OPOSIÇÃO UNIDA SERÁ GRANDE OBSTÁCULO PARA REELEIÇÃO DE PREFEITOS, SEGUNDO PESQUISA IBOPE

Posted On Terça, 05 Janeiro 2016 09:32
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Mandatários do PT são os que terão mais problemas para se reeleger. Prefeitos do interior levam vantagem pela proximidade com os eleitores

 

Por Edson Rodrigues

 

O descrédito com a classe política brasileira é tão grande que os reflexos da podridão e da roubalheira praticados nas esferas superiores do poder atingiram em cheio os municípios brasileiros.  E olha que não estamos falando apenas na falta de recursos e de descaso.  Estamos falando no total descrédito da população para com a classe política como um todo.  Presidente, senadores, deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores estão todos no mesmo “balaio da corrupção” para os eleitores.

Em geral, a eleição de 2016 não será fácil para os atuais prefeitos. É o que dizem os próprios eleitores. Segundo pesquisa exclusiva do Ibope, feita a pedido da coluna, menos de um terço dos brasileiros pretende votar no prefeito da cidade onde mora (22%) ou no candidato indicado por ele (8%). A maior parte prefere alguém de oposição (40%) ou diz que não votará em ninguém (16%). O restante não sabe ou não respondeu.

O resultado é ruim para quem está no poder, mas poderia ser pior. Cerca de um terço dos eleitores está indeciso, contrariado com todos os partidos ou nem pensou em eleição. É aí que os candidatos governistas buscarão os votos que lhes faltam. Como será uma campanha curta e sem doações empresariais oficiais, candidatos mais conhecidos levam vantagem – em tese.

A tendência oposicionista reflete problemas locais e a crise nacional, mas a pesquisa mostra que uns prefeitos terão mais dificuldade do que outros. As chances variam segundo a região do País: candidatos de oposição têm maior vantagem no Norte/Centro­Oeste (46%, contra 23% dos governistas) e no Sudeste (42% a 24%) do que no Sul (27% a 33%) e no Nordeste (39% a 41%).

Depende também do partido do prefeito. Os prefeitos petistas (17%) e seus candidatos (5%) têm, em média, apenas 22% de intenção de voto, contra 33% declarados para candidatos de oposição. É nas cidades administradas pelo PT, porém, que há a maior taxa de indecisos: 29% dizem que não votarão em ninguém, e 16% não souberam responder. Aos prefeitos do PT resta tentar resgatar parte dos 45% de eleitores perdidos pelas incontáveis denúncias de corrupção envolvendo o partido.

A situação talvez seja até pior para o PMDB. Em média, a intenção de voto nos prefeitos do partido (14%) e candidatos apoiados por eles (10%) é tecnicamente igual à dos petistas, mas a declaração de voto em candidatos de oposição aos prefeitos peemedebistas é a mais alta entre todos os partidos: 49%.

Este diagnóstico O PARALELO 13 já havia feito em nossa ultima edição, em dezembro de 2015.

Os danos são claros. A sociedade, o cidadão, o eleitor quer apostar no novo.

A pesquisa encomendada pelo jornal o Estado de São Paulo ao IBOPE revela dados preocupantes, principalmente para os atuais prefeitos da região norte onde os dados demonstraram um quadro negativo para os que detém de mandato.

Segundo os números, no caso especifico de Palmas, no caso de a oposição se dividir em mais de uma candidatura, dificilmente conseguirá êxito, principalmente por não haver segundo turno.

O eleitor liga tanto o PT como o PMDB pelo lamaçal de corrupção da Lava jato e  aqueles que conseguirem se manter à distância dessa mácula serão os que terão mais chances com o eleitorado.

E tem um ingrediente novo nesta eleição municipal. Não serão permitidas doações das empreiteiras e empresas aos atuais prefeitos, sob pena de perda de registro de suas candidaturas.

Tanto PF, MPF e MPE estarão, a partir de agora, com o Big Brother, ligado 24 horas.  Todo e qualquer deslize será “um flash”.

