Instabilidade no sistema do pleito gerou uma série de confusões na disputa de pré-candidatos

 

Por Eduardo Gonçalves e Bruno Góes

 

*O PSDB decidiu suspender a votação das prévias do partido;

*O aplicativo sofreu instabilidades durante o dia;

*A disputa acirrada está entre João Doria e Eduardo Leite

O PSDB decidiu suspender a votação das prévias presidenciais do partido, neste domingo, em consequência de falhas no aplicativo pelo qual os filiados registravam seus votos. O partido ainda não definiu nova data para retomar o processo. O adiamento provocou novas desavenças entre os candidatos — os governadores João Dória (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

 

O presidente da legenda, Bruno Araújo, divulgou uma notal oficial para anunciar a decisão, tomada após reunião com a presença dos três concorrentes. A conversa transcorreu em clima de tensão.

 

Irritados, Dória e Virgílio abandonaram o encontro. Ambos eram favoráveis à extensão do prazo de votação até o dia 28, domingo que vem. Eduardo Leite, contudo, defendeu que a decisão ficasse com a Executiva Nacional do PSDB. Virgílio não conseguiu esconder o descontentamento ao deixar a sala onde estavam os correligionários.

 

— Fizeram uma reunião para não decidir nada — queixou-se.

 

Até àquela altura, estava prevista uma entrevista coletiva de Dória e Virgílio. Ao deixarem a reunião, ambos se limitaram a dizer que não falariam mais com a impressa.

 

O partido se pronunciou por meio do comunicado assinado por Araújo. Nele, o presidente da sigla informa:

 

"O PSDB definirá nova data para reabertura do processo de votação para que todos os filiados que não puderam votar neste domingo possam, com tranquilidade e segurança, registrar o seu voto e concluir a escolha do nosso candidato às eleições presidenciais de 2022".

 

Ainda de acordo com o comunicado oficial da sigla, os votos registrados hoje "estão preservados e o PSDB está definindo, junto com os candidatos, em que momento o processo será retomado".

 

O aplicativo em questão vem apresentando instabilidade desde a semana passada. Hoje, mais cedo, em consequência do problema, o partido já havia estendido o horário de conclusão das prévias, de 15h para 18h.

 

Antes de se reunir com os adversários e Bruno Araújo, Doria publicou em suas redes sociais: "Queremos prévias, lisura e que todos os filiados cadastrados tenham direito ao voto!".

 

Durante a reunião, ocorrida na sede do partido em Brasília, os candidatos divergiram sobre a melhor saída para a situação.

 

Posted On Segunda, 22 Novembro 2021 06:33 Escrito por

Nesta quinta-feira (18), Lula participou em Madri, no seminário “Cooperação multilateral e recuperação regional pós-Covid-19”. 

 

Com Veja

Desaconselhado por aliados a insistir no assunto da regulamentação da mídia no Brasil, o ex-presidente Lula (PT) voltou a falar do tema ao grupo Socialista e Democrata do Parlamento Europeu, em Bruxelas. A entrevista foi realizada durante a passagem de Lula pela Bélgica, no início da semana, quando discursou ao poder Legislativo da União Europeia.

 

Ao citar que o Brasil tem um presidente “que conta cinco mentiras por dia nas redes sociais”, o petista defendeu que o país tem a necessidade de viver mais “democraticamente”.

“Vamos ter que regulamentar as redes sociais, regular a internet, colocar um parâmetro. Uma coisa é você utilizar os meios de comunicação para informar, educar. Outra coisa é para fazer maldade, para contar mentiras, causar mal à sociedade”, disse Lula.

 

O ex-presidente também deixou claro que pretende cobrar a responsabilidade fiscal das plataformas digitais, as quais, diz ele, não pagam imposto.

 

“Você tem o pessoal que são os donos dos aplicativos do mundo todo não pagando imposto, estão quase todos em paraísos fiscais. Ganham uma fortuna e não pagam sequer imposto em nenhum estado. Essa gente tem que ter responsabilidade. A esquerda não tem que ter medo de debater esses temas, por mais difíceis que eles pareçam”, declarou.

 

Na quarta-feira (17), o presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu o ex-presidente Lula no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, em Paris. O encontro contrasta com a conturbada relação entre o líder francês e o atual presidente Jair Bolsonaro.

