O ex-juiz foi criticado por aceitar cargo no governo Bolsonaro depois de ele vencer as eleições de 2018. Depois, Moro deixou o governo acusando o chefe do Planalto de tentar interferir no trabalho da Polícia Federal

 

Por Lauriberto Pompeu, Daniel Weterman e Marcelo de Moraes

 

O Podemos já prepara uma cerimônia para marcar a filiação do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ao partido. O ex-juiz da Operação Lava Jato deve sacramentar o ingresso na sigla em 10 de novembro. A decisão de Moro de estrear na política partidária e o anúncio da filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao PSD, ampliaram o cenário de potenciais pré-candidatos à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, em 2022, na chamada terceira via.

 

No campo expandido do centro político já há 11 nomes que postulam ou são indicados como possíveis candidatos para quebrar a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem.

 

No caso de Moro, o assunto é tratado com reserva, já que ele ainda é consultor da Alvarez & Marsal e mora nos Estados Unidos. O contrato, porém, termina no fim deste mês e, a partir daí, a entrada do ex-ministro na política partidária poderá ser oficializada.

 

Pacheco, por sua vez, já anunciou a saída do DEM e vai se filiar ao PSD do ex-ministro Gilberto Kassab na próxima quarta-feira. Nem Moro nem o presidente do Senado bateram o martelo sobre a candidatura ao Planalto, mas todas as conversas se desenrolam nesse sentido, inclusive com a procura de vices para possíveis chapas. O ex-juiz da Lava Jato tem ainda no radar uma vaga no Senado - ele poderia concorrer por São Paulo ou pelo Paraná.

 

No cenário atual, não apenas uma ala da política como representantes do mercado financeiro estão à procura de um nome que possa se contrapor à polarização entre Bolsonaro e Lula. "É muito importante que haja uma união do centro para que isso possa ocorrer, para que haja um único candidato mais forte", disse em entrevista ao Estadão o banqueiro Roberto Setubal, copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco.

 

Em pesquisa do Ipec divulgada em setembro, em um cenário com dez nomes, Moro aparece com 5%. Lula lidera todos os levantamentos e Bolsonaro, acuado pela CPI da Covid - que recomendou seu indiciamento em nove condutas criminosas -, vem perdendo cada vez mais popularidade diante de uma sucessão de crises, que vão da política à economia.

 

Além da filiação de Moro, outra definição importante ocorrerá em novembro. Trata-se do resultado das prévias do PSDB que vão escolher o pré-candidato do partido à Presidência. Os concorrentes são os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

 

O PSDB integra o grupo de nove partidos de espectro político de centro que têm se reunido na tentativa de construir uma chapa única ao Planalto. De todas as legendas que se movimentam para construir uma alternativa a Bolsonaro e a Lula, porém, a única que não admite mudança de candidato é o PDT. O partido vai lançar Ciro Gomes (PDT) e está em busca de um vice. Ontem o PDT projetou em prédios de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Belém e Porto Alegre a nova marca da campanha, intitulada "Prefiro Ciro".

 

A lista dos 11 potenciais pré-candidatos da terceira via à eleição presidencial de 2022 inclui, ainda, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania) e Simone Tebet (MDB), o jornalista e apresentador de TV José Luiz Datena (PSL) e o cientista político Luiz Felipe d'Ávila (Novo).

 

Movimentação

 

Além de uma recepção para Moro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, o Podemos também planeja outros eventos semelhantes em São Paulo e em Curitiba.

 

No fim de setembro, o ex-ministro esteve no Brasil para ter conversas políticas e tratar da possibilidade de participar da disputa eleitoral. A primeira reunião foi com a cúpula do Podemos, em Curitiba, na casa do senador Oriovisto Guimarães, com a presença da presidente do partido, a deputada Renata Abreu, e dos senadores Álvaro Dias e Flávio Arns. Em São Paulo, Moro se encontrou com Doria e com Mandetta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

 

Posted On Domingo, 24 Outubro 2021 04:40 Escrito por

De olho em 2022, Datena rebate fala de Lula e solta o verbo

 

Por Luiz Fábio Almeida

 

José Luiz Datena já falou que não deseja sair mais como candidato à presidência da República, mas em vários momentos no Brasil Urgente, da Band, dá sinais da possível pré-candidatura. No seu programa, nesta semana, ele rebateu uma crítica do ex-presidente Lula (PT).

 

“Lula disse que eu era o Enem, que o Luciano Huck era o Enem da política, que tornava a política pobre, que tinha que procurar fora da política. Lula, você nem para o Enem serve, porque a política está podre por causa de gente como você”, comentou o famoso.

