A área jurídica da chapa presidencial encabeçada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva anunciou no final da tarde desta quarta-feira que vai entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, por abuso de poder econômico e político diante pelo uso dos eventos do Bicentenário da Independência como um megacomício eleitoral.
Por Ricardo Brito
Os advogados vão entrar com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra Bolsonaro. Esse tipo de ação pode levar até a inelegibilidade do candidato ou cassação do mandato, em caso de condenação.
"Bolsonaro fez uso indiscutível de um evento oficial para discursar como candidato. Há abuso de poder econômico e político acachapante, com o uso de recursos públicos, de uma grande estrutura pública, para fazer campanha. Os discursos desse comício escancarado foram transmitidos ao vivo para toda a nação, inclusive por meio da TV Brasil, uma TV estatal", afirmaram os advogados da chapa, em comunicado.
Desde a manhã, por ocasião dos festejos do 7 de Setembro, o presidente participou em Brasília e no Rio de Janeiro de eventos oficiais e atos de campanha, que ocorreram a pequenas distâncias uns dos outros.
Após atos, adversários vão ao TSE contra Bolsonaro
Ao menos 3 dos 4 principais adversários de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro devem ir à Justiça Eleitoral contra o atual presidente por causa dos atos de 7 de Setembro.
Em Brasília, no fim da manhã, ele discursou em carro de som depois de desfile militar. Disse que o PT não voltará ao poder, conclamou seus apoiadores a irem votar em outubro e também falou que, se reeleito, levará para “as 4 linhas da Constituição todos os que ousam ficar fora delas”.
Depois, o presidente da República voou para o Rio de Janeiro. Também houve exibição militar na cidade e novo discurso.
A coligação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, anunciou que irá ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Bolsonaro. A acusação será por abuso de poder político e econômico.
Também candidata, Soraya Thronicke (União Brasil) deve pedir na Justiça que o atual presidente seja impedido de usar na campanha eleitoral imagens dos atos desta 4ª feira. O PDT de Ciro Gomes também deverá entrar com ação contra o atual presidente.
Dos 4 principais adversários de Jair Bolsonaro, só Simone Tebet (MDB) não deve ir à Justiça por causa do 7 de Setembro.
A candidata afirmou, por meio de nota, ser desnecessária mais uma ação sobre o tema. “Não tem sentido outro partido ou candidatura entrar na Justiça só para fazer disso uma escada”, declarou.
Além desses, também anunciou que entraria com ação do senador Randolfe Rodrigues (Rede), por meio da federação partidária Rede-Psol. Ele declarou, porém, que a ideia poderia ser revista se a coligação de Lula, da qual faz parte, entrasse com processo.
Os dois líderes de intenção de voto oscilaram para baixo, dentro da margem de erro. Ciro Gomes aparece com 7,3%, e Tebet, 4,1%
Por Daniela Santos
Levantamento de abrangência nacional do instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta terça-feira (6/9), aponta que os dois líderes de intenção de voto na disputa pela Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), oscilaram negativamente, dentro da margem de erro.
Na última sondagem, feita em agosto, o petista tinha 41,3%, e agora pontuou 40,2%. Já o atual presidente registrou 37,1% na consulta anterior, e no levantamento mais recente passou para 36,4%. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais.
Os dados são referentes à pesquisa estimulada, em que os nomes dos candidatos são apresentados ao entrevistado. Nesse cenário, Ciro Gomes (PDT) também variou negativamente, passando de 7,7% para 7,3%. Simone Tebet (MDB) oscilou, mas positivamente, de 2,4% para 4,1%.
Os outros candidatos não chegaram a 1% ou não pontuaram. Brancos e nulos somaram 5,8%, enquanto 4,2% não sabem em quem vão votar ou não responderam.
Espontânea
No levantamento espontâneo, quando o entrevistador não apresenta o nome dos candidatos, Lula somou 32% e Bolsonaro 29,5%. Ciro teve 4,1% e Tebet 1,6%. O restante não chegou a 1%.
