EDITORIAL
Porto Nacional, 30 de julho de 2019
Por Edson Rodrigues
I – POLITICA
Engana-se quem pensa que o governador Mauro Carlesse não participará, intensamente, do processo sucessório municipal. Carlesse estará, sim, mais que presente com sua força política que o eleva ao posto de principal cabo eleitoral.
E sua presença nos bastidores das eleições municipais não vai se bastar a um simples apoio aos seus candidatos. Carlesse estará dando uma importante cartada visando a sua candidatura ao Senado em 2022 e, para isso, irá trabalhar em sintonia fina com seu vice-governador, Wanderlei Barbosa e com o presidente da Assembleia Legislativa, Toinho Andrade, focando em ações administrativas que tragam como resultado o fortalecimento político do seu grupo e a aprovação da população em geral, para ver isso tudo revertido em votos em 2020, elegendo companheiros e apoiadores nas principais cidades do Estado, que servirão de alicerce para suas aspirações ao Senado e à eleição de um sucessor no governo do Estado em 2022.
II – BRUXAS SOLTAS
São aguardadas para esse mês de agosto, que se inicia nesta quinta-feira, muitas atividades na área policial, acompanhadas de decisões jurídicas, com potencial para mudar drasticamente a configuração do cenário político estadual. Muitas dessas ações podem vir de forma homeopática, por se tratarem de decisões em primeira instância referentes às ações que levaram vereadores de Porto Nacional e Palmas à prisão.
São aguardadas, também, as conclusões dos inquéritos sobre as emendas parlamentares, alvos de diversas operações policiais, mas que ainda não levaram nenhum parlamentar às barras da Justiça.
Ao mesmo tempo, agosto marcará o mês em que os ajustes políticos serão iniciados, com trocas de auxiliares em todos os escalões do governo do Estado, sendo que tem muita gente que se acha “intocável” que ficará surpreso ao perceber que “a casa caiu”, pelo menos administrativamente.
III – A HORA DA “ARRANCADA”
Agosto vai marcar, também, o momento da arrancada do governo do Estado em relação ás obras que os empréstimos junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal - até então bloqueados – irão proporcionar.
Serão obras e intervenções importantes nos 139 municípios tocantinenses, em especial a nova ponte sobre o Rio Tocantins, os Hospitais Regionais de Araguaína e Gurupi, recuperação da malha viária e ações em todos os municípios do Estado.
Em quanto isso, Mauro Carlesse vem buscando outras linhas de crédito que irão possibilitar ações para a Educação, Saúde e Segurança Pública, sem falar na Infraestrutura, que muito nem sonham que estão nos planos do governo do Estado.
Para se ter uma ideia do potencial de crescimento do Tocantins nesses próximos meses, o Índice Itaú para a Atividade Econômica – um estudo do banco privado que detalha a economia de cada região brasileira analisando dados pormenorizados de cada estado – mostra que o Tocantins foi um dos poucos Estados brasileiros que conseguiram recuperar o patamar da economia que registrou no pico de atividade antes do início da crise, há cinco anos. O estudo reúne dados como empregos formais, comércio, indústria e agricultura e o Tocantins foi um oito estados – apenas dois da Região Norte – que atingiu ou superou o movimento que exibiam em março de 2014, quando o banco aponta que começou a espiral de decadência do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
IV – OPOSIÇÃO
A oposição, ao que tudo indica, irá se juntar por sua própria sobrevivência, e programa isso já para os primeiros meses de 2020, pois precisa, de forma imediata, do nome de um líder para aglutinar em tono de si todas as vertentes oposicionistas.
Diga-se de passagem, esta será uma missão difícil, uma vez que, até hoje, a oposição carece de nomes de peso e, praticamente, inexiste tanto na Assembleia legislativa quanto no Congresso Nacional, apenas engatinhando com ações pontuais que nada ou pouco resultam em relação às ações do governo do Estado.
Mas, pelo menos se espera, essa situação deve mudar, no mais tardar, em abril de 2020, pois apenas a união da oposição pode fazer frente à nominata que disputará as eleições com o apoio do Palácio Araguaia, pois esta estará sob as benesses dos efeitos dos empréstimos a serem liberados e das emendas advindas do governo federal, que se tornarão os melhores “cabos eleitorais” para os candidatos situacionistas.
Levando-se em conta os estudos do Banco Itaú sobre o crescimento econômico, o Tocantins pode se tornar o primeiro Estado a superar a crise econômica que atinge todo o País e, com a Ferrovia Norte-Sul em pleno funcionamento o progresso – e os votos aos candidatos governistas – podem vir sobre os mesmo trilhos.
Caso os empréstimos não sejam liberados e a economia travar, tudo o que foi dito acima pode ser lido ao contrário, deixando os candidatos governistas em situação delicada.
É esperar para que o melhor para os tocantinenses aconteça. Seja para que lado for....