Do site Poder360
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nesta 4ª feira (22.jun.2022) um vídeo para criticar a afirmação de que a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro revela haver corrupção no governo Bolsonaro. A ideia foi aventada por opositores depois de um mandado de prisão preventiva ser expedido no caso sobre a atuação de pastores no MEC.
“Esqueça que o juiz que mandou prender o ex-ministro Milton Ribeiro é o mesmo que quis obrigar o presidente Jair Bolsonaro a usar máscara. Hoje eu quero falar sobre corrupção. Não é esse assunto do dia?”, indaga o congressista, antes de listar investigações de corrupção no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No video, Eduardo cita casos envolvendo os ex-ministros Geddel Vieira Lima, Antonio Palocci e José Dirceu, além da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, há uma diferença de “um oceano” entre o governo Bolsonaro e os governos do PT. “Sobre matérias de corrupção, não dá nem pra começar a discutir”, declara o filho 03 do presidente.
“Eu poderia aqui certamente ficar falando muito e muito mais sobre os escândalos no tempo do PT. O que eles querem é dizer: ‘está vendo? O governo Bolsonaro também comete escândalos de corrupção. É tudo farinha do mesmo saco.’ Meus caros, não dá nem para começar a comparar. O ministro Milton está sendo investigado, foi preso preventivamente. Ainda tem um processo que vai correr, onde ele terá a chance de se defender com direito ao contraditório e ampla defesa e um devido processo legal. Se isso acontecer dentro das quatro linhas, né?”, diz Eduardo.
Assista (3min2s):
Mais cedo, o pastor evangélico Silas Malafaia também criticou as comparações de uma suposta corrupção no governo de Bolsonaro com os governos petistas. Segundo o evangélico, isso é um esforço da imprensa “esquerdopata”.
A equipe de campanha de Bolsonaro entrou em modo de “contenção de danos” com a repercussão da prisão de Ribeiro. Apesar de o caso fragilizar o discurso anticorrupção do governo, a avaliação de assessores é que o tema da corrupção continuará como um dos principais contra Lula.
Da coluna Notas&Informações do Estadão
O primeiro rascunho do plano de governo do PT deu o que falar. Para quem se arvora em líder de uma formidável coalizão em defesa da democracia e contra o autoritarismo, Lula da Silva constrangeu até líderes de partidos aliados ao impor sua agenda na elaboração do documento. Os eleitores moderados, grupo que o petista precisa conquistar, necessariamente, para se eleger presidente pela terceira vez, viram naquelas diretrizes programáticas o velho PT que há alguns anos vinham rejeitando. Algo precisava mudar.
Pois o PT, para evitar “novos atritos” com partidos coligados e com esses potenciais eleitores mais ao centro do espectro político, propôs uma nova versão das tais diretrizes. Substituindo um adjetivo aqui e um verbo acolá, às vezes nem isso, é tudo mais do mesmo. O documento vendido aos incautos como “recuo” não passa de mais uma lorota petista.
Tome-se, por exemplo, um dos temas que mais repercutiram negativamente quando da divulgação da primeira versão dessa espécie de pré-programa de governo: a reforma trabalhista. O termo “revogação” foi suprimido da nova versão. Mas isso não quer dizer, em absoluto, que os avanços para o mercado de trabalho trazidos pela aprovação da reforma durante o governo do presidente Michel Temer não estejam ameaçados caso Lula seja eleito em outubro. A equipe que coordena a pré-campanha do petista fala agora em propor “uma extensa proteção social”, com atenção especial a autônomos e trabalhadores que usam aplicativos, “revogando os marcos regressivos da atual legislação trabalhista, agravados pela última reforma e restabelecendo o acesso gratuito à Justiça do Trabalho”, diz novo trecho do documento.
Qualquer pessoa alfabetizada lê o que vai acima e entende que, sim, o partido proporá mudanças na legislação trabalhista de modo a restaurar, no todo ou em parte, o arcaico arcabouço legal vigente até a sanção da Lei 13.467, de 13 de julho de 2017. Afinal, não se sabe, e o documento não diz, o que o PT considera como “marcos regressivos” da reforma trabalhista – mas intui-se, a julgar pelos raivosos discursos lulopetistas, que sobraria pouca coisa da modernização das relações de trabalho.
