22 dos principais municípios do Estado podem apresentar reviravoltas nas últimas 72 horas antes da eleição. Todo cuidado é pouco
Por: Edson Rodrigues
Os resultados das pesquisas eleitorais registradas no TRE, cada uma com sua metodologia própria, até que se prove o contrário, são idôneas. Observando várias delas, de diversos institutos, podemos fazer uma leitura mais aprofundada dos dados apurados, que apontam que o eleitorado entre 16 aos 28 anos é o mais indeciso e, mesmo os que disseram já ter candidato, candidato admitem a possibilidade de optar por outro até o dia 2 de outubro, dia da eleição.
Outro dado das pesquisas é que serão pouquíssimos os que votarão em branco ou nulo, mas, o voto de protesto terá grande influência no resultado geral, entendendo-se por voto de protesto aquele conferido a candidatos inexpressivos, de pouca – ou nenhuma – experiência política ou de apelo humorístico.
Pois exatamente esse voto de protesto tende a ser o maior perigo para os candidatos tradicionais e até para os que aparecem à frente das pesquisas, pois tende, em muitos municípios, passar de marola à tsunami e trazer das urnas um resultado drasticamente diferente dos resultados das pesquisas ora publicadas por veículos de comunicações do Estado.
Há candidatos que aparecem com números favoráveis, em outras palavras com gordura, nas pesquisas e são exatamente eles que devem tomar os maiores cuidados, pois a mesma facilidade com que seus nomes vêm à boca dos pesquisados pode ser a que leve esses eleitores a optarem por outro, dentro do conhecido comportamento do “ele já ganhou, mesmo, vou votar no fulano, pois meu voto não vai fazer diferença”.
A história do “já ganhamos” é coisa do passado e, embora aumente o gás da tropa, pode acabar por prejudicar o candidato, principalmente entre os eleitores na casa dos 16 aos 28 anos, pois muitos estão desempregados, revoltados, passando por dificuldades e escolhem, justamente os candidatos com maior projeção para serem seus desafetos eleitorais, optando, assim, pelo voto de protesto.
As pesquisas apontam, também, que a classe feminina, dos 19 aos 28 anos, está, em sua maioria, desempregada e decidiu ainda em quem votar. Já os de menor escolaridade não querem perder o voto e são os mais volúveis, com facilidade de mudar de candidato do dia para noite.
TOCANTINS
Diante dessas constatações apontadas pelas pesquisas, são poucos os municípios em que não haverá surpresas e, nos 22 maiores municípios tocantinenses todas essas categorias de eleitores abordadas nas pesquisas estão presentes, o que indica que a “marola das últimas 72 horas antes das eleições” pode tomar maiores proporções e resultar em um cenário inesperado após a apuração dos votos.
Ante os últimos acontecimentos na política nacional, em que o governo do PT se mostrou o extremo oposto do que apregoava e de “guardião da ética” passou a “esporão da corrupção”, o povo tocantinense – e até mesmo alguns candidatos do próprio partido – já se mostraram avessos a tudo o que tem relacionamento com o PT, e o voto de protesto deve ser exatamente direcionado às instituições (partidos e pessoas) investigadas ou associadas aos casos de corrupção.
O eleitor tocantinense é um dos mais privilegiados do País em termos de acesso à informação, dada a quantidade e a qualidade de seus veículos de comunicação, dos mais diversos meios – internet, impressos, rádios e TVs, e não está ignorando os noticiários. Logo, os candidatos e partidos que têm “rabo preso” devem se precaver, pois está muito mais difícil enganar o eleitor.
Todo cuidado é pouco, pois as pesquisas revelam apenas uma fotografia do momento, ou seja, como seria se a votação fosse hoje. A hora agora é de dar toda a potência do motor na máquina de conquistar votos e fidelizar os já conquistados, tanto por parte dos candidatos a prefeito como para vereador.
A atenção ao marketing, à estratégia política e à massificação das mensagens 24h por dia deve ser incessante. Ninguém pode se considerar eleito, pois o efeito marola é real e, efetivamente, vai acontecer nestes próximos dias.
Candidatos que ficaram buscando ou ainda buscam a Justiça para proibir veiculação de pesquisas já cai na desconfiança do eleitorado, e o efeito disso é devastador. Já temos exemplos no estado.
Quanto, maior for o número dos eleitores indecisos e duvidosos, maior será a possibilidade do voto de protesto, logo, a chance de um efeito marola, é maior. Os resultados das pesquisas registradas no TRE, tornada públicas nos principais colégios eleitorais, dentre eles, Palmas, depende do número de eleitores pesquisados, quanto menos pesquisados, as chances de erro são maiores, bem como o campo pesquisado, e quem mapeia o campo pesquisa, costuma ser o contratante. Isso compromete o resultado da pesquisa.
Só a um remédio para o efeito negativo, a um candidato: trabalho, trabalho e mais trabalho, além de gás e mais gás, marketing e mais marketing, somando-se a isso tudo a estratégia política, muita publicidade e “cascalho”.
Sem “cascalho” esqueça. É eleição fadada à derrota.