Moraes decide oficiar Tarcísio sobre suposta participação em reunião golpista

Posted On Quinta, 17 Julho 2025 14:48
Avalie este item
(0 votos)

Ministro diz ter tomado decisão após advogado de Filipe Martins insinuar que governador de SP esteve presente em encontro no Alvorada; Tarcísio nega

 

 

Por Marina Verenicz

 

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que vai oficiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o nome do ex-ministro ter sido citado durante depoimentos no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado articulada por aliados de Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

 

A decisão foi anunciada na quarta-feira (16), após o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins — ex-assessor especial de Bolsonaro —, questionar o tenente-coronel Mauro Cid sobre uma suposta participação de Tarcísio em reunião realizada no Palácio da Alvorada, na qual teria sido discutida uma minuta de intervenção.

 

 

Diante da insinuação, Moraes advertiu o advogado: “O governador de São Paulo não é investigado neste processo. O senhor quer que eu informe mais alguma autoridade sobre suas acusações?”, disse. Segundo o ministro, a menção feita por Chiquini seria levada formalmente ao conhecimento de Tarcísio.

A situação voltou à tona durante o depoimento do general da reserva Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), também ouvido nesta semana. Chiquini insistiu em perguntas sobre registros de imagens dos atos de 8 de Janeiro, sendo novamente interrompido por Moraes, que considerou a linha de questionamento uma tentativa de desviar o foco do processo.

 

“Seletividade da PGR”

Após a repercussão, Chiquini usou as redes sociais para afirmar que nunca acusou formalmente o governador. Segundo ele, a menção ao nome de Tarcísio se limitou à exibição de uma planilha com registros de entrada no Alvorada em data e horário próximos à suposta reunião. O material havia sido anexado ao inquérito pela Polícia Federal.

 

“A defesa está demonstrando que essa planilha não significa e não prova nada”, disse o advogado. Ele também acusou a Procuradoria-Geral da República de conduzir uma investigação seletiva, em suas palavras, “num vale-tudo persecutório que envergonha o Estado de Direito”.

 

 

 

{loadposition compartilhar} {loadmoduleid 252}