A revogação do teto de gastos é outro ponto sensível para o País que foi mantido nas diretrizes programáticas do PT. O partido tem o direito de defender a agenda que bem entender, até rematados retrocessos, como o fim do teto de gastos sem indicar uma nova âncora fiscal, e submetê-la a escrutínio público. Só não é honesto dizer que recuou ou moderou seu discurso quando, a bem da verdade, o que houve foi uma manipulação de meia dúzia de palavras.
Em que pese a inclusão de um tópico no documento condenando ataques à imprensa e a jornalistas – a rigor, uma obviedade para qualquer um que se apresente como democrata –, a pauta da “regulação dos meios de comunicação”, um eufemismo para o controle estatal do jornalismo profissional e independente, segue entre as diretrizes programáticas do PT. Mas, agora, singelamente chamada de “democratização dos meios de comunicação”.
Permanece também o plano de “abrasileirar” os preços dos combustíveis, o que é uma forma adocicada de defender a intervenção do governo na política de preços da Petrobras. Aqui, Lula e o presidente Jair Bolsonaro andam de braços dados.
Assim, com alterações mais ou menos acentuadas no que concerne à linguagem, mas não ao espírito, o plano petista para governar o Brasil segue repleto de propostas perigosas, como o alto intervencionismo estatal na economia, o descontrole dos gastos públicos e a revogação da reforma trabalhista. Se aplicada, essa plataforma eleitoral não só não tem o condão de apresentar soluções duradouras para os atuais problemas do País, como pode criar outros, tão graves que nem sequer podem ser mensurados neste momento.
Mas pode vir coisa ainda pior por aí, caso Lula seja eleito. Afinal, para o chefão petista, “é melhor colocar menos propostas no papel e executar mais”. Conhecendo o histórico do PT, isso soa menos como promessa e mais como ameaça.
A chapa Lula-Alckmin apresentou a nova versão das diretrizes do programa de governo nesta terça-feira (21). O texto eliminou pontos que eram arestas para o diálogo com setores ao centro, como a revogação da reforma trabalhista, e sinalizou a conservadores ao excluir alusões a aborto e acenar a policiais.
POR JOELMIR TAVARES
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a versão atual elevou o destaque a propostas para a Amazônia e a Petrobras, diante de dois temas que pressionam o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e segundo colocado nas pesquisas: a disparada no desmatamento e nos preços dos combustíveis.
Conheça abaixo os principais pontos da prévia, que está disponível no site da chapa.
DIRETRIZES DO PROGRAMA DE GOVERNO DE LULA
> O QUE É
Documento é uma prévia das diretrizes do programa de governo que será oficializado após o registro da candidatura. O texto foi discutido pelo PT e pelos seis partidos aliados e passou pela avaliação de Lula e Alckmin, mas ainda ganhará contribuições, inclusive de plataforma aberta lançada nesta terça-feira (21)
> PRINCIPAIS EIXOS
- Reconstrução
O plano parte do diagnóstico de que Bolsonaro desmontou políticas públicas, destruiu programas e agravou a crise, e que para isso será preciso reconstruir o país. Defende o Estado agindo como agregador das forças sociais para superar, prioritariamente, a desigualdade, a fome, o desemprego e a inflação
- Economia
O eventual governo se compromete a restaurar condições de vida digna e "colocar o povo no orçamento", tendo como base o desenvolvimento sustentável com estabilidade. Lista a busca de crescimento e competitividade, baseada em investimento produtivo e reindustrialização, com participação privada
- Estatais
O documento revela oposição às privatizações da Petrobras, da Eletrobras e dos Correios. No caso da Petrobras e dos combustíveis, a proposta é de estabelecer uma política de preços que desestimule a inflação e não mais seja "internacionalizada e dolarizada", mas, sim, "abrasileirada"
- Ambiente
Firma compromisso com a sustentabilidade, a economia verde inclusiva e o enfrentamento das mudanças climáticas, engajando o setor privado. Para isso, fala em transição ecológica e energética, uso regulado da biodiversidade e "combate implacável ao desmatamento ilegal". A Amazônia é vista como prioridade
- Estado
A linha geral é a de defesa das instituições e empresas públicas, com a ideia de "recompor o papel indutor e coordenador do Estado e das estatais" e de revigorar a missão dos bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa e BNDES, no fomento ao desenvolvimento econômico, social e ambiental
- Democracia
