Na última terça-feira, O Paralelo 13 veiculou uma matéria em que analisava o atual cenário político tocantinense, em especial dentro do Democratas após a divulgação de que houveram mais de 40 filiações no Partido por meio deputado federal Carlos Gaguim e do governador Mauro Carlesse. Na ocasião citamos ainda a ausência da presidente da Sigla, a deputada federal Dorinha Seabra, responsável por validar estas fichas de filiação
Por Edson Rodrigues
Da forma que o encontro com os prefeitos foi conduzido, sem a participação da presidente da Sigla demonstrou que inicia no DEM uma intervenção branca. Em suas redes sociais, o parlamentar publicou a foto do encontro e disse que este seria um grande marco para o partido no Estado.
Este foi só o primeiro episódio da confusão que veio seguida de outros acontecimentos demonstrando claramente uma queda de braço no Democratas. Professora Dorinha resolveu se manifestar. Emitiu uma nota, em que de forma elegante desmente a informação do colega de bancada e de partido.
“Desde o último ano, o DEMOCRATAS tem cerca de 40 prefeitos filiados, graças a credibilidade conferida, tradicionalmente, a sigla e ao trabalho da presidência estadual, que é de total respeito às lideranças políticas e aos cidadãos que acreditam na proposta de transformação social apresentada pelo DEM”, pontua.
Contestou a probabilidade de estas filiações ocorrerem em um dia, invalidando o posicionamento do deputado Carlos Gaguim. “É impossível que o total de prefeitos filiados - percentual estabelecido desde o último ano- tenha sido constituído em único dia, ou ainda durante uma única ocasião.”
E lembrou aos líderes políticos interessados em filiar-se ao partido, que eles precisam do seu amém, afinal ela é a presidente do Partido, responsável por validar as filiações. Por enquanto está com a caneta na mão. “É necessário que todo prefeito ou líder político interessado em ingressar no partido saiba que, como presidente estadual, Dorinha é a única com prerrogativa para realizar filiações”.
Ao final da nota, a parlamentar coloca panos quentes e diz que os membros do partido seguem unidos e em paz. “É importante também esclarecer que os rumores sobre desavenças e conflitos movidos a vaidades e interesses escusos nada mais são que intrigas plantadas e em nada fomentadas pela presidência”.
Após a veiculação da nota pela imprensa, o deputado federal Carlos Gaguim, vice-presidente da Comissão Provisória Estadual, resolveu mais uma vez se pronunciar e emitiu uma nota curta, porém uma réplica acalorada. Diz que o número de prefeitos filiados a sigla é resultado do seu trabalho em parceria com o governador do Estado. “a mesma trafega na contra mão da verdade, pois o número de prefeitos que se filiaram ao partido é devido ao trabalho deste deputado em consonância com o Governador Carlesse, sendo um fato inédito”.
Descredibiliza a deputada ao mencionar que ela seria responsável pela filiação de apenas um prefeito e garante que as filiações serão homologadas pela nacional, passando por cima da hierarquia. “A mesma em sua gestão à frente do partido só aproximou um prefeito, [...] todos os prefeitos recém-filiados ao DEM terão suas candidaturas homologadas pela Executiva nacional do Democratas”.
Mesmo que a presidente não assuma é notória a disputa de poder dentro da cúpula estadual do DEM, o que descredibiliza o grupo diante do eleitor e faz com que os interessados não ingressem na base dos três principais líderes, o governador Mauro Carlesse, a presidente deputada Professora Dorinha e o vice-presidente o deputado Carlos Gaguim. Foi veiculado ainda a possibilidade de o vice-governador Wanderlei Barbosa filiar-se ao DEM para disputar as eleições na Capital. Gostaria o vice-governador de ter o seu nome associado a uma legenda com tamanha instabilidade e falta de união?
O episódio, ocorrido nesta terça, provoca um desgaste ao Partido e pode gerar insegurança jurídica e política, por medo de não conseguir o registro de candidatura aos pré-candidatos e aos prefeitos e vereadores que buscam uma reeleição. Na atual conjuntura, já que estamos em um ano eleitoral, o melhor a se fazer é buscar por um entendimento entre os três para evitar que as bases não tenham prejuízos ou se sintam ameaçadas. Vamos aguardar o desenrolar desta história que foi a mais comentada nos bastidores da política tocantinense.