Movimentação do PR para se aproximar do MDB seria primeiro indício de que legendas estão seletivas na hora da composição
Por Edson Rodrigues
No Tocantins, já ficou claro que sem o coeficiente eleitoral, não se elege nenhum deputado federal. Quem mais se aproximou de uma eleição direta, sem necessidade desse cálculo foi Kátia Abreu, quando se candidatou à Câmara Federal.
Depois de Kátia Abreu, apenas Dulce Miranda e o saudoso Jr. Coimbra chegaram perto desse feito, com pouco mais de 80 mil votos. Não devemos esquecer, entretanto, que votos nulos e em branco, muito menos abstenções, entram no cálculo do coeficiente.
É por isso que nestas eleições o que está se vendo é um verdadeiro “Deus nos acuda”, em que os partidos, por intermédio de suas cúpulas fecham parcerias com outras legendas por puro instinto de sobrevivência, numa espécie de “casamento com separação de bens” e com prazo de validade previamente estabelecido – que seria o dia 7 de outubro.
No segundo turno, os mesmos “noivos” e “noivas” do primeiro turno vão trocar de par, com outro “pacto nupcial”, em que a validade para a separação de bens está marcada para 1º de janeiro.
O pior, é que tudo isso vem acontecendo na base do “fio do bigode”, um verdadeiro “pacto siciliano’.
PR
O PR, do senador Vicentinho Alves, já percebeu que não há outro caminho, senão o demonstrado acima, e deve se coligar proporcionalmente com três ou cinco partidos para formar um “chapão” que garanta o coeficiente, seguindo a movimentação das legendas com maior número de correligionários, que têm como única finalidade a formação de coligações fortes, os chamados “chapões”, para eleger seus parlamentares federais e estaduais e garantir uma representatividade política significativa.
A busca do PR por um “chapão” ocorre porque a legenda não tem um número suficiente de candidatos a deputado federal nem estadual para chegar a um número de votos que lhe garanta o coeficiente eleitoral para uma ou duas vagas na Câmara Federal, muito menos na Assembleia Legislativa.
Ou seja, o partido se vê obrigado a coligar com uma legenda de maior porte – e maior aporte de votos – para poder ter os seus representantes, mesmo que poucos, nos parlamentos, pois nos “chapões”, acaba sendo eleito quem tem mais voto, eliminando o “efeito garupa”.
Os bastidores políticos ventilam que o PR vem tentando uma aproximação com o MDB, mirando duas vagas na Câmara Federal e, pelo menos, cinco na Assembleia Legislativa.
É preciso ressaltar que o MDB que o PR “namora”, está fechado com Carlos Amastha, que não tem grande penetração no interior do Estado. O que pode fazer com que esse “barato“ buscado pelo PR, possa acabar lhe saindo muito “caro”. Mesmo assim, segundo as previsões do partido, a aposta vele o risco.
NANICOS UNIDOS
Essa situação vem causando descontentamento e desconfiança entre os candidatos e partidos de menor expressão, que veem suas candidaturas cada vez com menos chances de sucesso.
Esses candidatos e partidos que se sentem ameaçados têm prefeitos de municípios importantes que compõem sua base eleitoral e se não escolherem muito bem com quais partidos se coligarão, podem correr o risco de servir de “boi de piranha”, amealhando um número significativo de votos, mas vendo seus candidatos preteridos em detrimento dos candidatos dos partidos maiores, que se beneficiariam do coeficiente eleitoral.
Os partidos pequenos tendem a coligar entre si, pois, além dos votos, precisam de uma boa infraestrutura de campanha para baratear os custos uma composição que distribua os votos do cociente eleitoral entre seus próprios quadros, o que não acontece se a coligação for com partidos maiores e com candidatos já detentores de mandatos.
Até os próximos capítulos!