COMO USAR A POPULAÇÃO COMO MASSA DE MANOBRA E TENTAR DERRUBAR UM GOVERNO COM “FOGO DE PALHA”

Posted On Quarta, 14 Dezembro 2016 06:21
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Com apoio de pouco mais de 13 mil pessoas, impeachment de Marcelo será protocolado nesta quarta13 na Assembleia Legislativa

 

Por Edson Rodrigues

 

A equação é muito mais fácil de resolver que qualquer argumento que seja usado contra ou a favor do governador Marcelo Miranda.  Um “líder sindicalista” que deflagrou uma greve geral que prejudicou radicalmente a vida de mais de um milhão e 500 mil tocantinenses com a deterioração dos serviços de Saúde, os prejuízos ao ano letivo dos alunos de todos os níveis e a insegurança que se espalhou pelas ruas, comércios e residências do Tocantins, vendo seu movimento enfraquecido e sem apoio popular, capitula de suas intenções com a paralização e resolve, de maneira egoísta e oportunista, sugerir o impeachment do governador Marcelo Miranda, numa clara demonstração de vingança pessoal e de intempestividade.

Ok. Já que a greve falhou, vamos colher assinaturas junto à população para que o governador seja impedido de continuar à frente do comando do Estado, e apresentar esse pedido á Assembleia Legislativa!

Ora, se a greve falhou, o impeachment vai nos respaldar, raciocinou o presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro, na insatisfação popular, no desgaste do governo do Estado.  Cleiton Pinheiro só se esqueceu de combinar com o povo do Tocantins.

Com uma população de mais de um milhão e 500 mil tocantinenses, com base em 13.723 assinaturas, o presidente do Sisepe quer, na manhã desta quarta-feira, sensibilizar os deputados estaduais de que é preciso tirar do poder, à força, o governador Marcelo Miranda.

13.723 assinaturas significam o incrível percentual de 0,91670007% da população de todo o Estado.  Qual o significado disso para mais de um milhão e meio de habitantes?

 

A PARTE ESQUECIDA

Ao dar entrada com esse “respaldadíssimo” pedido de impeachment, o Sisepe faz questão de esquecer o processo impiedoso que se arrastará por mais de oito meses, com uma hemorragia moral e econômica sem parâmetros, que impedirá que o Tocantins seja avalisado pelo governo federal para a viabilização de empréstimos para obras importantíssimas como a nova ponte de Porto Nacional, as duplicações. das rodovias Paraiso/Palmas e Porto/Palmas, a construção de casas populares, a  pavimentação de rodovias, a implantação do Projeto Luz Para Todos, projetos de irrigação e de recuperação de antigas iniciativas e, principalmente, o travamento de um empréstimos de mais de 600 milhões de reais do Banco do Brasil e outros empréstimos já programados, que poderiam colocar a economia do Tocantins novamente nos trilhos.

Esquece-se, também de que  quando chegar ao fim, esse processo já estará influenciando o ano eleitoral de 2018, sem se preocupar se o Estado terá condições de estar gerindo sua economia de forma suficiente para garantir a manutenção da folha de pagamento, o  repasse de recursos para os demais poderes, estará com suas certidões positivas para receber recursos da União, em um ambiente em que o  presidente Temer vai estar de costas para um Estado que cassou um governador que sempre foi seu companheiro, respeitou seus ministros e dirigentes dos demais poderes e procurou alinhar a situação do Tocantins aos ditames necessários para a recuperação nacional.

 

BATATA MORNA

O certo é que o pedido de impeachment do governador Marcelo Miranda está recheado de ódio pessoal de um líder sindical que foi derrotado em um movimento grevista fracassado e mal dirigido, e que, agora, quer jogar nas mãos dos deputados estaduais uma batata nem tão quente assim. Afinal, a base para o pedido, fundamentada juridicamente, afirma que o governador Marcelo Miranda vem cometendo crimes de responsabilidade como: desrespeito à Lei Orçamentária Anual (LOA), não empregando recursos vinculados no texto à finalidade específica; a aplicação inadequada dos recursos do Fundo da Educação Básica (Fundeb); descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); e apropriação indébita dos valores das consignações no contracheque dos servidores públicos referentes aos empréstimos consignados, Brasilcard, Plansaúde, Igeprev e mensalidades à sindicatos e associações, o que não é, assim, tão concernente ao governo Marcelo Miranda.

Diante desta nova crise, questionado,  o presidente da Assembleia Legislativa, Osires Damaso (PSC), admitiu que qualquer matéria de interesse de alguma categoria poderia ser levada para apreciação do Plenário, mas, mesmo com a possível abertura do processo de impeachment, parecem existir poucas chances do impedimento prosperar. Nos bastidores, deputados avaliam não haver clima para que o governador seja afastado, admitindo que, piorar a crise seria um desserviço ao povo do Tocantins e uma simples “troca de seis por meia dúzia”.

Vamos ver no que vai dar mais essa insensatez...