VEJA TRAZ ENTREVISTA COM BOLSONARO APÓS ATAQUE. ÉPOCA AFIRMA QUE HADDAD ESTÁ INCOMODADO COM POSICIONAMENTO DE LULA E ISTOÉ DIZ QUE LULA DEBOCHA DA JUSTIÇA
VEJA
‘MORTE PASSOU A DOIS MILÍMETROS DE MIM’, DIZ JAIR BOLSONARO
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira, 7, que a morte passou “a dois milímetros” dele. A declaração do presidenciável, esfaqueado no abdômen em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) na tarde de ontem, aparece em um vídeo gravado e divulgado pelo pastor evangélico Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus, durante uma visita no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para onde o candidato foi transferido na manhã de hoje.
“Se é que a gente pode falar em distância, a morte esteve distante dois milímetros de mim. A faca passou dois milímetros da minha [veia] cava, eu perdi dois litros de sangue que foram drenados. Se fosse mais três minutos o atendimento, o pessoal diz que eu tinha morrido, é um milagre”, disse Bolsonaro, com dificuldades de falar, ao lado de Malafaia.
Na visita ao candidato do PSL à Presidência, acompanhada também pelo senador Magno Malta (PR-ES) e filhos de Bolsonaro, Silas Malafaia fez orações pelo candidato e disse que “não vai ser essa cambada aí que é contra valores de família, bem-estar da nação que vai destruir o nosso país não”.
Em entrevista, o cirurgião Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, que conduziu a operação de cerca de quatro horas, apontou que a facada desferida por Adelio Bispo de Oliveira em Bolsonaro causou uma “volumosa hemorragia interna”, deixou três perfurações no intestino delgado do presidenciável, que foram suturadas, e uma “lesão grave” no cólon transverso, uma porção do intestino grosso. Neste caso, não houve pontos, mas um procedimento conhecido como colostomia, que consiste na exteriorização de parte do intestino em uma bolsa, onde são excretados fezes e gases.
Segundo o cirurgião, Bolsonaro deve ficar cerca de dois meses com a bolsa da colostomia e, então, será operado novamente para reverter o procedimento. Como o prazo terminaria depois das eleições, o médico foi questionado sobre se a colostomia impediria o candidato de fazer campanha. Ele respondeu que há pacientes que convivem com a bolsa permanentemente, com “qualidade de vida”.
ÉPOCA
HADDAD, O CANDIDATO DISFARÇADO DE VICE, NO CORAÇÃO DO LULISMO
Na noite em que o Tribunal Superior Eleitoral barrava a candidatura do ex-presidente Lula como cabeça na chapa do Partido dos Trabalhadores — fato ignorado pelas hostes petistas, que continuaram a insistir no devaneio de uma dobradinha eleitoral entre um preso e um solto —, um jantar reunia sete homens e uma mulher no restaurante Varanda, no centro de Garanhuns, Agreste de Pernambuco. No dia seguinte, Fernando Haddad, de 55 anos, que oficialmente ainda era apenas vice por obediência às ordens partidárias superiores, faria um périplo nas cercanias da cidade natal de Lula, Caetés — a menos de meia hora dali. Como o lulismo ainda reina forte na região, a visita servia basicamente para a gravação de um programa eleitoral, além de dar uma força para o governador Paulo Câmara, do PSB, que corta um dobrado para garantir a reeleição.
À mesa, o grupo — que incluía, entre outros, um ex-prefeito, uma jovem liderança petista regional, um primo de Lula e dois relevantes empresários da cidade — discutia o acontecimento. Até aquele momento, os caciques locais não sabiam da agenda do candidato-que-não-é-o-candidato, o que lhes pareceu pouco-caso. Houve quem reclamasse de ter de fazer a caminhada ao lado de Paulo Câmara, um dos artífices da pulverização da candidatura da petista Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, ao governo estadual para neutralizar a candidatura de Ciro Gomes, do PDT. Mas a turma se inflamou mesmo falando que era um erro protelar tanto a decisão de fazer Haddad titular e Manuela D’Ávila, do PCdoB, vice. “Esse cabra (Haddad) deve estar p... Tem de vir aqui e fazer isso tudo e não pode pedir voto pra si”, comentou-se.
Desde 17 de agosto, Haddad — que perdeu 4 quilos — corria o Brasil sem poder se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto. Afinado com o script que acertou com o ex-presidente na prisão em Curitiba, o vice tentava se passar por um mero coadjuvante e respondia, pacientemente, que o candidato era Lula. Um aliado destacou que, diante de suas frágeis relações com o PT, o ex-prefeito tem consciência de que sua candidatura só pode ser levada adiante se for bancada por Lula. O ex-ministro Jaques Wagner, preferido da maioria dos caciques petistas, teria mais autonomia para caminhar com as próprias pernas, o que Haddad não terá como fazer, pelo menos, até eventualmente ser eleito.