Em contraposição a Bolsonaro, defende respeito ao resultado das urnas, humanização do governo e superação de divergências em nome de uma "via alternativa à incompetência e ao autoritarismo". Prega respeito à Constituição, ao equilíbrio entre os Poderes, às instituições e ao voto
- Pandemia
O texto fala em trabalhar por ações específicas para atenuar os efeitos da crise da Covid-19. Por exemplo, na educação, em que a pandemia aumentou a defasagem de aprendizado. Há a defesa de fortalecimento do SUS para ampliar consultas represadas e atendimento a pessoas com sequelas do coronavírus
- Inclusão
Sustenta "defesa das famílias" e "da população historicamente privada de direitos". Para mulheres, negros, LGBTQIA+, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência e moradores de periferia, são prometidas ações pela promoção de emprego, renda, saúde, direitos civis e segurança pública
- Soberania
A pauta é mencionada em variadas dimensões. Há desde a defesa da soberania alimentar, por meio do fortalecimento da agricultura familiar, da tradicional e dos negócios sustentáveis, até a soberania energética e a geopolítica, com resgate do papel de liderança regional e global
- Cultura
Prevê a adoção de políticas de descentralização de recursos para estados e municípios, além de políticas para reestruturar a cadeia produtiva cultural, "severamente prejudicada durante a pandemia e duramente perseguida pelo atual governo", em referência ao sufocamento da classe artística sob --Bolsonaro
- Impostos
Campanha fala em "uma reforma tributária solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos" e na qual "os pobres paguem menos e os ricos paguem mais". No âmbito da discussão sobre taxação de grandes fortunas, a sugestão é a de "fazer os muito ricos pagarem imposto de renda"
- Corrupção
O documento lista ações de combate feitas em gestões do PT, com o fortalecimento da Polícia Federal e a criação de órgãos, e encampa a retórica petista ao afirmar ser necessário assegurar o respeito ao processo legal, "de modo a impedir a violação dos direitos" e "a manipulação política
"
> PONTOS SENSÍVEIS
- Reforma trabalhista
A defesa explícita da "revogacao da reforma trabalhista feita no governo Temer" deu lugar a uma versão adaptada, mais conciliadora para mercado e empresariado. No texto atual, a proposta é revogar só "os marcos regressivos da atual legislação trabalhista" e propor diálogo entre trabalhadores e patrões
- Teto de gastos
O documento prega a necessidade de "revogar o teto de gastos" e construir "um novo regime fiscal, que disponha de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade". A proposta contraria setores majoritários do mercado e da política, que veem risco de descontrole fiscal e fuga de investimentos estrangeiros
- Aborto
Saiu de cena a defesa dos direitos sexuais e reprodutivos para mulheres --Lula foi alvo de críticas após dizer que o aborto deveria ser um "direito de todo mundo". Na redação atual, são citadas políticas de saúde integral para mulheres e ações para equidade de direitos e combate ao feminicídio
- Policiais
Promessa é de que "a valorização do profissional de segurança pública" seja "um princípio orientador de todas as políticas públicas da área". A proposta acena aos agentes das polícias, que compõem em peso a base de Bolsonaro, e vem após gafe em que Lula deu a entender que policiais não são gente
- Comunicação
Não há menção a regulação ou interferência na mídia, combate à concentração econômica no setor ou à neutralidade das plataformas digitais. A nova versão faz defesa genérica do "direito de acesso à informação e aos meios de comunicação" e frisa que temas precisam ser debatidos no Congresso
- Educação
A novidade no tópico é a defesa de uma educação pública laica, vista como não conflitante com a defesa da liberdade religiosa e de culto. O programa diz ainda ser preciso fortalecer a educação pública universal, democrática, gratuita e de qualidade, além de continuidade das políticas de cotas sociais e raciais
Um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) interrompeu aos gritos o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento de lançamento das diretrizes do programa de governo de uma eventual gestão petista e chegou a caminhar em direção a Lula até ser contido por seguranças.
Por Amanda Perobelli e Eduardo Simões
Não foi possível identificar o que o homem gritou e ele foi imediatamente abafado pelo coro de "ole, ole, olá, Lula, Lula". Após ser retirado da sala onde Lula discursava, o homem, acompanhado de outros dois apoiadores de Bolsonaro, foi levado por policiais militares a uma delegacia, depois da equipe do hotel onde o evento foi realizado chamar a polícia, de acordo com a Polícia Militar.
