Nestes dias de Carnaval, O Paralelo 13 foi a campo, sentir para que lado sopram os ventos nos bastidores da política palmense e analisar alguns pontos de interrogação que ainda pairam sobre a cabeça do eleitorado
Por Edson Rodrigues
Um deles acaba de ser eliminado: o vice-governador Wanderlei Barbosa está definitivamente fora da corrida sucessória na Capital e já “jogou a toalha”, atitude que coloca em declínio a importância política histórica da sua família, levando-se em consideração que seu filho, Léo Barbosa, foi eleito deputado estadual com a maior votação em Palmas, seu irmão, Marilon Barbosa foi eleito vereador, também com a maior votação e é presidente da Câmara Municipal.
A grande perda com a desistência de Wanderlei recairá sobre seus milhares de seguidores e eleitores, além dos vários pré-candidatos a vereador, que ficam órfãos, sem sua maior referência política na Capital.
Segundo fontes, Wanderlei desistiu da candidatura por conta de atritos intransponíveis com membros da Cúpula do governo Mauro Carlesse e o alto índice de impopularidade do governo estadual junto ao eleitorado da Capital.
FAMÍLIA BARBOSA
Filho, irmão e pai de políticos, criado em uma família enraizada na política palmense, com relevantes serviços prestados á comunidade da Capital, todos com suas fichas limpas, sem nenhum processo ou suspeita de irregularidade por onde passaram como homens públicos, Wanderlei Barbosa nunca escondeu de ninguém seu desejo de ser prefeito de Palmas, seguindo a história de seu pai, Fenelon Barbosa. Como vice-governador, sua candidatura à prefeitura com o apoio do Palácio Araguaia seria natural.
Fenelon Barbosa, 1º prefeito da capital, recebe homenagem da mão dos filhos Wanderlei Barbosa, vice-governador do estado, e Marilon Barbosa, presidente da Câmara do Vereadores de Palmas - Foto Tharson Lopes/Governo do Tocantins
Mas, não foi isso que aconteceu. Renegada desde que foi ventilada por vários membros da equipe do governo do Estado, que nunca foram simpáticos à idéia. Somando-se isso à insegurança político partidária, acabou que sua candidatura simplesmente não “decolou” e veio perdendo espaço com o passar do tempo.
Para piorar a situação, Wanderlei é o vice-governador de um governo que, para enquadrar o Estado na Lei de Responsabilidades Fiscais, teve que tomar medidas impopulares, com milhares de demissões e congelamento de progressões e promoções de servidores concursados, extinção de cargos de direção e cancelamento de gratificações. Com isso, sua pré-candidatura acabou virando o “saco de pancadas” predileto da oposição e dos “amigos da onça” no próprio governo, sendo que, para alguns, sua instabilidade era tida como “troco” ou “vingança” por motivos que desconhecemos.
Mesmo assim, Wanderlei Barbosa sempre se manteve como um dos cinco melhores colocados nas pesquisas de consumo interno, graças ao seu histórico político e prestígio pessoais, mostrando que não é uma peça política que possa ser simplesmente descartada do tabuleiro sucessório.
Apesar de não se falar mais em “currais eleitorais” e transferência de votos é inegável que a família Barbosa tem muitos votos de um eleitorado cativo, que reconhece tudo o que a família fez pela Capital desde a sua criação.
Resta saber a quem será mais fácil direcionar esses votos, pois, com Wanderlei fora da disputa, a família precisará de um palanque para a reeleição de Marilon Barbosa.
O “jogo” começa a ser jogado. Aguardemos os próximos lances!