PM confirma pedido de propina em negociação de vacinas. Diretor do Ministério da Saúde teria cobrado US$ 1 por dose
Com Agências
O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira confirmou à CPI da Covid-19 no Senado nesta quinta-feira (1º) que recebeu um pedido de propina do então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em uma negociação para compra de vacinas.
O policial militar (PM) da ativa e representante comercial Luiz Paulo Dominguetti , que depõe nesta quinta-feira, 1º de julho, na CPI da Covid afirmou que o deputado federal Luís Miranda (DEM) tentou negociar vacinas com a Davati Medical Supply e exibiu um áudio no plenário do Senado para defender seu argumento. Entretanto, não fica claro, no áudio, se o deputado fala de vacinas e da Davati.
O então ministro Mandetta ao lado do seu homem de confiança, Roberto Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde
Luís Miranda denunciou à CPI na semana passada um caso de suposta corrupção na compra da vacina indiana Covaxin . Já Dominguetti depõe nesta quinta após denunciar um outro suposto esquema de corrupção, no qual um servidor do Ministério da Saúde, cobraria US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca, em venda intermediada pela Davati.
O áudio exibido por Dominguetti mostra o deputado Luís Miranda falando sobre estar "de saco cheio" e de "muita conversa fiada no mercado". "O meu comprador já está de saco cheio disso, ele vai pedir a prova de vida [sic] antes e a gente não vai fazer negócio. Então, a gente nem perde tempo, porque você sabe que eu tenho um comprador, com um potencial de pagamento, instantâneo, que ele compra o tempo todo, em quantidade menores, obviamente", diz Miranda no áudio.
E continua: "ele mostra a carga, se quiser grava um vídeo, mostra o produto para mim e está tudo certo. Bola para frente, eu mando para o cara mna hora, o cara faz de negócio na hora. O cara tem cliente fixo, entendeu? Ele tem recorrência. Esse é o grande problema desse meu cliente, ele tem recorrência, que jogou os contratos lá de entrega com Walmart, Greens, as redes de restaurantes e alguns hospitais, ele tem recorrência", diz o deputado, sem deixar claro se ele fala realmente de vacinas e da Davati.