Ideia também conta com o apoio da maioria dos diretórios estaduais da sigla; união entre partidos foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral para as eleições de 2022
Por André Siqueira
Em uma reunião nesta terça-feira, 3, a bancada do PSB na Câmara dos Deputados definiu uma posição favorável à formação de uma federação partidária com o PT e o PCdoB. A decisão, confirmada à Jovem Pan pelo deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), que exerceu o posto de líder do partido até dezembro do ano passado, já foi comunicada à direção nacional do partido, presidido por Carlos Siqueira. Segundo apurou a reportagem, 24 dos 25 parlamentares que participaram da reunião foram a favor da proposta – na Câmara, a sigla é representada por 30 deputados federais. A articulação também conta com o apoio da maioria dos diretórios locais: dos 26 presidentes estaduais, 21 aprovam a ideia. As federações foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2022 e permitem que dois ou mais partidos se unam para atuar como uma só agremiação durante um período mínimo de quatro anos em todas as eleições nas esferas municipal, estadual e federal. A união deve ser formalizada até abril deste ano.
As tratativas ocorrem em meio às negociações entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para a composição de uma chapa para as eleições presidenciais de outubro deste ano. Alckmin deixou o PSDB em dezembro, após 33 anos na sigla, e recebeu o convite do PSB. À Jovem Pan, o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, afirmou que o agora ex-tucano “só não vem se não quiser”. “Conversamos muito, disse que ele [Alckmin] só tem amigos no PSB. Se quiser vir, o partido está à disposição. É só avisar. Entreguei a ficha [de filiação] para ele. Só não vem se não quiser”, disse. O dirigente partidário se reuniu com o ex-gestor paulista no último dia 19, horas antes do jantar promovido pelo grupo Prerrogativas, ocasião em que Lula e Alckmin apareceram publicamente juntos pela primeira vez desde o início das conversas que vinham ocorrendo nos bastidores.
Apesar da sinalização positiva da bancada do PSB na Câmara e da maioria dos diretórios estaduais, petistas e pessebistas precisam aparar arestas regionais. Como a Jovem Pan mostrou, para que a composição da chapa entre Lula e Alckmin se concretize, o PSB faz algumas exigências aos petistas, entre elas, que Haddad abra mão da candidatura ao governo de São Paulo para apoiar Márcio França e concorrer ao Senado – a hipótese, ao menos por ora, é rechaçada pela cúpula do PT. A cúpula do Partido Socialista Brasileiro também espera receber o apoio do Partido dos Trabalhadores em outros quatro Estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Pernambuco. Este quadro já havia sido apresentado a Lula em outubro, quando o ex-presidente se encontrou com dirigentes e parlamentares da legenda.