Depois da tempestade, presidente da República e governador do Tocantins precisam trocar equipes se quiserem um bom 2018
Por Edson Rodrigues
Porto Nacional, 07/08/2017
O governo do Estado deve ter como prioridade na possível reforma administrativa que está por vir a recriação da secretaria da Habitação, que teria várias linhas de crédito e programas federais voltados para o quesito habitacional no Estado, além da recriação do “cheque reforma”, programas de saneamento básico e tantos outros, voltados para a classe média baixa.
Por não ter uma secretaria de Habitação, formada por técnicos capacitados, com condições de elaborar projetos técnicos, fundamentados nos ditames do governo federal, mesmo com todo o desprendimento – e excelente trânsito nos ministérios – dos nossos representantes em Brasília, deixa de receber verbas importantes que sanariam boa parte das reivindicações populares.
São três senadores e seis deputados federais governistas que só terão até dezembro para tentar levantar essas verbas, como emendas impositivas, pois ano que vem é ano eleitoral e ficam proibidas as liberações de recursos. Mas isso só será possível com a criação imediata da secretaria de Habitação.
Tudo tem que ser feito com celeridade, da criação da secretaria à contratação dos técnicos. Uma secretaria de Habitação seria de muito valor na formação de parcerias com nossos municípios, dando ao governo Marcelo Miranda condições de, nestes últimos meses, implantar um programa habitacional de grande alcance social, oxigenando o mercado da construção civil, gerando empregos e aquecendo a economia dos municípios.
SITUAÇÃO NACIONAL E O EXEMPLO DE TEMER
A partir do cessar-fogo político com a definição da continuidade do governo Temer, o Brasil deve ter uma calmaria no sangramento econômico, com uma refreada na inflação e uma queda no desemprego. Sendo o governador Marcelo Miranda aliado do presidente Michel Temer, não temos dúvida de que com essa nova situação nacional o Tocantins poderá sair beneficiado, até à frente de estados mais tradicionais, mas que trabalharam pela saída do presidente da República.
Para não perder a oportunidade, o presidente Michel Temer, depois de salvo pelo gongo resolveu se livrar também das suas “amantes”, aqueles políticos que se diziam seus aliados, mas que só eram aliados do poder e das verbas. Nas viagens e nas aparições públicas do presidente, evitavam ser filmados ou fotografados ao seu lado.
Assim deve fazer Marcelo Miranda, definindo, finalmente, quem está ou não está ao seu lado. Quem merece e quem não fez por merecer fazer parte do seu governo. Afinal, o ao de 2018 se aproxima e os papéis de cada um devem estar muito bem definidos para que as maquias andem, tanto a estadual, administrativa, quanto a de campanha, quando iniciar o prazo legal dado pela Justiça.
Marcelo precisa fazer uma avaliação política e construir um ambiente de governo de coesão. Além de abrir espaço para novos companheiros, o governador deve repatriar vários ex-companheiros.
Se Marcelo quiser, mesmo, permanecer no governo por mais 4 anos, tem que montar um governo de coalizão, de união, de companheiros e não de amantes. Para isso dar certo, só há um caminho: o Diário Oficial.
O Diário Oficial da União, na última sexta-feira, já veio cheio de exonerações de “amantes” e de nomeações de técnicos e companheiros fiéis. Quando será que isso vai acontecer no Diário Oficial do Tocantins?
SITUAÇÃO ESTADUAL
Mas o governo Marcelo Miranda precisa estar atento para não guardar em seu cerne lideranças, dirigentes partidários, detentores de mandados, principalmente em cargos de direção e assessoramento, pessoas refratárias à formação de um pacto político com vistas às eleições de 2018.
A permanecer essa sensação de “amantes”, isso pode ser ruim não só para o próprio Marcelo Miranda, mas para os companheiros que já comprovaram sua fidelidade e continuam a ser tratados com indiferença. A demora de Marcelo Miranda em reformular essa situação era até compreensível, até a definição da situação de Michel Temer. Mas, Temer ficou e essa incerteza faz parte do passado.
Marcelo tem que agir rápido, politicamente e no campo administrativo. Sabemos que o Tocantins não está ótimo, mas também não é dos piores em termos de Saúde, Transportes, Segurança Pública, Saneamento Básico e somos um dos pouco estados a pagar em dia a folha dos servidores (mesmo co alguns benefícios e direitos em fase de negociação) e até um concurso público está previsto, graças ao empenho não só do governador Marcelo Miranda, mas da nossa bancada federal e com apoio dos deputados estaduais que têm se esforçado para garantir a governabilidade.
Também podemos destacar o trabalho da secretária de Educação, Wanessa Zavarese Sechim, área onde tivemos muitos avanços, que deixa o conforto do ar condicionado para viajar pelos municípios e conhecer a situação das nossas escolas e que vai à Brasília em busca de recursos para reformas e ampliações, coisa que já vem dando resultado nos vestibulares, cursos técnicos e concursos públicos.
A PONTE DO DIÁLOGO
Em meio a todo esse turbilhão, o governador Marcelo Miranda vem tendo um fiel companheiro que lhe fornece equilíbrio e condições de enfrentar com conhecimento de causa cada problema que lhe é apresentado. Estamos falando do secretário de Administração, Dr. Geferson Barros,que vem sendo uma peça muito importante no governo, a verdadeira engrenagem que faz todo o resto da máquina rodar sem problemas, a quem podemos chamar de “a ponte do diálogo”.
Cidadão seguro de seus princípios, respeitador, que trata cada servidor, cada sindicalista, cada entidade representativa do funcionalismo público com todo o respeito que lhes é devido, suscitando uma empatia imediata, o que permite que as conversações sigam sempre em alto nível, sem ataques ou retaliações.
Sem desmerecer os demais membros do governo Marcelo Miranda, boa parte do avanço nas negociações se deve graças ao emprenho do Dr. Geferson Barros, que se tornou, de forma natural, um dos homens fortes do governo e angariou o respeito dos líderes sindicais e classistas com quem tem travado conversações. Para muitos, sua palavra vale mais que ouro no complicado trabalho de diplomacia rumo ao entendimento.
Mas, tudo o que foi falado até agora se deve, também a uma das maiores qualidades do governador Marcelo Miranda, que não é um homem de afronta nem de discórdia. Pelo contrário, é humilde e agregador, além de carismático e paciente, que, mesmo com todos os problemas tem procurado manter uma boa convivência com os demais poderes e, por isso, está conseguindo vencer essa travessia por um mar turbulento e cheio de tempestades.
Apesar das ações nefastas dos parlamentares do baixo-clero, tanto estaduais quanto federais, estarem fazendo de tudo para tumultuar a situação, o Tocantins já consegue ver além da neblina e a terra firme da estabilidade à frente. Basta saber consultar os “oráculos” que têm o mapa para uma chegada tranqüila ao porto.
Enfim, o pior já passou e Deus já fez a sua parte. Agora é o grande momento para que o Marcelo faça um ajuste final, uma sintonia fina, em sua equipe de governo, sob pena de perder para ele mesmo, simplesmente por falta de ação.