Câmara dos Deputados será representada por 19 partidos – 11 a menos do que na eleição passada. No Senado, partido terá oito parlamentares
Por Victor Fuzeira
Os brasileiros foram às urnas, no domingo (2/10), e definiram os 513 parlamentares que representarão as 27 unidades da Federação na Câmara dos Deputados. Com os resultados já apurados, a Casa contará com 19 partidos. Trata-se de redução significativa no número de legendas eleitas, uma vez que, no último pleito, em 2018, 30 siglas tiveram candidatos avalizados nas urnas.
Além de eleger o maior número de senadores, o PL, do presidente Jair Bolsonaro, também conseguiu largar na frente na disputa pelas 513 cadeiras da Câmara Federal. Sozinho, o partido conquistou o maior número de parlamentares eleitos para a Casa, com 99 deputados. O resultado se repetiu no Senado, com oito políticos eleitos pela sigla, que formará a maior bancada (veja mais abaixo).
O desempenho nas urnas coloca o PL como a maior bancada da Câmara para 2023, assim como no Senado Federal. Os liberais se somarão ao Republicanos, que registrou a eleição de 42 deputados neste ano. Dessa forma, caso consiga uma virada histórica e vença no segundo turno, Bolsonaro terá base aliada sólida no Congresso Nacional para aprovar pautas de interesse do seu governo.
Em contrapartida, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantiver vantagem sobre Bolsonaro e for eleito para o Palácio do Planalto, enfrentará oposição pesada no Congresso. Apesar da onda bolsonarista eleita na Câmara, o PT de Lula também tem motivos para comemorar. A federação petista com PCdoB e PV conseguiu eleger 79 parlamentares.
Em seguida, aparecem União Brasil, com 59 deputados eleitos, e PP, com 47. Na sequência, estão: MDB (42), PSD (42), PSDB (18) e PDT (17).
Há quatro anos, em 2018, as maiores bancadas eleitas pertenciam ao PT, com 56 deputados, e ao então PSL, com 52.
O PSL foi, inclusive, a legenda com melhor desempenho na eleição de deputados. Em 2014, o partido tinha apenas um representante na Câmara. Quatro anos depois, elegeu outros 51 candidatos. Na oportunidade, a sigla contava como principal puxador de voto o presidente Jair Bolsonaro, atualmente no PL. Neste ano, a legenda se fundiu ao Democratas, originando o União Brasil.
Em contrapartida, o título de maior derrotado nas urnas ficou com o MDB, que viu o número de deputados despencar de 66 eleitos, em 2014, para 34, em 2018.
O último pleito eleitoral marcou recorde no quesito representatividade. Nunca antes o país teve tantos partidos diferentes dispostos nas cadeiras da Casa Legislativa – 30 legendas partidárias contra 28 bancadas formadas, em 2014.
Em 2012, a Câmara era composta por 22 partidos e, em 2002, 19. Quatro anos antes, em 1998, apenas 18 legendas compunham a Casa.