Técnicos da Secretaria Estadual de Saúde apresentaram as fases do tratamento oferecido ao paciente com câncer no Estado
Por Laiany Alves
O Conselho Estadual da Saúde (CES/TO) realizou na quinta-feira, 26, na sede da superintendência Estadual do Ministério da Saúde, em Palmas, a 78ª reunião extraordinária, para debater sobre o tratamento oncológico disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Tocantins.
Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) apresentaram protocolos, fluxos de atendimentos, prazos, compras de medicamentos, exames e serviços oferecidos, além de elencarem as soluções para a realização dos exames citopatológicos (rastreamento do câncer de colo de útero/exame preventivo) e os de biópsias - anatomia patológica e imunohistoquímica realizados pelos laboratórios irregulares fechados pela vigilância sanitária, neste mês.
O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Mário Benício, explicou que a pauta da reunião foi baseada nas solicitações de pacientes que relataram sobre os atendimentos prestados nas Unidades de Oncologia do Estado, “estamos aqui para ouvir do Estado como este serviço é ofertado, mesclar a vivência trazida pelos usuários, com as ações realizadas pela gestão e buscar soluções para os entraves que estão ocorrendo”, disse.
Exames
A diretora geral do Laboratório de Saúde Pública do Tocantins (LACEN /TO), Jucimária Dantas explicou aos conselheiros que desde o ano passado, o laboratório está se preparando para a realização dos exames de rastreamento do câncer de colo de útero. A unidade está equipada e tem equipes treinadas para atender 119 municípios. “Devido o fechamento do laboratório irregular que prestava o serviço aos municípios, o LACEN teve que antecipar e assumir a realização das análises dos exames preventivos de 57 municípios da região macro Norte do Estado, garantindo um serviço de qualidade com tecnologia inovadora, ofertado pela própria Secretaria, o que reduzirá custos e tempo na entrega dos resultados”, afirmou a diretora.
O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Tocantins (COSEMS/TO), Rondinelly Souza, parabenizou a equipe estadual pelo empenho e celeridade em solucionar a questão dos laboratórios, “uma das primeiras ações para prevenção do câncer é a realização dos exames preventivos, ter a confiança que os municípios farão as coletas e terá retorno dos exames com os laudos é gratificante. Parabenizamos a todos”, disse.
Rede
O gerente da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Tocantins da SES-TO, Rodrigo Cândido de Souza fez a explanação de toda rede existente no Tocantins desde o início do diagnóstico nos municípios até as Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) de Palmas e Araguaína. “Todo atendimento inicia na Atenção Básica, nos municípios, não importando qual tipo de câncer, o médico da UBS, após avaliação clínica e exames preventivos, encontrar algum achado com sugestão de malignidade encaminha o paciente ao atendimento especializado ou diretamente para o acolhimento da Oncologia no Hospital Geral de Palmas (HGP) ou no Hospital Regional de Araguaína”, explicou.
O gerente complementou informando que "atualmente, o Tocantins possui duas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) habilitadas pelo Ministério da Saúde. As UNACON's estão localizadas no Hospital Regional de Araguaína e Hospital Geral de Palmas o que permite cobertura assistencial a todos os municípios tocantinenses e ambas com serviços de cirurgias oncológicas, quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia”, concluiu, acrescentando que na UNACON de HGP, por exemplo, não há fila para consultas e cirurgias oncológicas.
Medicamentos
Conselheiros ouviram dos técnicos da SES-TO os protocolos, fluxos de atendimento, prazos, compra e fornecimento de medicamentos, exames e serviços oferecidos
O diretor de Suprimento Hospitalares da SES-TO, Gileno Dias de Oliveira destacou que “o Tocantins possui atualmente 78% dos seus estoques de medicamentos e insumos. O Estado trabalha com uma lista de mais de 900 medicamentos padronizados, destes em 2019 havia a falta de 20 medicamentos, hoje temos ainda a falta de cinco. Temos falta sim, situação que ocorre nacionalmente. A pandemia atrapalhou muito, os fornecedores não conseguem entregar, não querem participar dos processos licitatórios, na oncologia temos fornecedores exclusivos, patenteados, que muitas vezes só atende por demandas judiciais. O Estado tem planejamento de compra, mas vários entraves estão ocorrendo e buscamos todos os mecanismos jurídicos possíveis para garantir o abastecimento. A dipirona é um exemplo, a fábrica diz que os valores atuais não cobrem os custos e houve redução no fornecimento”, exemplificou o diretor.
A conselheira, representante da Liga Feminina de Combate ao câncer, Edneide Cardoso Pontes, agradeceu a participação em peso dos técnicos da SES-TO que prestaram esclarecimentos, “esse diálogo entre a SES, COSEMS e o Conselho irá dar andamento às demandas, dar celeridade ao tratamento que precisamos melhorar os fluxos e os entraves que o pacientes ainda tem. Temos ótimas estruturas no HGP e em Araguaína e vemos o trabalho da Secretaria para melhorar a oferta do serviço. Vemos que temos resultados, isso é maravilhoso!”.