 

Em pronunciamento oficial após o encontro, o gabinete de Macron afirma que Lula “compartilha a sua visão do papel do Brasil no mundo, observando que, nos últimos três meses, o Brasil se colocou à parte do sistema multilateral e dos principais acordos internacionais”. O petista é pré-candidato à Presidência da República e deve disputar a eleição de 2022 com Bolsonaro.

 

De acordo com Lula, a pauta da conversa passou pelos temas de meio ambiente, desigualdade econômica e a integração da União Europeia com a América Latina. “Acredito que os líderes mundiais precisam sentar à mesa para dialogar e enfrentar esses desafios com uma governança global. Dividimos preocupações como o avanço da extrema direita pelo mundo e as ameaças à democracia e aos direitos humanos. Agradeço pela cordial recepção”, disse Lula.

 

Nesta quinta-feira (18), Lula participou, em Madri, do seminário “Cooperação multilateral e recuperação regional pós-Covid-19”, promovida pelo CAF (Common Action Forum), na Casa América.

 

No evento, que contou com o ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, Lula condenou o que considera uma inaceitável concentração de renda no planeta, enquanto milhões de famílias convivem a mais cruel das chagas mundiais, a fome.

 

“É urgente uma reconstrução profunda do mundo, sobre os alicerces da igualdade, da fraternidade, do humanismo, dos valores democráticos e da justiça social”, argumentou Lula. “Porque mesmo que sobrevivam à Covid, 800 milhões de pessoas hoje não conseguem escapar de outro terrível flagelo: a fome”, afirmou o ex-presidente.

 

A Espanha é o último dos quatro países visitados pelo ex-presidente, que cumpriu este mês agenda na Alemanha, Bélgica e França. Lula já se reuniu também com o vice-chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que deve substituir Angela Merkel como primeiro-ministro. As informações são da revista Veja, do jornal O Estado de S. Paulo e da assessoria de comunicação do PT.

 

Posted On Sexta, 19 Novembro 2021 05:22 Escrito por

Caciques do PSB discutiram priorizar a filiação de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para que ele seja candidato a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva desde que o PT apoie a legenda em cinco estados prioritários nas eleições de 2022.

 

POR JULIA CHAIB

 

Alckmin, que tem conversado com uma série de partidos, procurou integrantes do PSB nos últimos dias e sinalizou que toparia entrar na sigla para ser vice de Lula.

Dirigentes do PSB e de outras siglas, porém, dizem acreditar que Alckmin só baterá o martelo sobre seu futuro partidário após as prévias do PSDB, no domingo (21). No cálculo, o tucano poderia até ficar onde está a depender de quem vencer a disputa interna: João Doria (SP) ou Eduardo Leite (RS).

 

Segundo integrantes do PSB, a reunião realizada na noite quarta-feira (17) serviu para os dirigentes debaterem pessoalmente os cenários com Alckmin e reforçarem as condições para dar apoio aos petistas nacionalmente: querem que o PT respalde candidatos do PSB a governador em São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Acre e Rio de Janeiro.

 

No encontro, dirigentes também decidiram frear conversas para formar uma federação com o PT no próximo ano.

 

Líderes do PSB vão discutir o tema com Alckmin e também procurar Lula para debater pessoalmente a aliança.

 

O ex-presidente quer o partido como aliado em 2022. Os principais entraves, porém, são regionais, sobretudo no estado de São Paulo.

 

Segundo integrantes de ambos os partidos, as articulações para que o PT apoie o PSB no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Acre estão avançadas.

 

No Rio de Janeiro, por exemplo, Lula jé declarou que apoiará Marcelo Freixo, mas no PSB há o temor de que ele volte atrás. Freixo deixou recentemente o PSOL e se filiou à sigla.

 

Em São Paulo, porém, segue o impasse porque o ex-presidente não quer deixar de lançar um nome próprio da sigla.

 

O nome colocado hoje para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes é o do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, derrotado em 2018 por Jair Bolsonaro na briga pelo Palácio do Planalto.

 

A reunião no PSB foi chamada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, e teve a participação de dirigentes como os governadores Paulo Câmara (PE) e Renato Casagrande (ES), o ex-governador Márcio França (SP) e o ex-deputado Beto Albuquerque (RS).

 

O acordo vislumbrado pelo PSB beneficiaria sobretudo França e Albuquerque, que querem disputar os governos de seus respectivos estados.

