Ex-presidente da República também anuncia a criação de ministérios e reafirma ser contra a privatização de empresas estatais
Por Hugo Marques
Em uma entrevista à Rádio Educadora AM de Piracicaba (SP) hoje, o ex-presidente Lula deixou claro que em um eventual novo mandato vai criar novos ministérios e novas empresas estatais. “Vamos recriar o Ministério da Cultura, vamos recriar o Ministério do Meio Ambiente, vamos fazer o Ibama voltar a funcionar, vamos criar o Ministério da Igualdade Racial, vamos criar o Ministério da Pesca, nós vamos criar várias coisas, nós vamos criar comitês de cultura nesse país, vou criar um ministério para cuidar das questões indígenas nesse país”, disse.
Privatizar, ao que tudo indica, continuará sendo uma palavra proibida no governo petista. “Sou contra privatização”, reafirmou o candidato petista. O ex-presidente prefere a criação de empresas de economia mista, a exemplo do Banco do Brasil e da Petrobras. A Lava-Jato revelou o resultado prático dessa preferência.
Na entrevista, Lula demonstrou irritação com perguntas sobre corrupção durante os governos do PT. O entrevistador Paulo Eduardo Carlim perguntou: “Lula, eu queria voltar à temática das acusações de corrupção que pesaram sobre você e sobre e sobre o PT, no caso, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, ocultação de patrimônio, enfim, aquilo que ficou conhecido como ‘Quadrilhão do PT’. Você considera que tenha sido traído por tantos dos seus pares, muitos condenados, e que inclusive chegaram a devolver dinheiro aos cofres públicos, ou em que medida o presidente Lula tenha sido talvez negligente com o que se passava no segundo, no terceiro escalão do governo?”.
Aparentando nervosismo, Lula respondeu: “Deixa eu te dizer uma coisa, Paulo, você é uma pessoa séria, você é um jornalista competente, você não sabe o que está acontecendo na tua casa agora, você sabe? Se eu perguntasse o que o seu filho está fazendo, você sabe? Querer que um presidente da República saiba o que acontece no meio de um milhão de pessoas, querer que um presidente da República saiba o que está acontecendo em oito milhões e meio de quilômetros quadrados, que representa o governo federal, é no mínimo má fé”.
A justificativa é muito parecida com a de Jair Bolsonaro quando confrontado com o mesmo problema.