O falecimento da jornalista Shislene de Sousa Barreto, na madrugada do último domingo, 31 de maior, levantou reflexões sobre a profissão de jornalista, a desvalorização da categoria, o descaso para com os profissionais da área. Isso porque, após dar sua contribuição na vice-presidência da extinta Redesat, Kibb Barreto, como gostava de ser chamada, foi relegada – a exemplo de alguns outros profissionais já falecidos e a alguns ainda vivos - pela maioria dos políticos e das Assessorias onde bateu à porta em busca de trabalho.
Com Assessoria
Atenção diferenciada veio da Assembleia Legislativa, por meio do presidente Antônio Andrade, que comprometeu-se a destinar verba para pagar-lhe um salário digno ao site que a absorvesse no seu quadro. Tal conquista, foi possível graças ao esforço do diretor de comunicação daquela Casa de Leis, Edivaldo Rodrígues.
Alguns empresários, deputados estaduais chegaram a contribuir pontualmente com a feijoada organizada pelos amigos de Kibb, este ano, a fim de arrecadar fundos destinados a ela, quando já encontrava-se doente. O Sindicato dos Jornalistas do Tocantins apoiou tal ação.
Por mais de ano, Barreto sobreviveu com base nas poucas reservas que tinha e, principalmente, com a ajuda e cuidados de parentes e amigos. Assim tem sido com alguns outros jornalista que muito já se dedicaram a este estado, que passaram ou passam por situação similar e/ou pior.
Deputado Antonio Andrade
Muitos não sabem quem foi Kibb Barreto, muito menos a contribuição dada por ela ao Tocantins. Ainda em 1988, com a criação do Tocantins, veio para o Estado, com o então jornalista Salomão Wenceslau, a fim de fundar o O Jornal. Fixou-se em Miranorte, próximo à Miracema, primeira capital, onde a sede do veículo foi fixada. Com a construção de Palmas, O Jornal transferiu a sua sede para Capital do Tocantins.
Juntamente com Salomão, Kibb acompanhou o nascimento e o crescimento de Palmas. Viu esta terra transformar-se em um canteiro de obras, auxiliou a reportar as primeiras histórias, noticiou fatos, o desenvolvimento, a política, testemunhou a criação do Tocantins. Após um longo período no O Jornal, por problemas de ordem pessoal, Kibb teve que retornar para Goiânia, terra natal.
Em 1995 voltou para Palmas. Novamente no O Jornal, assinou por vários anos a coluna “Toc com Kibb Barreto”. Foi no Tocantins que consolidou sua vida profissional, se destacou no jornalismo Cultural, atuou como colunista, assessora, trabalhou com políticos, assumiu a gestão da RedeSat. Como muitos tocantinenses, esta foi a terra que escolheu para viver, construir sua vida, criar seus filhos.