 

A constatação de líderes do PT e também do PSB é que, hoje, os pessebistas não têm um nome forte que agregue à candidatura de Lula e seja capaz de obrigar o PT a redefinir estratégias estaduais a fim de atrai-los no plano nacional.

 

O governador Flávio Dino (PSB-MA), por exemplo, muito lembrado nas conversas para ser vice de Lula, é originário do PC do B e visto no PT como um candidato que não ampliaria a chapa para além do campo da esquerda.

 

Já Alckmin, que foi quatro vezes governador pelo PSDB em São Paulo e duas vezes candidato a presidente da República, tem um viés mais à direita e ajudaria a acalmar setores mais conservadores da sociedade, reeditando o que Lula fez em 2002 com o empresário José Alencar como vice.

 

A intenção do PSB é fortalecer a legenda nas negociações a ponto de forçar o PT a abrir mão da cabeça de chapa em disputas estaduais consideradas essenciais para os pessebistas.

 

O partido aposta que nesses cinco estados prioritários há chance de vencer a eleição em 2022. Com o apoio dos petistas, o PSB poderia consolidar essas candidaturas.

 

Em São Paulo, a preferência de Lula é por Haddad, considerado mais viável eleitoralmente que França.

 

O ex-presidente indicou a correligionários próximos que estaria disposto a ceder caso forme a aliança com o tucano. Já Alckmin, com quem conversou nos últimos dias, não nega nem confirma o desejo de integrar a chapa com Lula.

 

O tucano, no entanto, tem tateado e chamou caciques do PSB para encontros. Em um deles, um jantar em São Paulo, nos últimos dias, segundo relatos no partido, Alckmin teria sido cortejado por quem estava no restaurante pela possibilidade de ser vice. Isso, segundo pessebistas, animou o tucano.

 

A costura por uma chapa Lula-Alckmin foi revelada pela coluna Mônica Bergamo. Desde então, o tucano e o petista têm trocado afagos públicos.

 

"Tenho uma extraordinária relação de respeito com Alckmin. Fui presidente quando ele foi governador. Conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre mim e o Alckmin que não possa, sabe, ser reconciliado. Não há", afirmou Lula na segunda-feira (15) durante viagem à Europa.

 

Já Alckmin, na semana passada, também não rechaçou a possibilidade de compor chapa com o petista.

 

"Já disseram que eu vou ser candidato a senador, a governador, a vice-presidente. Vamos ouvir. Fico muito honrado com a lembrança do meu nome", disse o ex-governador paulista, que foi derrotado por Lula em 2006 na corrida pela Presidência da República.

 

Até então, Alckmin vinha discutindo seu futuro político principalmente com siglas alinhadas mais ao centro e centro-direita e trabalhado com a hipótese de se candidatar ao Governo de São Paulo mais uma vez.

 

Alckmin, que está de saída do PSDB, também é cortejado pelo PSD, de Gilberto Kassab, e pela União Brasil, que será resultado da fusão do DEM com PSL.

 

Posted On Sexta, 19 Novembro 2021 04:44 Escrito por

O senador Jorginho Mello teria sido autorizado pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, a anunciar apoio ao ingresso de Bolsonaro

Por Mariana Costa

O vice-líder do governo no Senado Federal e no Congresso Nacional, senador Jorginho Mello (PL-SC), disse em entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (17/11), que, mesmo antes do fim da reunião de presidentes dos diretórios estaduais do partido, ficou acertado que os líderes deixarão suas diferenças de lado e irão ceder às exigências do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ingressar na legenda.

 

“O partido está dando ao presidente Valdemar [Costa Neto] carta branca para acertar com o presidente Bolsonaro todas as arestas de possibilidades que tenha em qualquer canto do Brasil. O PL sai unido. Evidentemente, todos os estados falaram, um por um. Alguns não eram originários, não tinha no estado algum tipo de dificuldade. Com a liderança do presidente Valdemar, isso tudo está sendo equacionado”, disse o parlamentar a jornalistas.

 

“O partido unanimemente entrega uma procuração ao presidente Valdemar pra que ele trate com o presidente Bolsonaro e todo mundo vai receber o presidente de braços abertos”, completou Mello, que foi “autorizado”, segundo a assessoria de comunicação da sigla, a dar uma prévia das decisões acertadas entre os diretórios estaduais.

 

O imbróglio partidário gira em torno de questões relacionadas a acordos políticos, como coligações e direções do partido em alguns estados. Tudo teria começado após discussão sobre o diretório do partido em São Paulo, que o presidente da República estaria decidido a deixar sob comando do filho 03, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP).

