Renúncia do ministro da Economia do Japão após reportagem que levantou suspeita de corrupção e a prisão de todos os vereadores de uma cidade mineira
Por Edson Rodrigues
O ministro da Economia do Japão, Akira Amari, um aliado e indicado para o cargo pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, anunciou ontem sua renúncia ao cargo. Amari disse que tomou a decisão para assumir a responsabilidade por um escândalo envolvendo fundos políticos.
A revista semanal Shukan Bunshun publicou na semana passada que fundos políticos teriam sido recebidos por Amari e assistentes dele. O dinheiro veio de uma companhia envolvida em uma disputa
Amari admitiu que recebeu pessoalmente um total de 1 milhão de ienes (US$ 8.400 ou cerca de 33 mil reais) em duas ocasiões de uma pessoa da companhia.
Amari disse que renunciava para evitar prejudicar os planos de revitalização econômica garantir que o orçamento para o ano fiscal que começa em 1º de abril seja aprovado sem demora no Parlamento. Ele pediu desculpas e disse que assumia a responsabilidade por gerar problemas para o premiê e seu governo.
O detalhe é que sua renúncia foi resultado de uma simples suspeita levantada por uma reportagem...
CIDADE MINEIRA SEM LEGISLATIVO
Todos os vereadores da pequena cidade mineira de Centralina, distante 668 quilômetros da capital Belo Horizonte, foram presos em uma operação do Ministério Público de Minas Gerais por desvio de dinheiro público. Em 19 de janeiro, quatro membros do Legislativo municipal foram levados pela polícia na primeira fase da Operação Viagem Fantasma, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. A segunda fase da operação, deflagrada ontem, levou os outros cinco.
Segundo o MP, a operação investiga crimes como recebimento de diárias de viagens que na realidade nunca aconteceram e o desvio de dinheiro público por vereadores e servidores da Câmara Municipal. Os políticos são acusados dos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Os quatro primeiros vereadores presos já foram soltos, mas antes renunciaram ao cargo e fecharam acordo para ressarcir os cofres públicos.
CIDADE TOCANTINENSE NO MESMO CAMINHO
Pois é. Enquanto esses fatos vêm trazendo à tona o mal que a corrupção faz para a vida do povo, no Tocantins o exemplo dos vereadores mineiros vem sendo seguido por diversos legisladores municipais em diversas cidades grandes e pequenas. Há tempos ouvem-se rumores de farra de diárias, aluguel de carros e obras fantasmas pelo Estado afora.
Mas, em uma dessas cidades, um membro da Câmara Municipal resolveu dar exemplo e reunir provas da prática desses crimes. O melhor de tudo, é que esse vereador já levou farta documentação ao Ministério Público tocantinense e procurou O Paralelo 13 para apresentar suas suspeitas.
Como representantes da imprensa, estamos apurando os fatos, investigando as denúncias e analisando a documentação – farta, repetimos – e esperando o reinício dos trabalhos do Ministério Público para ver o quê vai acontecer.
Se a ação do nosso Ministério Público seguir a agilidade e o desprendimento dos mineiros, em nossa próxima edição impressa já estaremos revelando qual cidade tem vereadores envolvidos na farra das diárias, nos aluguéis abusivos de carros e no patrocínio de obras fantasmas e, o principal, quem são esses vereadores que se aproveitaram da confiança dos eleitores para encher os próprio bolsos.
Esperamos, sinceramente, que o Ministério Público do Tocantins apure as denúncias e, se houver consistência, puna severa e celeremente os envolvidos, seguindo os exemplos que citamos acima para dar um alento à população tocantinense e brasileira que já não suporta mais tantos casos de corrupção que dilapidam o patrimônio público e desviam verbas que seriam cruciais para áreas tão degradadas como a Saúde Pública, a Educação e a Infraestrutura básica.
MAS, CONTUDO, TODAVIA, PORÉM....
O ministro da Fazenda Nelson Barbosa anunciou ontem, na reunião no Conselhão, medidas de incentivo ao crédito que somam R$ 83 bilhões. Barbosa defendeu as medidas e afirmou que elas não vão prejudicar o combate à inflação. Segundo ele, a alta dos preços no país neste momento se deve a um choque de oferta que está sendo combatido pelo Banco Central com os instrumentos certos.
Barbosa acrescentou ainda que as ações envolvem recursos que já estão disponíveis na economia. O dinheiro que vai reforçar as linhas de financiamento vem principalmente do pagamento das pedaladas fiscais (atrasos nos repasses de recursos do Tesouro para bancos e o FGTS), que foram quitadas no final do ano passado.
O ministro informou que serão tomadas precauções para que a medida não gere superendividanento das famílias e lembrou que a legislação brasileira é “prudencial”, com travas para evitar que um mesmo salário seja dado em mais garantias de financiamento. Ele destacou que a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e regulamentada pelo Conselho Curador. Assim, que a medida for detalhada, disse o ministro, as pessoas terão condições de manifestar sobre ela.
Traduzindo em miúdos, o governo do PT quer incentivar os cidadãos endividados a fazer empréstimos nos bancos – que terão lucros milionários com os juros advindos desses empréstimos – usando como garantia o dinheiro do próprio cidadão, o FGTS.
Não é bonitinho?
Por qual motivo o governo não usa os recursos solapados pela corrupção, as reservas cambiais ou todo o dinheiro que represou durante o ano passado reservado para os repasses aos estados e emendas parlamentares?
Definitivamente, não dá para entender os caminhos tortuosos do dinheiro nas mãos dos administradores e economistas do PT...