PANORAMA POLÍTICO
Por Edson Rodrigues
O dia dois de outubro de 2022 passou e, hoje, no Tocantins, não há mais nenhum cargo em disputa.
Ledo engano de quem pensa assim. Todos os políticos, os que ganharam e os que perderam, já pensam em candidaturas para as eleições municipais de 2024. Ninguém fala abertamente sobre isso, mas, em breve, tomaremos ciência de quem são os pré-candidatos ao executivo municipal dos nove maiores colégios eleitorais do Tocantins.
Obviamente, os recados deixados pela eleição do último domingo serão decisivos para as postulações a prefeito e a vereador. E o mais claro deles é que não basta ser político para ser candidato a um cargo eletivo. Tem que ter afinidade com o eleitor e ter a sua própria infraestrutura partidária e financeira.
Durante a votação do último domingo, estive com dois amigos, candidatos a deputado estadual, que estavam com acertos políticos com lideranças sérias, detentores de patrimônio eleitoral e com capacidade de transferência de votos que, após o início da apuração, ficaram a ver navios, sem os votos suficientes para se eleger e sem recursos para honrar seus compromissos financeiros, justamente porque receberam miseráveis trocados do Fundo Eleitoral, por parte de seus partidos.
CAPACIDADE PRÓPRIA
É bom que aqueles que desejam se candidatar a prefeito nas próximas eleições comecem a se preparar para ter esse tipo de infraestrutura à sua disposição, para que não dependam de ninguém, muito menos de seus partidos, e tenham capacidade própria de ser candidato.
Além disso, pelo menos nos nove principais colégios eleitorais, os pré-candidatos precisarão ter muita disposição e se dedicar a um trabalho de constante aproximação com a população do seu município, se cercar de um grupo político sólido, com ramificações junto aos segmentos religiosos, à juventude, e trabalhar essas pessoas sem promessas, apenas com a apresentação de projetos que dialoguem com as demandas de cada setor, criando, assim, eleitores cativos, que não precisam de favores ou promessas para se manter fiéis.
HORA DE ESPERAR
Por isso, não é recomendável aos candidatos derrotados nestas eleições tentarem se candidatar a prefeito, principalmente aqueles que foram candidatos de si próprios. É melhor que eles esperem a “poeira baixar” e deem uma pausa para reflexão, do que arriscar duas derrotas seguidas.
Todo e qualquer pré-candidato a prefeito que tenha sido derrotado, no último domingo, em seus municípios de origem, vai precisar trabalhar dez vezes mais, se quiser ter sucesso. Terá que, obrigatoriamente, formar um grande grupo de políticos, lideranças – incluindo eleitos neste ano – e que tiveram votações expressivas no município.
O Observatório Político de O Paralelo 13 já detectou a necessidade dos pré-candidatos a prefeito – seja ele ou ela, seja de oposição ou situação – terem candidaturas coletivas, que sejam o desejo de um grupo, não apenas de si mesmos, pois teremos muitos candidatos à reeleição que já demonstraram muita força no último domingo, além de familiares de parlamentares eleitos e reeleitos, de companheiros do governador Wanderlei Barbosa, do seu vice, Laurez Moreira e da senadora Dorinha Seabra.
Bater de frente com qualquer um desses apoiados ou apoiadores, não será recomendado e, se for um candidato oposicionista, será crucial que consiga reunir à sua volta toda a oposição, pois dividida, a oposição já se mostrou incapaz de vencer as barreiras.
Lembramos, ainda, que o único município em que pode haver segundo turno em 2024 é Palmas, a Capital, com mais de 200 mil eleitores.
A todos, desejamos boa sorte!