A sondagem ouviu 2.020 pessoas, em 164 municípios brasileiros, e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob número BR-09446/2022. O nível de confiança é de 95%, de acordo com o instituto.
Segundo turno
A pesquisa também mediu as intenções de voto para o segundo turno. Em uma eventual disputa entre Lula e Bolsonaro, o ex-presidente venceria com 47,3%, contra 40,3%.
Nesta 2ª feira (5.set.2022) serão divulgados 2 levantamentos para disputa presidencial e 16 para governos estaduais
Com Data Poder
Na semana de 5 a 9 de setembro podem ser publicados os resultados de estudos de 59 pesquisas de intenção de voto sobre a disputa presidencial, para governos estaduais, Senado e Câmara. Nesta 2ª feira (5.set.2022) há levantamentos para os governos de Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins e para a corrida presidencial.
Eis o calendário de pesquisas:
Valdemar da Costa Neto tem irritado deputados do PL por não repassar dinheiro prometido para a campanha eleitoral
Por Guilherme Amado
Presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto tem irritado deputados federais do partido, de diferentes estados, ao segurar dinheiro prometido para a campanha eleitoral.
Antes das eleições, Valdemar prometeu aos parlamentares R$ 1 milhão para tocar suas campanhas. Muitos deles, porém, ainda não receberam valores que cheguem sequer perto dessa cifra.
Líder do PL na Câmara e homem de confiança de Valdemar, Altineu Côrtes afirma que a promessa será cumprida ao longo da campanha:
“Nosso partido tem 12 candidatos ao governo, que têm prioridade para receber a verba do fundo eleitoral. Com campanhas fortes nesses estados, esses candidatos ao governo fortalecem o presidente Bolsonaro e por consequência os candidatos a deputado. O PL está aumentando a arrecadação e todos receberão o valor prometido até o final da campanha”, afirma.
Em nova estratégia de campanha, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abandonou a tática de poupar críticas aos adversários, além do presidente Jair Bolsonaro (PL), e disse que a oposição o ataca porque tem medo de que ele vença no primeiro turno. A fala foi interpretada como uma referência velada ao presidenciável Ciro Gomes (PDT), que tem reiteradamente criticado o ex-presidente.
Com Agência Estado
"Além do candidato a presidente temos os candidatos da oposição. Sei que às vezes vocês ficam chateados porque a oposição nos ataca. É normal. Eles me atacam porque eles têm medo que eu ganhe no primeiro turno. A gente não tem que ter vergonha de dizer que quer ganhar no primeiro turno. Quem tem 5, 6, 7 ou 8, sonha em chegar a 40 ou 30 para ir a segundo turno? Ora, por que quem tem 45 não pode sonhar apenas com mais 5 e ganhar no primeiro turno", disse Lula aos jornalistas após reunião com a coordenação da campanha.
Lula diz estar convencido de que as eleições podem ser definidas no primeiro turno. "Se por acaso, o povo quiser segundo turno, nós vamos ganhar também no segundo turno", avaliou. Ele voltou a fazer comparações da realidade atual com o período em que esteve no comando do Executivo. "Podem ter certeza absoluta que esse povo sabe a diferença do Brasil do tempo que nós governamos para os tempos de hoje", afirmou.
Dia da Independência
Lula também disse que Bolsonaro usurpa do 7 de Setembro, data em que é comemorado o Dia da Independência do Brasil, e trata a data "como se fosse uma coisa pessoal dele". "Ele, que já disse: 'as minhas Forças Armadas', ele agora está dizendo 'a minha independência'. É triste, mas é isso", criticou Lula na entrevista aos jornalistas.
De acordo com o petista, "o 7 de Setembro é uma festa de interesse de 215 milhões de brasileiros". Bolsonaro aposta na data para reunir apoiadores e demonstrar força em um cenário de desvantagem nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto.
Lula voltou a dizer que "tem candidato que não faz comício, porque não junta gente", em referência ao presidente, mas sem mencioná-lo. "É preciso ter história, ter programa, ter compromisso para poder juntar o povo na rua e discutir com eles", afirmou.