Paulo Antenor, depois de passar dois meses fora do Tocantins, faz afirmações polêmicas e emite opiniões contrárias ao Governo
Por Edson Rodrigues
Imagine o economista de um grande banco privado dar uma entrevista afirmando que as contas da empresa não vão bem e que a instituição terá que fazer cortes nos gastos, demitir funcionários e que não terá dinheiro para arcar com as dívidas.
No mesmo dia da publicação da entrevista, as ações da empresa cairiam, os correntistas correriam à boca do caixa para sacar seu dinheiro e a credibilidade do banco nunca mais seria a mesma.
E o funcionário seria demitido por justa causa no mesmo dia.
Pois foi mais ou menos isso que fez o secretário da Fazenda, Paulo Antenor de Oliveira ao expor, com suas palavras, em uma análise sua, um Tocantins sem controle de gastos, sem planejamento, sem capacidade de cumprir compromissos, enfim, um estado desgovernado, nas palavras do secretário.
Se isso não foi um ato de rebeldia, de desobediência, com certeza foi um ato de sabotagem!
Auto-sabotagem, aliás, pois o secretário, responsável por todos os pontos negativos que apontou na entrevista, mostrou que a incompetência é dele, que a falta de controle é dele!
INÉDITO
Ver um secretário de Estado atirar no peito do governo do qual faz parte é algo inédito na história política do Brasil.
Enquanto todos procuram por soluções, no Tocantins o secretário da Fazenda põe é lenha na fogueira e, com suas declarações desastrosas para a economia estadual, coloca em risco uma série de negócios, empréstimos e ações pretendidas pelo governo do Estado, criando, aí sim, um futuro econômico nebuloso à sua frente, bem mais horrendo do que o quadro que o próprio Paulo Antenor pintou.
Fatos como esse seria impensável em governos como os de Antônio Carlos Magalhães, Pedro Ludovico e, para ficar em casa, José Wilson Siqueira Campos.
E entrevista foi tão impiedosa com o governo de Marcelo Miranda que, em conversa reservada com dois dirigentes de outros poderes, o que ouvi deles me levou a escrever este artigo.
Eles foram taxativos e unânimes em afirmar que se um de seus auxiliares se atrevesse a constrangê-los da forma como fez Paulo Antenor com o governador Marcelo Miranda, “o demitiriam por telefone, mandando, imediatamente, que deixasse seu gabinete” e ainda colocariam, no ato exoneração, no Diário Oficial as palavras “para o bem do Estado e do serviço público”!
MARCELO MIRANDA
O governador Marcelo Miranda, nos últimos dias, tem intensificado os trabalhos em Brasília, com reuniões no Palácio do Planalto, com os diretores da Caixa Econômica Federal, com o presidente do Banco Central e com membros da bancada federal do Tocantins, somando forças no sentido de liberar recursos dos empréstimos que vão contemplar os 139 municípios tocantinenses e apara a construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional.
Se as reuniões técnicas não têm sido imagina agora, depois das declarações descabidas do seu secretário da Fazenda?
O coordenador do Escritório de Representação do Tocantins em Brasília, Renato da assunção, que vem trabalhando de forma ágil e competente, juntamente com seus técnicos e auxiliares, buscando uma saída legal para que os Conselhos da CEF e do Banco Central aprovem o mais rápido possível a liberação desses recursos que são vitais para os municípios.
TIRO NO PEITO
Logo, torna-se inadmissível uma deselegância, uma arrogância, uma falta de compromisso dessa dimensão por parte do secretário da Fazenda.
Nem mesmo o “sumiço” de dois meses de Paulo Antenor denegriu tanto sua imagem junto aos dirigentes e ao povo tocantinense, e, o pior, a imagem do próprio Estado do Tocantins, justamente em um momento tão delicado.
A entrevista publicada, hoje, por um veículo de comunicação impresso, configura em uma atitude pior do que todas as ações já praticadas pelos opositores de Marcelo Miranda, juntas.
Além de ser um “tiro no peito” da entidade Estado do Tocantins, deixou transparecer que não há hierarquia, muito menos respeito pela autoridade maior, que é o governador.
Paulo Antenor pode até ser um bom técnico na sua área, mas mostrou que não entende nada de trabalho em equipe, de respeito à liderança, de reconhecimento de hierarquia e, principalmente, de resguardo e fidelidade no repasse de informações confidenciais.
Para se ter uma idéia, nem residir em Palmas o secretário reside...
Alguém ainda tem dúvida da sua falta de compromisso com suas funções, com o governo do qual faz parte (?) e com o povo tocantinense?
Só falta, agora, ficar tudo por isso mesmo.....
PERFIL:
Paulo Antenor de Oliveira é formado em Ciências Contábeis e acumula experiência adquirida como servidor de carreira da Receita Federal, dirigente sindical e secretário de Planejamento do Governo do Distrito Federal, onde também, anteriormente, foi subsecretário da Modernização da Gestão. ´
Tem 49 anos, é natural de Afonso Claudio, ES, e é suplente do senador Magno Malta. Tem residências em Brasília e em Vitória, ES, com patrimônio declarado de R$ 1.334.000,00.
No Tocantins, desde abril de 2016, atuava como subsecretário de Estado da Fazenda.