A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, vem construindo de forma estratégica uma plataforma de governo que servirá de base para sua candidatura à reeleição, em 2020. Ela sabe que não é, ainda, uma liderança consolidada, e que precisa reunir à sua volta lideranças políticas, desde comunitárias até vereadores, pessoas que possuam patrimônio eleitoral – leia-se, desde voto até fundo partidário e horário gratuito de rádio e TV.
Por Edson Rodrigues dos Reis
Outra necessidade premente de Cinthia é ter um partido forte, que encampe sua candidatura à reeleição sem “cobrar” demais e que lhe dê um abrigo seguro para que ela possa continuar trabalhando sem se preocupar com “fogo-amigo”, pavimentando com tranquilidade seu caminho à reeleição.
Uma coisa é, como prefeita, ter maioria na Câmara Municipal e plenas condições de governabilidade. Outra, bem diferente, é ter o apoio desses que a apoiam hoje, em uma futura candidatura à reeleição.
E se Cinthia souber como construir essa base, grandes serão suas chances, pois conta com índice quase “zero” de rejeição, afinal, sua vida pública começou quando aceitou ser a vice-prefeita de Palmas e continuou, pra valer, quando assumiu a titularidade de fato e de direito, passando, aí então, a imprimir sua marca na condução dos destinos da Capital do Tocantins.
A partir de então, Cinthia vem surpreendendo, positivamente, muita gente.
GRUPO POLÍTICO
Cinthia faz política com muita simplicidade e demonstra muita preocupação com o lado social do seu governo, aonde vem construindo apoios junto às lideranças comunitárias e partidárias, pois sabe que ainda não é vista como uma líder e que está sendo observada de perto em suas ações.
Conta muito a seu favor o fato de não ser “ficha suja”, tem um passado sem problemas com a Justiça, principalmente a Eleitoral e, principalmente, ter passado ilesa por toda a investigação que fez desmoronar a vida política do seu antecessor, não respondendo a nenhum processo ou inquérito por improbidade administrativa, tendo seu nome, com destaque, na pequena lista dos prefeitos de capitais brasileiras que são “ficha-limpa”.
Talvez tenha sido essa característica de Cinthia que levou o senador Eduardo Gomes, o mais bem votado nas últimas eleições, segundo secretário da Mesa Diretora do Senado e vice-líder do governo Jair Bolsonaro, a “apadrinhar” sua caminhada como prefeita que, seguindo a linha de ação de Gomes, ter iniciado a formação do seu grupo político com a nomeação de Carlos Braga, ex-presidente da Câmara Municipal de Palmas por dois mandatos e ex-secretário de governo tanto da Capital como do Estado, para ser seu secretário de Governo.
CARLOS BRAGA
Carlos Braga é o caminho mais curto entre Cinthia e o lado de fora do gabinete, junto ao povo, longe do ar-condicionado e perto do calor da população, do eleitorado. É nos bairros e na periferia onde estão os votos e a possibilidade da prefeita conhecer de perto as obras sociais, as lavouras comunitárias, as feiras livres e as associações de produtores rurais, que tanto precisam da atenção do Poder Público.
É esse apoio, o popular, que vai suprir o vazio que será deixado quando os políticos que a apoiam hoje, partirem parar suas pretensões futuras – alguns querem, inclusive, o cargo que Cinthia ocupa hoje – e o “amor” de hoje, deixar de existir. O povo é fiel e já sabe fazer suas escolhas por meio da análise da vida pregressa dos candidatos e, nisso, Cinthia sairá na frente de todos os outros postulantes que querem seu “trono” à frente da prefeitura de Palmas em 2020.
ESTRATÉGIA PARA 2022
Um dos trunfos que Cinthia tem em mãos é que Palmas é o maior colégio eleitoral do Estado e, quem está à frente da administração, com grandes chances de reeleição e bem avaliado pela população, passa a ser cobiçado pelos que postulam a eleição ao governo do Estado.
Mas, enquanto isso, é bom salientar que Cinthia precisa de um partido, que lhe dê garantias para o registro da sua candidatura, com urgência, já que sua atual legenda, o PSDB, fará, em maio, a eleição para o Diretório Estadual e, em seguida, dos diretórios municipais. O controle do partido está 100% nas mãos do ex-senador Ataídes Oliveira, que não é simpático à Cinthia e seria um entrave à sua postulação à reeleição para a prefeitura da Capital.
Outro detalhe importante para Cinthia é que apenas obras não ganham eleições, principalmente em Palmas, onde apenas Eduardo Siqueira Campos conseguiu fazer seu sucessor.
Nilmar Ruiz foi uma prefeita de muitas obras, assim como Raul Filho também o foi, mas isso não foi o suficiente para mantê-los no comando do Paço Municipal.
Para se ter uma reeleição são precisas estratégias para, além das obras necessárias, manter ativas as políticas sociais, as ações voltadas para a juventude, que representa cerca de 17% do eleitorado, um percentual que decide uma eleição.
Logo, uma atenção ao que dizem as ruas, uma maior aproximação com o eleitorado, principalmente de baixa renda, são estratégias contundentes e fundamentais aos que almejam uma reeleição. principalmente em tempos em que a educação, o primeiro emprego, o auxílio social e a atenção à população são deixados de lado em detrimento da macro política, aquela que só pensa no resultado final, sem dar atenção aos detalhes – e, neste caso, são os detalhes que depositam os votos nas urnas – esquecendo que “o poder emana do povo” e só o povo conhece suas carências.
Além de tudo o que foi dito, ainda temos mais um recado: todo cuidado é pouco. Afinal, Cinthia jamais esteve no papel que assumiu ao se declarar candidata à reeleição, que é o de “vidraça”. Ou seja, a partir de agora, tudo o que fizer ou deixar de fazer será alvo de todos os holofotes da mídia e da língua ferina dos críticos e opositores.
ANÁLISE
Após a Semana Santa, O Paralelo 13 volta a circular em sua verão impressa e, na sua edição de retorno, traremos uma análise mais detalhada e cheia de novidades sobre a sucessão municipal 2020.