Presidentes das siglas estiveram juntos para defender que possuem mais convergências do que divergências, mas não avançam em questões concretas
Por Julia Lindner
Após reunião, dirigentes do MDB, União Brasil e PSDB admitiram a possibilidade de abrirem mão de suas pré-candidaturas na esfera nacional e estadual para tentar formalizar uma federação partidária até meados de março. Se concretizado, o acordo prevê que as siglas caminhem juntas pelos próximos quatro anos.
O objetivo da aliança é buscar um candidato à presidência competitivo, mas também ter força no Congresso para fazer frente ao grupo formado por siglas do 'centrão' e pelo bloco composto pelo PT, legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir do ano que vem. Os três partidos estimam que poderiam chegar a 140 parlamentares.
Os presidentes do MDB, Baleia Rossi, do União Brasil, Luciano Bivar, e do PSDB, Bruno Araújo, se reuniram em Brasília, nesta terça-feira, para reforçar que estão, de fato, em busca de um acordo. Depois de um breve encontro, eles posaram para fotos juntos com o intuito de demonstrar que há mais convergências do que divergências no momento.
— As três candidaturas (à presidência) que estão postas aqui estão submetidas à autoridade desse conjunto de forças políticas. As candidaturas são legítimas, postas por cada um dos nossos partidos, mas a partir do momento que caminhamos pela convergência de uma candidatura única elas estão submetidas à autoridade de um consenso — disse o presidente do PSDB.
Araújo reforçou que está autorizado pelo pré-candidato da sigla, o governador João Doria (São Paulo), a dizer que ele aceita participar do acordo em uma eventual federação, o que inclui até mesmo abrir mão da disputa como cabeça de chapa.
— Tanto a pré-candidatura da Simone Tebet (MDB), quanto do governador Doria estão consolidadas em seu partido. A nossa candidatura (União Brasil), embora seja uma opção, ainda não tem essa consolidação partidária que têm as duas outras — acrescentou Luciano Bivar.
Segundo o presidente do União Brasil, o primeiro objetivo é a construção da identidade do grupo e superar dificuldades nos diretórios estaduais. O segundo passo seria discutir os critérios para a escolha do candidato à presidência da República, o que ainda não foi feito.
Em caráter reservado, integrantes dos três partidos afirmam que há conflitos em alguns estados, como Pernambuco e Paraíba, que teriam que ser solucionados nas próximas duas semanas.
Na Paraíba, o MDB pretende lançar o senador Veneziano Vital do Rêgo ao governo do Estado, com o apoio do PT. No mesmo Estado, porém, o deputado Efraim Filho (União Brasil) quer disputar vaga no Senado em chapa de oposição ao ex-presidente Lula.
Em Pernambuco, por sua vez, a disputa ao governo estadual possui como adversários o PSDB, com Raquel Lyra, e União Brasil, com Miguel Coelho, filho do senador Fernando Bezerra (MDB).
— Pudemos confirmar hoje que temos muito mais convergências do que dificuldades, em pensamento e em projeto para o país. Mais do que nunca o que nos une é a vontade de apresentar um projeto moderado, equilibrado, que vise uma recuperação do nosso país na sua economia, visando geração de emprego, trabalho e renda — afirmou Baleia Rossi.