Ate marco, pode haver mudanças nos quadros sucessórios em dezenas de municípios tocantinenses, pois é ultimo prazo para quem quiser disputar um mandato nas eleições municipais que ocorrerão em 3 de outubro próximo se filiar a um partido. Daí para frente, oficialmente, a sucessão esta nas ruas.

 

NOSSO PONTO DE VISTA

Em termo de Estado, os PMDBs de Kátia e Marcelo estarão no páreo. O PSD do deputado Irajá e da senadora Kátia, o PT do senador Donizeteh, Lula e Dilma, o PSDB do senador Ataídes, o PPS do deptado Eduardo do Dertins, o PSB do prefeito da Capital, Carlos Amastha, mas, principalmente, o PR do senador Vicentinho Alves.

Dizemos principalmente, porque Vicentinho vem fazendo um grande trabalho político pelo interior do Estado, trazendo para junto de si nomes importantes e lideranças de grande representatividade.  O segredo de Vicentinho é que, apesar de apoiar a presidente Dilma Rousseff, parece que usou um “repelente anticorrupção”.  Os escândalos, os malfeitos e principalmente as lambanças do PT da presidente não “grudaram” no PR de Vicentinho, transformando a legenda em uma das mais atraentes para os eleitores, principalmente depois que Ciro Gomes e o ministro Jaques Wagner deram suas contribuições de fogo amigo, afirmando com todas as letras que o PT havia se “lambuzado na corrupção”, dando margem às interpretações óbvias do eleitorado.

Enquanto isso, o PR de Vicentinho vem atuando nos executivos e nas câmaras municipais atraindo bons quadros para disputar uma vaga nas câmaras e prefeituras.

Outro fator a ser bastante considerado tem nome e sobrenome:  Marcelo Miranda. Se Kátia Abreu representa o PMDB de Dilma Rousseff, Marcelo representa “apenas” o PMDB.

Uma vez conseguindo colocar o Tocantins nos trilhos, readequando a economia estadual, efetuando um reforma administrativa eficiente e que demonstre resultados, Marcelo chegará a agosto como o cabo eleitoral com maior poder de fogo para influenciar no resultado das eleições, transformando qualquer candidato que apóie em principal favorito, uma vez que o pleito ainda está totalmente em aberto, segundo a pesquisa do IBOPE.

Segundo o Ibope, as eleições nas capitais e nos municípios ao seu redor, ou seja, na periferia das regiões metropolitanas, estão mais abertas do que nas outras cidades. Nas metrópoles, o eleitor se mostra mais em dúvida sobre em quem votar: 40% não têm candidato ou não sabem responder, contra 23% no interior. Explica­se: nas cidades menores, o eleitor está mais perto dos políticos, os conhece pessoalmente, sabe quem é quem. Como consequência, os alinhamentos eleitorais são mais precoces. Nos municípios interioranos, 44% declaram preferência por um candidato a prefeito de oposição à atual administração. É uma taxa maior do que nas capitais (33%) e periferias (36%). Mas o apoio aos prefeitos no poder ou a seus candidatos também é maior nas cidades As chances dos prefeitos do interior: 33%, contra 27% nas capitais e 24% nas cidades do seu entorno. O resultado da eleição nessas cidades menores dependerá, portanto, do número de candidatos fortes.

Na grande maioria dos municípios do interior não há segundo turno, porque o eleitorado não chega a 200 mil pessoas. Teoricamente, a diferença de 11 pontos a favor da oposição detectada pelo Ibope seria suficiente para um oposicionista conquistar a prefeitura. Mas isso só acontecerá se a oposição se unir. Com, em média, 37% das intenções de votos nas cidades de até 50 mil habitantes, o governista tende a vencer se os 40% de oposicionistas se dividirem entre dois candidatos ou mais.

Ou seja.  Até março, com a convenção do PMDB nacional, os dados são esses.  Mas tudo pode mudar, de acordo com o que for decidido pelos peemedebistas.

Quem viver verá!