Por Edson Rodrigues
O vice-líder do governo Dilma, senador Wellington Fagundes, anunciou na última sexta-feira que o PR fechou questão em favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, orientado aos senadores do partido a votar dessa forma e impedindo qualquer ação em sentido contrário.
Caso o processo passe, também no Senado, Dilma será afastada por 180 dias, período regimental em que a Casa terá para analisar, investigar e decidir ou não pelo impeachment, definindo o afastamento definitivo da presidente e colocando um ponto final da Era PT no poder.
São senadores do PR o próprio Wellington Fagundes, Magno Malta, Blairo Borges Maggi e o tocantinense Vicentinho Alves
A cúpula do PR já está em conversações com o vice-presidente Michel Temer, colocando à mesa de negociações o tamanho de sua bancada, a presidência e a participação em diversas comissões da Câmara Federal, pois sabe que o governo transitório de Temer terá que ter um bom relacionamento com partidos de grande representação e participação.
Temer buscará um governo de coalizão, com ações pontuais, como extinção de ministérios e cargos, mas terá que construir uma base forte se quiser realizar grandes mudanças, como as reformas política e previdenciária, que precisam passar pelos plenários da Câmara e do Senado.
OPOSIÇÃO RAIVOSA
Outro desafio de Temer será dar respostas rápidas ao clamor das ruas, sem espaços para amadorismos, aumento de impostos ou perda de tempo. Outro ponto crucial para Temer será a o apoio total à Operação Lava Jato, que não poderá sofrer nenhum tipo de intervenção do governo.
Temer tem que se lembrar o tempo todo que agora ele passa a ser a vidraça, o alvo em que todos os oposicionistas irão mirar sem dó nem piedade. Espera-se a oposição mais ferina de toda a história política brasileira. PT, PC do B, PDT e outros que afundarem abraçados ao PT, irão inflamar os movimentos sociais que ficarão sem a “mortadela nossa de cada dia”.
A base de Temer na Câmara e no Senado terá que ser forte o suficiente para dar uma resposta rápida ao empresariado, aos investidores internacionais e à sociedade, tudo ao mesmo tempo.
É por isso que a conquista do PR, com sua base de 34 deputados federais e quatro senadores, entre eles o primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, Vicentinho Alves, é tão importante para Temer.
A conquista do PR significa, não só uma base maior de apoio, mas uma perda enorme nas pretensões do PT em manter o partido sob suas asas.
Temer, sem dúvida, marcou um importante território nessa batalha que está apenas começando....