COMO SERÁ A SUCESSÃO 2022 NO TOCANTINS: NÃO BASTA TER DINHEIRO, CURSO SUPERIOR, SER RICO OU TER PODER. A PALAVRA DE ORDEM É PLANEJAMENTO DE GOVERNO

Posted On Quarta, 07 Abril 2021 06:50
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Apesar dos pesares, nós brasileiros vivemos de sonhos. Sonhos coletivos que só cultivados por muitos, ao mesmo tempo, tornam-se realidade

 

Por Edson Rodrigues

 

Porém, a maioria desses sonhos depende dos nossos representantes nos Executivos estadual e municipal, do Legislativo estadual e dos nossos congressistas para se tornarem palpáveis. E 2022 será o ano em que cada um de nós, como cidadãos e eleitores, livres e secretos na hora do voto, vamos escolher esses representantes. Um governador, um senador, oito deputados federais e 24 deputados estaduais. Será a eles que iremos transferir o poder de nos representar junto aos Poderes e à União.

Apesar do dia a dia de pandemia que vivemos, a sucessão estadual já faz parte das discussões nas redes sociais, nas esquinas e nos bate-papos informais, com familiares, amigos e conhecidos.

CARA A CARA, SEM ARRODEIOS

Falando sem arrodeios para os (e)leitores tocantinenses, o quadro sucessório para 2022 já está praticamente definido, assim como seus principais personagens. Fizemos um breve resumo desse panorama

I) GOVERNO DO ESTADO

O governador Mauro Carlesse já tem seu grupo político formado pela maioria dos deputados estaduais, um deputado federal e vários prefeitos e vereadores, que irão trabalhar em favor da candidatura do vice-governador, Wanderlei Barbosa para o governo do Estado e do próprio Mauro Carlesse para a única vaga no Senado.

 

Governador Carlesse e o vice Wanderlei Barbosa

O secretário de Captação de Recursos e Investimentos, Claudinei Quaresmim será o primeiro suplente de Carlesse, que virá com uma base de candidatos à reeleição na Assembleia Legislativa e outra de bons nomes como candidatos a deputado federal, deixando para definir a vaga de segundo suplente após os acordos com outros grupos políticos.

 

II) SENADORA KATIA ABREU

A combativa senadora vem forte, apostando em uma hipotética candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República, juntando forças com seu filho, o também senador Irajá Abreu, dois ou mais deputados federais, quatro deputados estaduais, candidatos à reeleição na assembleia Legislativa e, ao que tudo indica, com o ex-prefeito de Palmas e candidato derrotado ao governo do Estado, Carlos Amastha, para a formação de uma chapa de peso e competitiva, formada por partidos de esquerda e lideranças empresariais.

 

Senadores Kátia Abreu e seu filho senador Irajá Abreu 

O grupo de Kátia, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e de Irajá Abreu, primeiro secretário da mesa Diretora do Senado, ainda discutirá a formação da chapa, definindo os nomes do candidato ao governo do Estado e dos suplentes, mostrando que o grupo está unido e ganhando forças.

III) SENADOR EDUARDO GOMES

O senador mais bem votado do Tocantins nas últimas eleições, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, com trânsito livre nos ministérios e todos os demais órgãos federais, é, também, o líder na liberação de recursos federais para o governo do Estado e para dezenas de municípios tocantinenses.

Eduardo Gomes é um político repaginado, atuante, prestativo, humilde e muito querido entre todos, e acabou se tornando um dos nomes mais desejados pelos prefeitos, ex-prefeitos, empresários, lideranças classistas, sociais e religiosas, e conta com aliados na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, nas prefeituras, Câmaras Municipais e, principalmente, junto à população.

 

Senador Eduardo Gomes

O senador conta com o apoio da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, do também candidato a governador e ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, do ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira e do ex-governador Marcelo Miranda, presidente do MDB tocantinense e que vem recuperando seu prestígio e sua força política a cada dia.


