O Observatório Político de O Paralelo 13 começa, nesta semana, a publicar entrevistas com os candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual, dando oportunidade, tanto aos candidatos quanto aos eleitores de se conhecerem mutuamente, por meio da exposição das propostas, ideias e planos de ação dos postulantes a um cargo eletivo em dois de outubro.
Por Edson Rodrigues
Quando falamos em conhecimento mútuo, estamos nos referindo à identificação, por parte do eleitor, do candidato que tenha as propostas que considera melhores e mais importantes para o futuro do Estado, assim como o candidato pode, por meio das críticas e sugestões, adequar e alinhas suas propostas para conquistar ainda mais eleitores.
Nosso objetivo, como veículo de comunicação, é incentivar o voto consciente, o voto que seja fruto na análise e da vontade de mudar a realidade política e, não de “presentes”, cargos ou qualquer benefício que seja individual, pois, desta forma, o compromisso do candidato com o eleitor acaba no momento em que ele entrega um botijão de gás, por exemplo, deixando-o livre para atuar apenas em benefício próprio durante o mandato, uma vez que já cumpriu sua parte para com aquele eleitor que vendeu seu voto.
O QUE É UMA ELEIÇÃO
A realização das Eleições 2022 para os cargos de presidente da República, governador, senador, deputado federal e deputado estadual aumenta a expectativa de mudanças no cenário político do Brasil.
Muitos eleitores, entretanto, não acreditam ser possível mudar a história do país e insistem na ideia de que a corrupção é inerente à política brasileira.
Logo, as eleições deste ano determinarão o futuro de cada cidade, cada Estado e do País para os próximos quatro anos, motivo pelo qual é fundamental que cada eleitor faça a sua opção de modo consciente e com seriedade.
Nesse contexto, é necessário entender que a República Federativa do Brasil se constitui em Estado democrático de direito no qual “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” (art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988). Desta forma, o sentido da democracia está na possibilidade de o cidadão exercer a soberania popular, que se concretiza pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto na escolha dos governantes. O eleitor tem em suas mãos o único instrumento de mudança política e social: o voto.
O Brasil é um país reconhecido pela sua ampla representatividade democrática. No entanto, nem sempre foi assim. Houve momentos em nossa história de grandes restrições ao direito de participação popular no processo de escolha dos governantes: as mulheres não tinham direito de votar; o voto era definido pela renda (voto censitário – direito apenas dos ricos) e, ainda, controlado por coronéis (voto de cabresto).
Desse modo, no atual contexto político e social do Brasil, os dias destinados à realização das eleições representam um dos raros momentos em que todos se igualam, pois não há diferença de raça, sexo, condição financeira, classe ou grupo social, já que existe igualdade de valor no voto dado por cada cidadão.
Diante da liberdade e da igualdade no exercício da soberania popular, é fundamental que o voto seja consciente, pois esse é um fator preponderante para que se alcance um resultado satisfatório no pleito.
ELEITOR CONSCIENTE
Conhecer o funcionamento do processo eleitoral brasileiro, entender o sistema por meio do qual os candidatos são eleitos, perceber o que é legítimo e aquilo que ofende a moralidade da disputa eleitoral contribui para a conscientização do eleitor na escolha de seus representantes.
É importante que o eleitor procure se informar a respeito das ideias do partido político ao qual o seu candidato está filiado, pois a ideologia partidária – ou seja, os propósitos daquela legenda – está ligada ao que o candidato escolhido realizará se for eleito.
O eleitor deve estar atento à atuação de cada candidato. Aqueles que possam tentar comprar votos ou oferecer alguma vantagem em troca de apoio político certamente continuarão a promover a corrupção se forem eleitos.
Precisamos entender, contudo, que nem todo político é igual ou corrupto. Existem candidatos interessados em promover uma mudança social e política, por isso devemos buscar conhecer as propostas do candidato e do seu partido, assim como o seu passado.
Logo, diante das considerações apresentadas, conclui-se que o cidadão, no pleno exercício da democracia, é o ator principal e o comandante da definição do destino do seu país, e o instrumento é o voto consciente. Cabe ao eleitor exercer o seu direito ao voto – a partir de uma decisão madura, refletida e consciente – e fazer o seu papel para impedir a eleição de maus políticos e possibilitar que se alcance uma maior legitimidade neste processo eleitoral.
Assim esperamos!