeiros, com juros moderados e vantagens como prazos estendidos e longas carências, que vêm atraindo outros tipos de atividades econômicas, como indústrias cervejeiras e hotéis, impulsionando a qualificação da nossa mão de obra.
MÁCULA INDELÉVEL
Infelizmente, nada desse crescimento tocado a ferro e fogo pela iniciativa privada alivia a tristeza de ver a falta de zelo com o patrimônio Público. Ela supera até mesmo a presença de pessoas sérias na condução do governo em todos os níveis e Poderes, pois praticamente todos os órgãos e instituições do Estado estão comprometidos pela corrupção, com investigações em andamento na Polícia Federal, no Ministério Público – Estadual e Federal – nos Tribunais de Contas do Estado e da União, na própria Polícia Civil do Estado, onde há provas incontestáveis, segundo nossas fontes.
Ou seja, a mácula, a mancha negra da corrupção, no Tocantins, já é indelével, inapagável.
OUSADIA OU BURRICE?
Mas, o que os pratica
ntes desses atos que tanto envergonham os tocantinenses não estão levando em conta é o empenho e a determinação dos órgãos investigativos federais e estaduais em investigar e descortinar os crimes que vêm sendo cometidos.
Os criminosos ou são muito ousados ou muito burros, pois a os órgãos investigativos são muito competentes e, certamente, polícia está, em breve, batendo á porta de cada um deles.
São escutas telefônicas, extratos bancários e outras provas irrefutáveis anexados aos processos que traçam o caminho para, em breve, uma “bomba radioativa” explodir em solo tocantinense, segundo uma das nossas fontes em Brasília, que contaminará muito mais gente que se imagina, no Tocantins.
Principalmente os – muitos – agentes públicos espalhados pelos três poderes tocantinenses, que agiram de forma irresponsável, achando que eram os “sabichões”, mas que deixaram rastros facilmente mapeados pelos órgãos investigativos.
Segundo essa nossa fonte, se apenas uma autoridade decidisse julgar todas as denúncias já formalizadas contra essas “figuras” tocantinenses e todos fossem condenados à prisão, seria necessário um estádio para abrigar a todos.
SILÊNCIO ESTRONDOSO
Uma das coisas que mais nos preocupa é o silêncio de algumas autoridades. É bom lembrar que, mesmo não envolvidas nas investigações, muito de seus comandados estão e, contrariando o velho ditado, o que “vem de baixo” atinge, sim, quem está por cima.
Enquanto essas autoridades se calam, muitas ordens de prisão, bloqueio de contas, confisco de bens – até aqueles em nome de laranjas e “mexericas” – estão em fase de conclusão para serem decretados.
Aqueles que sofrem do pecado da gula pelo dinheiro público, que têm a “garganta larga” e a “mão leve”, devem esperar, para breve, a mão pesada da justiça. Alguns nem tem vínculos familiares no Tocantins, mas aqueles que têm, farão sofrer pais, mães, irmãos, primos, avós, enfim, todos os que, de alguma forma, levam o mesmo sobrenome em seus documentos.
A prisão pode ser a maior tortura que um ser humano pode sofrer, principalmente os que têm vida pública e social, pois seus familiares sofrerão junto a humilhação de ver seus nomes envolvidos com falcatruas, com desonestidade e com o descaso com a vida dos menos favorecidos.
Infelizmente, como disse o ex-governador do estado do Rio de Janeiro e, hoje, presidiário, condenado a mais de 186 anos de prisão, “a gula é grande, o vício toma conta e quanto você mais tem, mais quer”, lembrando que quem rouba um tostão, já tem a receita para roubar um milhão.
Vale ressaltar que, dos que acabam presos, cerca de 30% passam a ter problemas mentais, psicológicos ou psiquiátricos e até 5% desenvolvem demência, loucura, mesmo. E, hoje, no Brasil, de ex-presidente à participante de rinha de galo, passando por ex-senadores, ex-deputados federais, estaduais, ex-prefeitos, ex-vereadores e ex-ordenadores de despesa, ou seja, dos “deuses” à ralé, a prisão está aberta para todos.
ESPERANÇA
Minha grande e única expectativa boa em relação a tudo isso que vem acontecendo no Brasil e no Tocantins é que vai servir para botar um fim em, pelo menos, 40% dos casos de corrupção. Esses 40% serão formados por aqueles que vão perceber que o crime não compensa, que não vale a pena estragar a vida e a honra de suas famílias, como fizeram Lula da Silva, Eduardo Cunha, José Dirceu e tantos outros, antes intocáveis, cujos filhos, esposas e familiares hoje fazem questão de omitir os sobrenomes em locais de convívio social.
E olha que o Tocantins é apenas um naco do Brasil, onde todos conhecem todos, onde nomes, sobrenomes e apelidos estão na ponta da língua...
Será que alguns tostões valem tanta humilhação – para o resto da vida?
O certo é que “a casa está prestes a cair” no Tocantins. Temos os nomes dos citados, investigados, envolvidos e acusados, mas nos daremos ao respeito de esperar o fim das investigações, a nominação dos culpados por parte da Justiça, para divulgar esses nomes.
Afinal, ética, honra e respeito fazem parte do nosso dia a dia de trabalho no Paralelo 13.