Um governador sem representatividade popular

Posted On Segunda, 25 Junho 2018 11:31
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Mauro Carlesse cumprimenta o vice Wanderlei Barbosa após o resultado da apuração da eleição suplementar, ao lado de aliados Mauro Carlesse cumprimenta o vice Wanderlei Barbosa após o resultado da apuração da eleição suplementar, ao lado de aliados

O governador Mauro Carlesse, seus avalistas e apoiadores políticos, onde listam 18 deputados estaduais, seis deputados federais e vários prefeitos, dentre eles, o de Araguaína, Ronaldo Dimas, além de lideranças classistas. Dessa forma ganharam músculos e abriram ampla frente sobre seu adversário

 

Por Edson Rodrigues

 

Carlesse soube usar muito bem a força da máquina do governo e conquistar a simpatia da maioria do funcionalismo público estadual. Fez o dever de casa, sua equipe de marketing e política soube fazer com que o funcionalismo público em sua maioria apostasse em suas promessas e seus projetos para os próximos 6 meses, vencendo inclusive na cidade de seu adiversário, Porto Nacional, onde prometeu ser um dos seus primeiros atos de governador eleito, o início da construção da ponte sobre o rio Tocantins. Em Porto Nacional Carlesse foi o mais bem votado.

 

I. As denúncias, as operações da Polícia Federal e do Ministério Público, a diplomação e posse:

Esse será o ritual dos próximos capítulos até o julgamento. Apesar das investigações estarem em segredo de justiça, não se pode fazer qualquer pré-julgamento nem de absolvição ou de condenação. Apesar da afirmativa do procurador do Ministério Público Federal de que já havia provas suficientes para caçar o diploma de governador, estando apenas aguardando que o mesmo seja eleito. Mas tudo isso vai depender das provas que serão entregues pela Polícia Federal e o veredito da Suprema Corte Eleitoral tocantinense, via o Pleno.

 

II. Sem representatividade popular – 36% dos votos válidos (368.553):

 

A população, que forma automaticamente um eleitorado foi às urnas e demonstrou o seu descontentamento com as opções apresentadas e também com o modo como o pleito foi conduzido pelos candidatos. Quase 60% do eleitorado tocantinense se absteve de votar, ou anulou ou votou em branco. Esses dados confirmaram nossa previsão relatada em nossa análise política publicada no último sábado, 23, véspera do pleito.

O eleitor pode deixar o seu recado nas urnas, e deixou. Um recado de descrença na classe política tocantinense, a qual figura nas páginas dos jornais e bolgs com inúmeros escândalos de corrupção praticados em todo estado, onde muitos milhões foram roubados pela maioria dos muitos políticos detentores de mandatos eletivos, com acentos na câmara federal. Um governo caçado por uso de caixa dois. Um estado cujo um sistema de saúde sangra, sem medicamentos básicos como dipirona, segundo relatos de pacientes, e enormes filas a espera de cirurgia, mais de cinco mil pacientes cirurgias. Um Sistema Prisional capenga e índices de criminalidade crescente, sem mencionar outras áreas que padecem igualmente. Um estado onde a receita líquida está em constante desequilíbrio e comprometida em 78% com folha de pagamento do funcionalismo público. Um governo que está proibido de receber repasses federais e proibido de contrair empréstimos com instituições financeiras nacionais e internacionais, pois não possui lastros que garanta qualquer compromisso futuro, já que está com oito certidões inadimplentes. Uma gestão onde os empréstimos consignados, feitos pelo funcionalismo público, são descontados pelo estado e não repassado aos bancos, o que poderá levar ao protesto, pelas instituições financeiras, os nomes dos funcionários que contraíram empréstimos, acarretando mais despesas cartoriais e judiciais aos mesmos. junta se a isso a dívida do estado com o IGEPREV que já monstruosa.

 

III. Segundo colocado, um gigante chamado Vicentinho Alves:

O senador Vicentinho Alves foi um gigante, juntamente com seus dois coordenadores; Eduardo Gomes, vice-presidente nacional do partido solidariedade e candidato a uma das duas vagas do senado, em outubro e o deputado federal Vicentinho Júnior, líder em liberação de recursos para dezenas de municípios tocantinenses. 65 valorosos prefeitos e lideranças em todas as regiões do estado e seis deputados estaduais.

