Deltan pede a suspensão imediata da tramitação de dois processos movidos contra ele por parlamentares. O pedido que mais o pressiona é da senadora Kátia Abreu, que pediu seu afastamento da autointitulada força-tarefa da "lava jato" de Curitiba
Por Renan Ramalho
Um grupo de sete senadores que apoiam a Lava Jato reforçou, no Supremo, o pedido de Deltan Dallagnol a Celso de Mello para suspender dois processos, no Conselho Nacional do Ministério Público, que podem afastá-lo da força-tarefa.
Os processos foram movidos por Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PP-TO) e acusam Deltan de atuação política e falta de isenção nas investigações.
No pedido apresentado ao STF, no entanto, os senadores questionam a independência e imparcialidade do conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho para relatar os processos.
Secretário-geral do Senado, ele foi indicado por Renan Calheiros para o cargo no CNMP e dará o primeiro voto no julgamento dos processos contra Deltan, na semana que vem.
Os senadores afirmam que sua participação poderá levar a um “julgamento parcial, sob influxos dos mais variados interesses políticos e econômicos, sob pena de fazer perecer a atuação proba e reta de um membro do Ministério Público Federal”.
“Tendo o pedido sido protocolado por uma Senadora da República e ocupando o relator cargo, também no Senado, do qual pode ser afastado a qualquer momento, exsurgem claras e objetivas dúvidas acerca da independência e imparcialidade do Conselheiro para proferir seu voto no julgamento de Dallagnol”, diz a manifestação.
Assinam os senadores Alessandro Vieira, Major Olímpio, Jorge Kajuru, Lasier Martins, Randolfe Rodrigues, Mara Gabrilli e Alvaro Dias.