Isso significa que muitas pessoas “estão candidatas” hoje, mas, no ano que vem, podem “estar indiciados”, “estar acusados” ou “estar presos”
Por Edson Rodrigues
O procurador da República Deltan Dallagnol afirmou ontem (27) que 2018 será o ano da "batalha final" da Operação Lava Jato porque as próximas eleições determinarão o futuro da luta contra a corrupção no país.
Dallagnol deu a declaração em entrevista coletiva ao lado dos procuradores Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon, do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP); José Augusto Vagos e Eduardo El Hage, do MPF- no Rio; e Carlos Fernando dos Santos Lima, do MPF no Paraná. Todos integram forças-tarefa da Lava Jato nos três municípios e participaram, nesta segunda-feira, 27, na capital fluminense, de uma reunião para troca de experiências.
Carlos Fernando dos Santos Lima destacou que não se deve pensar na Lava Jato como uma investigação de Curitiba, e sim como uma apuração nacional”.
As duas declarações somadas, colocam muita gente que já estava relaxando, achando que a Lava Jato e as Operações co-irmãs estariam arrefecendo e deixando de representar perigo às suas pretensões nefastas de poder e enriquecimento pela política.
Dallagnol, inclusive, ressaltou que todos os estados da federação estão nas investigações da Lava Jato e que “a escolha de deputados federais e senadores levará ao Congresso aqueles que aprovarão medidas que permitam o combate à corrupção. Por isso, a sociedade precisa avaliar cuidadosamente os candidatos”, disse.
Segundo o Procurador da República, as investigações em curso continuarão com a mesma rigidez que vem sendo a marca da Polícia Federal na Lava Jato e que 99% dessas operações ainda nem vieram à tona, pois correm em segredo de Justiça. Logo, muita gente vai ser apanhada de surpresa quando as operações referentes à essas operações sigilosas foram deflagradas, com consequências devastadoras para as carreiras políticas, empresariais e pessoais.
Além do apoio da população, a Polícia Federal brasileira vem sendo aplaudida internacionalmente por seus esforços e, com isso, levantando a moral de outros órgãos investigativos, como o Ministério Público Federal e os MPs estaduais.
No Tocantins, a sensação é a mesma, tanto por parte dos agentes públicos, empresários e industriais que usaram da corrupção para levantar fortunas e que tremeram quando ouviram as palavras de Dallagnol, quanto dos órgãos fiscalizadores, que sentem-se mais à vontade para fazer seu trabalho e varrer a corrupção do nosso Estado.
Vale ressaltar que em nossas plagas há várias operações em curso e que muitas prisões, bloqueios e arrestos de bens estão a caminho, bem mais cedo que os suspeitos esperam. Fala-se, até mesmo, de construir um grande caldeirão em algum ponto de Palmas para que esses envolvidos possam colocar suas barbas de molho.
Para piorar a situação dos corruptos, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já concluíram que a melhor maneira de garantir a eficácia das Operações são as conduções coercitivas, as buscas e apreensões e as prisões temporárias, que retiram os corruptos e suspeitos de ação e possibilitam um trabalho mais direto de apuração das denúncias.
Dessa forma, caros leitores tocantinenses, não se espantem se aquele seu vizinho político passara as noites fazendo barulhos estranhos em casa. Com certeza ou ele perdeu o sono ou está ligado aos noticiários da madrugada ou esperando o “japonês da PF” para um café da manhã...