O gigante senador Vicentinho foi grande guerreiro ao enfrentar uma monstruosa máquina governista e ter conseguido tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno mais de 120 mil votos, saindo de uma eleição sem dívidas sem cobradores na sua porta, sem processos judiciais, sem oficial de justiça e sem problema com receita federal por ocultação de patrimônio.

 

Vicentinho foi também um herói ao enfrentar toda uma infraestrutura governamental que teve o Diário Oficial do Estado como grande cabo eleitoral contratando, diariamente, milhares de funcionários públicos temporários. Repasses de recursos para vários municípios, mesmo com duas ordens judiciais proibindo o governador Mauro Carlesse de assim proceder. O governador afrontou a ordem do poder judiciário e ‘tratorou’ tais ordens.

 

Portanto, ao enfrentar tudo isso e ainda conseguir obter mais de 120 mil votos no primeiro e no segundo turno, foi um ato corajoso e uma demonstração de força.

 

Vejam os resultados e o recado deixado pelos 64% do eleitorado tocantinense e um governador com 36% dos votos válidos que dão, temporariamente, legitimidade de representação do eleitor para Mauro Carlesse e seus apoiadores, os 18 deputados estaduais e seis federais, os prefeitos, dentre os quais figura Ronaldo Dimas, de Araguaína.

 

Estes terão que “se virarem nos trinta”, como diz o apresentador Fausto Silva, para cumprirem todas as promessas feitas, principalmente com o funcionalismo público, mas também com o Igeprev, com os bancos que emprestaram recursos via consignados, o início da construção da ponte sobre o rio Tocantins, em Porto Nacional, a construção do hospital em Gurupi e outras dezenas de promessas de campanha. Tudo terá que ser cumprido para mostrar aos 64% de eleitores que se abstiveram de votar ou votaram em branco ou anularam seus votos. Mauro Carlesse e seus avalistas têm que por em prática tudo isso e dar as ordens para o início das obras.

 

Por enquanto ninguém tem o direito de falar que ele, Mauro Carlesse, e seus avalistas e apoiadores não vão fazer, não até que ele tome posse no cargo para o qual foi eleito.

 

IV. Uma "vitória” sem alegria, sem comemorações e sem foguetes:

Um alerta de luz amarela para outubro aos vitoriosos Mauro Carlesse e seus apoiadores avalistas, os 18 deputados estaduais e os seis deputados federais que irão se encontrar com os eleitores nas praças, nas reuniões, nas carreatas e nas ruas, com certeza estarão juntos com Mauro Carlesse no mesmo palanque, na campanha por suas reeleições. Caso consigam cumprir todas as promessas feitas nesta campanha suplementar, certamente serão bem avaliados pelos 64% de eleitores que não os escolheram.

Porém, não podemos deixar de fazer um pequeno reparo, caso Mauro Carlesse seja diplomado e empossado. E somente após sua diplomação e posse, a justiça deve desbloquear as contas do estado para que ele possa governar em sua plenitude, sem nenhuma barreira, será ele mesmo representando os 36% dos eleitores tocantinenses que o escolheu, dessa forma Mauro Carlesse, sendo governador de fato e direito do estado do Tocantins, terá a oportunidade de cumprir, juntamente com seus líderes e avalistas, todas as promessas feitas aos tocantinenses.

 

Vale resaltar que em outubro o eleitor irá para as ruas e urnas votar, pois sabemos muito bem que o recado nesse pleito suplementar foi dado, o protesto do eleitor insatisfeito foi entregue. Agora ele virá às cabines de votação votar naquele que melhor se apresentar como candidato a governador. Vamos além em nossa avaliação, o eleitor está cada dia mais instruído e saberá avaliar os 18 deputados estaduais e os seis deputados federais que avalizaram e apoiaram o governador Mauro Carlesse para o cargo de governador neste mandato tampão.

Em outubro o eleitor virá às urnas para votar e certamente vai tentar escolher o melhor para governar o País e seus respectivos estados. Escolherão entre tantos, o menos ‘danoso’ como presidente da república, como governador, como senador (são duas vagas), como deputado federal e como deputado estadual.

 

Em outubro o Tocantins pode manter Mauro Carlesse e seus apoiadores no poder, caso cumpram com suas promessas ou, optarem por novos políticos que substituam os atuais.

 

Por enquanto a família O Paralelo13 deseja boa sorte aos eleitos.

 

Estaremos de olho!

Última modificação em Segunda, 25 Junho 2018 12:01