 

Posted On Quinta, 18 Novembro 2021 07:03 Escrito por

Para presidente, filiação só vai adiante se sigla rever apoio a adversários políticos do Planalto os Estados

 

Por Felipe Frazão, enviado especial a Dubai

 

Um dia depois de suspender a cerimônia de filiação ao Partido Liberal (PL), o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (15), que existe a possibilidade de ingressar em outro partido do Centrão. Bolsonaro relatou manter ainda conversas paralelas e que segue vivo o interesse do Progressistas e do Republicanos em filiá-lo. O presidente indicou estar disposto a esperar "pouquíssimas semanas" para concluir as negociações com o PL, comandado pelo ex-deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto.

 

"Eu tenho um limite. Espero, em pouquíssimas semanas, duas ou três no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas acho que tem tudo para a gente casar e ser feliz", disse o presidente, durante entrevista na Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

 

Segundo Bolsonaro, a conclusão das conversas somente irá adiante se o PL desistir de apoiar partidos de adversários políticos dele, principalmente na esquerda, e de participar de palanques estaduais que possam beneficiar rivais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e João Doria (PSDB).

 

"Nosso partido não pode estar flertando com a esquerda num ou outro Estado, se resolvermos isso aí eu assino essa filiação que me satisfaz e satisfaz em grande parte o nosso eleitorado, que quer a continuidade da minha política", afirmou o presidente.

 

O presidente tem um time de conselheiros para tratar da filiação. Ele afirmou ter conversado nos últimos dias sobre a escolha do partido com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), das Comunicações, Fábio Faria (PSD), e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido).

 

O clã Bolsonaro se desentendeu com o mandachuva do PL por causa das composições políticas em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Piauí. Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, a ideia do Planalto é forçar o PL a desfazer o acordo para apoiar a virtual candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).

 

"Tem alguns Estados que para mim, a possível reeleição, se eu vier candidato, são vitais, como São Paulo. Ele (Valdemar) tem um compromisso com um candidato que vai apoiar o atual governador (Doria) se ele tiver o espaço lá no partido dele (para concorrer a presidente)."

 

Bolsonaro disse que vai precisar lançar candidatos em quase todos os Estados, em especial São Paulo, por causa do eleitorado de 30 milhões de pessoas. "É isso que está pegando. Valdemar é uma pessoa de palavra. Ele disse que está buscando a negociação e não conseguiu ainda a garantia de que possa desfazer o que fez no passado. Então resolvemos simplesmente adiar (a cerimônia de filiação, antes prevista para 22 de novembro)", justificou.

 

Bolsonaro disse que não considera ter voltado atrás porque, em sua perspectiva, "na política as coisas só acontecem quando você assina". "Eu falei que estava 99% acertado", argumentou.

 

Bolsonaro voltou a dizer que ele e Valdemar devem estar afinados e que ambos devem falar abertamente dos compromissos firmados, sem pendências. "Tem tudo para dar certo. Depende do Valdemar com sua habilidade que todo mundo conhece conduzir esses acordos que fez no passado. Ele nunca desonrou a palavra dele. Nós temos isso aí num alto valor", reconheceu o presidente.

 

Ele também afirma que será capaz de formar uma bancada na Câmara com cerca de 90 integrantes, impactando partidos do Centrão. "Eu acertando um partido bem ajustadinho, com certeza uns 30 do então PSL virão, se for o PL. Vem gente do antigo DEM também. A gente pode chegar a uns 90 parlamentares com propósito de tocar o Brasil e votar matérias importantes. Temos dificuldade nas aprovações", disse.

 

Tarcísio poder ser candidato ao governo São Paulo

O presidente também disse ter conversado com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e que ele aceitou discutir uma possível candidatura ao governo de São Paulo. Em público, o ministro tem desconversado sobre o tema, mas em particular já admite aceitar o pedido de Bolsonaro.

 

"Eu tenho um sentimento: se ele vier candidato, tem tudo para levar. Podem falar que ele não é paulista. Eu fui eleito pelo Rio sem ser carioca. Ele é um tocador de obras, um gestor, conhece muito do Brasil e tem como rapidamente se inteirar do que acontece em São Paulo", disse o presidente.

 

Posted On Terça, 16 Novembro 2021 05:23 Escrito por
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