Diante do episódio, o presidente da Fundação Perseu Abramo, vinculado ao PT, Aloizio Mercadante, que coordena os trabalhos de formulação do programa de governo, afirmou que as "provocações" de bolsonaristas seriam respondidas nas urnas.
A infiltração de um apoiador de Bolsonaro não foi o único episódio a tumultuar o evento petista. Antes do discurso de Lula, o vereador pela cidade de São Paulo e ex-senador Eduardo Suplicy interrompeu aos gritos uma fala de Mercadante, reclamando que não havia sido convidado para a reunião e que a proposta de criação de uma renda básica de cidadania --historicamente defendida por ele-- não fora incluída nas diretrizes.
"Eles têm alguma coisa comigo. Não me convidou para essa reunião", gritou Suplicy diante de Mercadante, enquanto lhe entregava um papel com a proposta de renda básica.
"Continuarei trabalhando, e muito, para que Lula e Alckmin instituam a rede básica de cidadania enquanto eu estiver vivo ainda", bradou o vereador.
Inicialmente constrangido pela ação do correligionário, Mercadante eximiu-se da responsabilidade de não ter convidado Suplicy e disse que a proposta dele seria tratada como todas as demais.
"Eu de fato não tive como acompanhar o convite a todas as pessoas, é só olhar o tamanho do plenário, nem era a minha função. Em relação às propostas, hoje é um início de processo, você vai ter chance de discutir, mas para entrar no programa de governo nós vamos ter que ter um debate aprofundado", disse.
"Mas vai ter que discutir democraticamente, porque é assim que nós funcionamos", acrescentou, apontando que a proposta do vereador entraria "na fila" das demais recebidas.
Logo na sequência, no entanto, Mercadante foi aparentemente alertado por uma assessora que a ideia da renda básica constava do documento anunciado, e passou então a rebater o colega.
"Você poderia olhar com mais cuidado, porque está citado no item 20", disse antes de ler o trecho do documento.
Coube a Lula, já na parte final de seu discurso e antes de ser interrompido pelo apoiador de Bolsonaro, tentar colocar panos quentes na situação ao elogiar tanto Mercadante quanto Suplicy.
"Se o Suplicy não fosse brasileiro, se ele fosse de outro país, a abnegação dele, a dedicação dele nesses 40 anos de querer a renda básica, ele já teria ganhado o Prêmio Nobel umas 10 vezes", disse o ex-presidente.
"Eu quero parabenizar o Aloizio Mercadante e a equipe de ter colocado aqui a questão da renda básica. Eduardo, e se Deus quiser, nós haveremos de implantá-la um dia no país", acrescentou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o pré-candidato Ciro Gomes (PDT) celebraram neste domingo (19.jun.2022) a vitória de Gustavo Petro nas eleições presidenciais da Colômbia.
Com Agências
Petro, do Pacto Histórico, de esquerda, venceu o candidato da direita Rodolfo Hernández, conhecido como “Trump colombiano”.
“Felicito calorosamente os companheiros @petrogustav, @FranciaMarquezM e todo o povo colombiano pela importante vitória nas eleições deste domingo. A sua vitória fortalece a democracia e as forças progressistas na América Latina”, disse o ex-presidente em seu perfil no Twitter
Em 27 de maio, durante ato com movimentos sociais, o petista já havia declarado apoio a Petro. Na ocasião, Lula fez um jogral.
Em seu perfil no Twitter, Ciro Gomes deu os parabéns a Petro e disse ser “uma alegria” quando um “dinossauro de direita” perde as eleições.
“Parabéns aos colombianos e ao presidente eleito Gustavo Petro. É sempre motivo de alegria quando um dinossauro de direita some do mapa. Mas para a esquerda, não basta vencer. É preciso governar bem. Só assim os monstros não voltam”, afirmou.
QUEM É GUSTAVO PETRO
Economista de 62 anos, Petro integrou a guerrilha M-19, desmobilizada em 1990. Exilou-se na Europa e, ao retornar à Colômbia, foi eleito senador em 2006 e prefeito de Bogotá de 2012 a 2015. Venceu a disputa ao Senado novamente em 2018.
Defende a revogação da reforma tributária feita na gestão de Iván Duque e a taxação de grandes fortunas. Ainda pretende implementar uma política mais voltada para a preservação do meio ambiente e valorizar a produção local.