Conhecido por suas bravatas e mudanças de ânimo, prefeito confirma que será, mesmo, candidato ao governo
Por Edson Rodrigues
Não sei se o leitor que nos acompanha notou, mas é a primeira vez que encerramos título e subtítulo com ponto de interrogação. Essa é mais uma das adaptações que a personalidade bipolar do prefeito de Palmas nos leva a fazer para podermos noticiar algo a seu respeito.
Primeiro, vamos aos fatos: em cumprimento à Legislação Eleitoral, Carlos Amastha entregou documento ao presidente da Câmara Municipal nesta terça-feira, 06, apresentando e requerendo o reconhecimento de sua renúncia ao cargo de prefeito a partir das 8h45, do dia 03 de abril de 2018. Com data e hora marcada para deixar o cargo, o gestor solicita ainda uma solenidade de transmissão do cargo à vice-prefeita Cintia Ribeiro, realizada no dia 03 de abril de 2018 às 8h45, em sessão solene, no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho.
Agora vamos às peculiaridades: Amastha chegou ao Tocantins como Abraão à terra prometida. Só que Abraão levou consigo seus herdeiros consanguíneos. Amastha trouxe seus amigos e homens de confiança do Sul do Brasil, pessoas que vieram com processos e pendências na Justiça.
Depois, Amastha se apresentou como o “novo”, o “honesto”, chamando os políticos tocantinenses de “vagabundos, incompetentes, preguiçosos e corruptos”. A Polícia Federal e o Ministério Público já mostraram o contrário! Apesar de não ser réu – ainda – o prefeito de Palmas está devidamente indiciado – quando há provas que apontam o seu envolvimento – em questões que vão do BRT aos convênios com entidades e federações esportivas.
MAIS UMA INTERROGAÇÃO
Do alto da sua soberba e gozando de sã consciência, Amastha afirmou que foi vítima de uma armação fabricada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, que teriam fabricado provas contra ele, chegando ao extremo de exigir que as duas entidades de maior credibilidade entre os cidadãos brasileiros lhe “pedissem desculpas na imprensa” pelas acusações a ele imputadas.
Com o mesmo tom de arrogância, fez chacota com o nome de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado que, segundo ele, estaria “pegando no seu pé por questões pessoais”, chegando ao cúmulo de pedir o afastamento desse conselheiro.
O novo Secretario Walace Pimentel (foto) foi condenado em Gurupi a 5 anos de prisão
Ou Amastha realmente é uma vítima ou sua bipolaridade o impediu de perceber que as malversações no Previpalmas, que geraram prejuízos aos servidores municipais, durante a sua gestão, geraram mandados de busca e apreensão, os convênios da prefeitura com entidades esportivas geraram prisões, buscas e apreensões de documentos e computadores e ainda há outras denúncias de irregularidades em sua gestão sendo investigadas, com inquéritos e denúncias protocoladas pelo próprio Ministério Público, por vereadores e empresários.
A interrogação é: qual Amastha está acompanhando esse “terremoto” em sua administração? Qual dos Amasthas fala a verdade? Estariam o Ministério Público, a Polícia Federal e a Polícia Civil tão fora do prumo, assim, em investigar o prefeito de Palmas?
Se os órgãos competentes estiverem seguindo pistas falsas, denúncias vazias, eles devem se curvar e pedir desculpas por tamanhas injustiças cometidas contra o cidadãos colombiano, naturalizado brasileiro e único estrangeiro prefeito de uma capital no Brasil e correr à Justiça Eleitoral para pedir o registro da candidatura de Amastha ao governo do Estado.
Mas, parece que isso não será necessário...
Amastha também disse que professa “nova política”, feita de projetos, planejamento e realizações. Mas, o que se viu em seu governo foram promessas de campanha que não saíram do papel (hospitais) – e isso configura falta de planejamento – e vem atacando verbalmente políticos tradicionais do Tocantins (quer mais velha política que isso?)
O colombiano falou, também, que o Tocantins precisava se livar da “familiocracia”, dos “Siqueiras”, dos “Mirandas” e dos “Abreus”, mas, apesar de não serem seus parentes de sangue, seus auxiliares agem como uma família italiana, onde aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da Le e, se a Lei não agir “deixa que a gente resolve!”.
A FALTA QUE FAZ
Ou seja, como acreditar que essa renúncia de Amastha vai acontecer? Data e hora marcadas já te, mas, cadê o grupo político que vai sustentar essa candidatura? Qual político tocantinense vai vestir a carapuça de “vagabundo, incompetente, preguiçoso e corrupto” e entrar para o time de Amastha?
Outra coisa é a falta que faz o bom senso de Amastha na hora de tomar certas atitudes. Como, em pleno ano eleitoral, uma pessoa que quer ser candidato a governador aumenta o IPTU da cidade que governa – por acaso, a Capital – em mais de 270% e provoca a ira dos contribuintes e consegue unir mais de 20 entidades classistas – encabeçada pela OAB – com representatividade em todos os 139 municípios, contra si?
Amastha pode até estar tentando ser o “novo” na política. Mas é um “novo” que ninguém quer, que poucos concordam com as ações e que a maioria repudia pela ataques pessoais à pessoas e famílias tradicionais do Tocantins.
O prefeito Amastha e seus secretário indiciados pela Polícia Federal
A vontade de Amastha em ser governador do Tocantins deve ser analisada, pois, a partir de dois pontos: sua capacidade de bom administrador, de bom empresário e a sua megalomania, que o leva à prepotência e à bipolaridade.
Dentro dessa bipolaridade, Amastha precisa definir qual dos dois “eus” será o candidato ao governo do Tocantins!
NOSSO PAPEL
O Jornal O Paralelo 13, em sua próxima edição impressa, após a renúncia de Amastha, publicará o perfil dos principais auxiliares de Amastha e seus seguidores, pessoas que fazem parte do seu governo, assim como os pré-candidatos a cargos eletivos.
Será mais uma maneira de avaliar a bipolaridade moral e ética do prefeito de Palmas.
Aguardem!!!