Em entrevista ao G1 no domingo (13), secretário da Economia disse que aposentadorias poderiam ser congeladas para financiar o programa. Presidente chamou hipótese de 'devaneio'.
Com Agência ANSA
O presidente Jair Bolsonaro desautorizou, mais uma vez, sua equipe econômica e afirmou que o governo não vai mais implantar o programa Renda Brasil enquanto estiver cumprindo seu mandato. O projeto era apontado como a grande solução do governo para este ano nas questões sociais.
"Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final", disse Bolsonaro em um vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira (15).
A ideia do projeto era aproveitar a experiência obtida com a implementação do auxílio emergencial, que vem sendo usado durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), e substituir o Bolsa Família - implementado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
Porém, após o ministro Paulo Guedes e sua equipe irem revelando detalhes do Renda Brasil, o clima de otimismo sobre o novo programa sumiu.
No fim de agosto, Bolsonaro falou publicamente, durante uma viagem presidencial, que a proposta estava suspensa porque ele não poderia aprovar algo que "tira do pobre para dar para o paupérrimo". Na época, o problema era que o Ministério queria mexer nas questões do abono salarial.
Dessa vez, no entanto, o ponto de conflito foi a sugestão de congelar os reajustes dos aposentados - incluindo os que ganham um salário mínimo - e a retirada de benefícios das pensões para idosos e pessoas com deficiência.
"Congelar aposentadorias, cortar auxílio para idosos e pobres com deficiência, um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade", escreveu ainda o presidente ao destacar o vídeo no Twitter.
Bolsonaro falou ainda em "dar cartão vermelho" para quem propôs a medida e reforçou a sua frase de 26 de agosto de que não tiraria dos pobres "para dar para paupérrimos". (ANSA).