 

O jornalista fez referência à uma fala do ex-presidente feita no fim de setembro. Na ocasião, Lula falou de parte da imprensa e a comparou a um vestibular do Enem a “procura” por um candidato forte.

 

“Parece que pela primeira vez na história do País setores da imprensa estão procurando candidatos. Já tentaram o [apresentador Luciano] Huck, agora o [apresentador José Luis] Datena. É como se estivessem fazendo um Enem para procurar um candidato quando tudo poderia ser resolvido da forma simples”, ressaltou em entrevista à Rádio Capital de Cuiabá.

 

A alfinetada de Datena, nesta semana, surgiu em meio a uma crítica dele a Lula por ter defendido “depois de muito tempo” o auxílio de R$ 600. Na verdade, em rede social, o petista diz que o partido defende o valor desde o ano passado.

 

Na semana passada, o comunicador negou os rumores de que estaria determinado a deixar a Band para entrar de cabeça na disputa das eleições de 2022. No Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, ele afirmou que, mesmo que venha a disputar algum cargo político, não pretende se desligar da emissora.

 

“Essa praga do fake news tem que acabar. Tem muita gente que não quer me ver aqui para eu não descer o cacete em todo mundo. Para dizer a verdade, eu não vou sair da Bandeirantes e tenho o convite para sair, se quiser. Quero dizer que é mentira que vou sair da Bandeirante para concorrer à eleição”, disparou.

 

“Mesmo porque, se eu tiver que deixar a TV para concorrer, só em último caso mesmo em cargo executivo. Eu deixaria a TV perto das eleições com qualquer trabalhador brasileiro em prazo regulamentar”, ressaltou.

 

 

Posted On Sábado, 23 Outubro 2021 06:35 Escrito por

Em sua rede social, presidente do Senado comunicou a mudança e agradeceu ao DEM, sua antiga legenda

 

Com Agências

 

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, anunciou sua saída do partido Democratas e a filiação ao PSD, a convite do presidente da sigla, Gilberto Kassab. Pacheco informou a mudança nesta sexta-feira, 22, em suas redes sociais.

 

O senador também agradeceu ao antigo partido, seu presidente - ACM Neto - e desejou sorte ao recém-criado União Brasil, que uniu o DEM e o PSL de olho nas eleições de 2022.

 

Segundo reportagem do Estadão, a pré-campanha de Pacheco para a Presidência da República foi lançada na terça-feira, 19, em um jantar suntuoso na casa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em Brasília. Na mesma noite, Pacheco comunicou em conversa com ACM Neto que deixaria o partido para se filiar ao PSD.

 

Ao Estadão, Ibaneis afirmou que "torce para um nome mais centro" em 2022, disse que considera Pacheco "um bom nome".

 

Gilberto Kassab, presidente do PSD - um dos partidos que mais cresceu nos últimos anos - descolou-se do governo e tem feito contundentes críticas ao presidente Jair Bolsonaro nos últimos meses.

 

Pacheco, por seu lado, tem desconversado sobre sua real disposição de concorrer ao Planalto, dizendo que agora o momento é de se buscar resolver os problemas do País. Ainda assim, ele também vem adotando uma postura independente em relação ao governo, de quem recebeu apoio para se eleger presidente do Senado.

 

O nome de Pacheco tem aparecido em pesquisas de intenção de voto à Presidência pela chamada terceira via - grupo daqueles que evitam Bolsonaro ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas com resultados modestos até o momento.

 

 

 

Posted On Sexta, 22 Outubro 2021 15:20 Escrito por

Indiciado por crimes contra a humanidade e outros delitos no relatório final da CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas nesta quinta-feira, 21, ao relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL)

 

Com Estadão

 

Após a apresentação do parecer, que será votado na semana que vem, o chefe do Executivo fez questão de mencionar o político alagoano em seu discurso durante cerimônia de inauguração de obra do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em São José de Piranhas (PB).

 

Enquanto pessoas na plateia gritavam “vagabundo” referindo-se ao senador, o presidente respondeu: “Vagabundo é elogio para ele. Não há maracutaia em Brasília que não tenha o nome do Renan envolvido”.

 

“Imagina a desgraça que seria o Brasil se Renan fosse o presidente do Senado”, continuou Bolsonaro, lembrando de quando o senador ensaiou candidatura para voltar à presidência da Casa, em 2019, antes de desistir da disputa. “Apesar de ser nordestino, nunca fez nada nem por Alagoas, quem dirá pelo Brasil”.

