Por Edson Rodrigues
Governos municipais e estaduais aumentaram os chamados para que organizações sociais administrem suas unidades de saúde, segundo instituições do setor. "Cresceu principalmente em São Paulo, mas há um movimento de mais interesse de governos no Rio Grande do Sul e em Brasília", afirma o CEO do hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap. O instituto social criado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz acaba de assinar seu primeiro projeto de gestão, para gerir por cinco anos o Complexo Hospitalar dos Estivadores, em Santos.
A contratação de organizações sociais de saúde passou a ser avaliada por mais governos após o STF decidir, em 2015, pela constitucionalidade do modelo, que vinha sendo questionada desde 1998. Outra vantagem que contribui para o maior interesse é a possibilidade de inaugurar serviços de saúde sem ferir a lei de responsabilidade fiscal, que limita a fatia dos gastos com folha de pagamento, avalia ChapChap.
"Com a queda da receita, é uma solução para contratar. É uma forma de tornar a gestão mais eficiente e de tornar mais ágil a contratação de recursos humanos, que são escassos em algumas regiões".
COMBATE AO “VÍRUS”
Para o Tocantins essa receita de entregar a administração das unidades de Saúde ao setor privado pode representar a primeira dose do remédio para combater o “vírus” que abate todo e qualquer secretário de Saúde.
Como afirma o diretor do hospital Sírio e Libanês, de São Paulo, um dos melhores do País, as empresas privadas primam pela eficiência e pelo menor custo, o que evitaria negociatas, rombos e escândalos, como temos visto na Saúde do Tocantins nas últimas administrações.
O único cuidado que se deve tomar é na hora de escolher a instituição que irá gerir as unidades de saúde, fazendo uma pesquisa séria e rigorosa, para não comprar gato por lebre.
COMPENSAÇÃO
A administração das unidades de Saúde por empresas privadas no Tocantins pode solucionar um problema crônico que afeta o setor tanto quanto a corrupção.
Os esforços do governador Marcelo Miranda e de sua equipe para resolver os problemas da Saúde Pública no Estado sempre foram públicos e notórios, mas o rombo de 9 bilhões de reais, por mais recursos, avanços tecnológicos e profissionais especialistas que foram tentados, inviabilizou qualquer chance de recuperação do setor a médio ou a curto prazo.
Some-se a esse vírus da corrupção o fato de a Saúde Píblica do Tocantins atender a pacientes do Sul do Pará, Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Piauí e do Norte de Goiás, a situação fica ainda mais insustentável.
Com a administração entregue à empresas privadas, quando se constata que a origem do paciente em outro estado, é feita uma guia para que os gastos sejam descontados nos repasses do SUS para o estado de origem do paciente, desonerando o Tocantins e criando uma relação mais equilibrada.
O setor da Saúde sangra há muitos anos no Tocantins. Está na hora de estancar essa hemorragia e entregar nossas unidades para a iniciativa pricada, segundo os exemplos de São Paulo, Goiás e outros estados, pode ser o remédio certo!