Vale lembrar que Marcelo Miranda tem sido destaque nas pesquisas de intenção de voto para o Senado ou para o governo do Estado, com o agravante de ter vencido uma eleição para o Senado e impedido de tomar posse, mas após oito anos, o Poder Judiciário se considerou inapto, à época, para o julgamento que o condenou, transformando Marcelo em uma vítima da própria Justiça, o que valeu a retomada de sua vida política e a recuperação de muitos aliados, companheiros e lideranças.
Marcelo, humilde, já se declarou um soldado do MDB e um aliado do senador Eduardo Gomes.

DETALHES

Mas, alguns detalhes não podem passar desapercebidos nesse processo sucessório, como o fato de o senador Eduardo Gomes ter afirmado com frequência que está concentrando todas as suas forças e todo o seu prestígio no sentido de auxiliar os prefeitos tocantinenses no enfrentamento da pandemia, como líder da presidência da República no Congresso, batalhando para a aprovação de matérias de interesse do povo e na aprovação de mudanças de Leis para facilitar a aquisição de vacinas contra a Covid-19 e aumentar os valores do auxílio emergencial.

 

Ronaldo Dimas 

Gomes aguarda com ansiedade a vacinação da população tocantinense para, só então, fazer um giro pelo estado, discutindo a sucessão de 2022, levantando as prioridades de cada cidade e vistoriando as obras realizadas com recursos liberados por ele.

CONTRA PONTO

Não adianta tentar tapar o sol com a peneira. Esse é o retrato político do Tocantins neste abril de 2021 e permanecerá imutável em 2022, com algumas variações mínimas.
O distanciamento político entre as principais lideranças citadas nesta análise já é visível e com poucas chances de vir a mudar ou de vê-los frequentando o mesmo palanque na campanha de 2022.

Há muitas “feridas” no relacionamento entre eles que simplesmente não cicatrizam, disputas regionais acirradas e ideologias políticas bem distintas, além dos posicionamentos pró e contra Lula e Bolsonaro de cada uma das principais lideranças.

Os três grupos políticos iniciaram suas formações e buscam, apenas, ganhar força para o embate, com ações já em andamento.

Laurez Moreira 

A única variável capaz de influenciar no andamento dos trabalhos é como cada grupo irá se relacionar com o eleitorado tocantinense, já tão sofrido e, agora, assolado pela pandemia. A família que ainda não perdeu um ente ou viu um de seus membros sofrer em busca de atendimento, acometido pela Covid-19, pode-se considerar privilegiada. Logo, o grupo político que se esforçar mais, que conseguir o reconhecimento da população em trabalhos para mitigar os efeitos da pandemia, como envio de recursos federais, leitos de UTI, equipamentos e aparelhos médicos, cestas básicas para a população carente e realizar ações que beneficiem os estudantes, seja da rede pública, seja da rede privada, evitando que estudantes fiquem sem aulas e colégios particulares fechem suas portas, esse, sim, será a escolha do eleitorado e terá mais força para conseguir seus intentos.

Logo, aquele que mostrar mais trabalho no sentido de dirimir esse sofrimento, largará na frente dessa corrida sucessória.

Por enquanto, ninguém é inimigo de ninguém e, até 2022 chegar, vão estar juntos em solenidades, reuniões e audiências em Palmas e em Brasília, mas, não se enganem, cada um cuidando dos interesses do seu grupo político, de acordo com as premissas democráticas.

Cabe ao eleitor observar como cada grupo estará trabalhando, se dentro dos preceitos morais e éticos, com planejamento e habilidade na criação de um plano de governo, ou se, apenas, montando um plano de poder.

Como dissemos no início, vivemos todos de sonhos. Cabe à cada um de nós criar condições mais fáceis e confiáveis para que eles se realizem.

 

Última modificação em Quarta, 07 Abril 2021 08:02