 

Bolsonaro voltou a defender o “tratamento precoce” contra a covid, argumentando que sua defesa pelos medicamentos hidroxicloroquina e ivermectina é pautada pela autonomia médica. “Por que essa perseguição? Por que não dar chance ao médico na ponta da linha nos atender, nos receitar algo?”, questionou.

 

O presidente afirmou ainda que seu governo “jamais defenderá a obrigatoriedade da vacinação”, embora, segundo ele, tenha sido o único responsável por ofertar imunizantes a todos os brasileiros. Bolsonaro lembrou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que também esteve na cerimônia, contraiu covid mesmo após ter tomado a vacina, lançando, mais uma vez, dúvidas sobre a eficácia do produto. “Eu não tomei a vacina, quem quiser seguir meu exemplo, que siga”, disse o mandatário, contrariando as recomendações do próprio Ministério da Saúde e de especialistas do mundo todo.

 

 

Posted On Sexta, 22 Outubro 2021 03:37 Escrito por

Governador do DF se refere ao presidente do Senado como próximo 'presidente da República' em evento para advogados; no menu, whisky, vinho e paella com camarões

Por Luiz Vassallo - Estadão

 

Uísque, vinho e paella com camarões com um palmo de comprimento compunham o menu de um jantar na suntuosa casa do governador Ibaneis Rocha (MDB), em Brasília, na noite desta terça-feira, 19. O evento, realizado sob pretexto de homenagear integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público em fim de mandato, acabou sendo palco do anúncio da campanha do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, à Presidência da República, em 2022.

 

Na mesma noite, Pacheco comunicou o presidente nacional do DEM, ACM Neto, que deixaria o partido para se filiar ao PSD de Gilberto Kassab. Mais cedo, Ibaneis havia recebido das mãos do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, a medalha Raymundo Faoro. Neste evento, chamou os conselheiros para o jantar, com a promessa de ser um encontro da advocacia. Na porta da residência, os seguranças perguntavam aos convidados: "É da OAB ou do CNMP?". Aliado do presidente Bolsonaro, Ibaneis, que é advogado, foi presidente da Ordem em Brasília. A justificativa do evento era homenagear as conselheiras Sandra Krieger e Fernanda Marinela, representantes da OAB no CNMP que estão em fim de mandato.

 

Durante o jantar festivo, Ibaneis foi ao centro do salão, pegou o microfone e prestou suas homenagens às conselheiras, aproveitando também para chamar ao local Santa Cruz e o presidente do Senado - que é advogado e foi conselheiro federal da OAB em Minas Gerais em 2012. Ao anunciar Pacheco, o emedebista disse que estava passando a palavra ao próximo "presidente da República".

 

O senador não fez discurso em tom de campanha, mas assentiu e falou sobre sua carreira política, desde quando era um deputado discreto de Minas Gerais, muitas vezes reconhecido entre os colegas no Congresso somente por ser do MDB mineiro.

 

O cardápio de frutos do mar foi servido por um ex-chef do Piantella, tradicional reduto de políticos de Brasília, que fechou as portas no ano passado, após 42 anos, e já pertenceu ao criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Aos convidados, ele contou histórias de Ulysses Guimarães - foi no Piantella que políticos articularam as Diretas Já.

 

A residência luxuosa de Ibaneis costuma ser palco para eventos deste tipo. Foi comprada pelo governador especialmente para grandes jantares. Localizada no Lago Sul, onde moram políticos e ministros do Judiciário, a casa tem dois mil metros quadrados e foi adquirida pelo emedebista no início de 2019, por R$ 24 milhões - sendo R$ 19 milhões com recursos próprios e outros R$ 5 milhões oriundos de um empréstimo do BRB, controlado pelo governo de Brasília.

 

Ao Estadão, Ibaneis afirmou que "torce para um nome mais centro" em 2022, disse que considera Pacheco "um bom nome", mas que ainda "é cedo para qualquer definição."

 

Além do governador, o presidente do Senado receberá o apoio de Felipe Santa Cruz, que deve se filiar também ao PSD em fevereiro do ano que vem, após deixar a entidade. O jantar também serviu para apaziguar a relação entre o do presidente da OAB e o governador, que foram rivais na disputa do comando da Ordem. Dias Toffoli - que também foi homenageado pela OAB naquela tarde - era esperado, mas acabou não aparecendo. /COLABOROU DAVI MEDEIROS

 

Posted On Quinta, 21 Outubro 2021 16:10 Escrito por
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