ISTOÉ
O DEBOCHE PETISTA NÃO TEM FIM
Desde que foi condenado pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), em janeiro, Lula resolveu adotar como esporte predileto a afronta à Justiça. Não bastasse o fato de ter transformado sua cela em escritório político, Lula decidiu estabelecer uma narrativa cujo propósito é distorcer a realidade. Por decisão esmagadora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por 6 a 1, na madrugada do sábado 1, Lula deixou de ser candidato à Presidência porque um condenado em tribunal colegiado de segunda instância, como é o caso do TRF-4, é considerado inelegível. Por óbvio, o TSE determinou, então, a proibição de qualquer propaganda eleitoral que exponha Lula na condição de aspirante ao Planalto. De Curitiba, porém, o petista mandou seu partido seguir com a galhofa. A estratégia incomoda até mesmo alguns dirigentes petistas, a começar pelo fantoche escolhido pelo ex-presidente para representá-lo na chapa, Fernando Haddad. O escárnio petista não tem limites.
Numa decisão que, em linhas gerais, ISTOÉ já antecipara na sua edição de 8 de agosto, o TSE deu um prazo de dez dias para que o PT apresentasse o substituto de Lula na chapa e ainda proibiu o petista de fazer propaganda como candidato, tanto nas ruas, como na propaganda do rádio e TV e nas redes sociais. Mas o PT resolveu ir além, desrespeitando todas as decisões do TSE. A Justiça Eleitoral já concedeu cinco liminares suspendendo propagandas do partido no rádio e na TV, inclusive com a aplicação de multa de R$ 500 mil a cada tentativa de manutenção do ilícito. Apesar de tudo, porém, a tática do PT é a de manter a confusão até o dia 11 de setembro, data final determinada pela Justiça para a substituição de Lula por Haddad.
Ao invés de cumprir a lei e tirar Lula das propagandas, o PT fez apenas alguns ajustes nas peças publicitárias. Um dos jingles da campanha foi alterado. A letra original da música utilizada na propaganda eleitoral dizia: “É Lula nos braços do povo”. Essa frase foi substituída por “Lula é Haddad, é o povo”. Em outro trecho, houve a troca de “Chama que o homem dá jeito” para “Chama que o 13 dá jeito”. Os programas, no entanto, seguem disseminando a ideia de que o candidato é Lula. A estratégia petista é estruturada para atender unicamente os interesses pessoais de Lula, como se ele fosse o dono do partido. Assim, vai mantendo até onde for possível o mantra de perseguido político. Para isso, agarra-se novamente à farsa de que o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas pode salvar sua pele e se sobrepor à Justiça brasileira, impondo sua ilegal candidatura. Em decisão na quinta-feira 6, o ministro do STF, Edson Fachin, negou pedido da defesa de Lula e manteve a inelegibilidade.
Dentro do STF, ministros criticam a postura do PT. Eles dizem que essa investida é insustentável, já que uma coisa é a simples recomendação da ONU, outra é a inexistência de força vinculante entre o sistema jurídico brasileiro e a posição da entidade. Nos bastidores do TSE, ministros também classificam a manobra como “chicana jurídica”. Ministros ouvidos por ISTOÉ falam nos bastidores que o PT quer “desestabilizar” o processo eleitoral.
No início da semana, Haddad revelou, a pessoas próximas, estar inconformado. Internamente, diz que o partido está perdendo tempo ao não fazer logo a substituição. As pesquisas internas do PT apontam para a possibilidade de que cerca de 50% dos votos dados a Lula se revertam para ele. O problema é que quanto mais Lula insiste nessa tática burlesca, menor é o tempo que Haddad terá para se viabilizar. Até aí é um problema do partido e de seu poderoso chefão. O que não é lícito é que um político prisioneiro provoque tamanho caos eleitoral a um mês do pleito.
Ataque não deve disparar apoio ao candidato do PSL, mas aumenta suas chances de ir ao segundo turno, dizem cientistas políticos
Da Redação
O ataque ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) - esfaqueado na ÚLTIMA quinta-feira durante um ato de campanha em Minas Gerais - joga ainda mais incerteza sobre uma corrida eleitoral que já estava bastante indefinida. Uma análise inicial do episódio, porém, indica que o Bolsonaro tende a ser beneficiado eleitoralmente pelo atentado, enquanto o concorrente do PSDB, Geraldo Alckmin, que disputa diretamente com ele o voto mais conservador, é o que deve enfrentar mais dificuldades no novo cenário.
Bolsonaro foi transferido na sexta-feira para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, e está com quadro estável, mas sem previsão de alta. Seu filho, Flávio Bolsonaro, disse que o pai não deve mais realizar campanha nas ruas.
Para analistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil, o ataque não deve gerar uma disparada nas intenções de voto ao candidato do PSL, mas tem potencial para, ao menos, consolidar o apoio que ele já conquistou, o que aumenta suas chances de ir ao segundo turno.
Com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarado inelegível pela Justiça, Bolsonaro aparece em primeiro lugar nas sondagens eleitorais. A última pesquisa Ibope lhe dá 22%, dez pontos percentuais acima de Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT), ambos empatados na segunda colocação com 12%. Logo atrás vem Alckmin, com 9%.
O provável substituto de Lula como candidato do PT, Fernando Haddad, aparece com 6% - ele deve ser confirmado na cabeça de chapa petista até terça-feira. A pesquisa, realizada no fim de semana passado, tem margem de erro de dois pontos percentuais.
PROPAGANDA ELEITORAL E "EFEITO DE MÍDIA"
Havia uma expectativa entre cientistas políticos de que, após o início da propaganda eleitoral em rádio e televisão no final de agosto, Bolsonaro, que tem direito a pouquíssimo tempo, começaria a perder votos, enquanto Alckmin, dono do maior espaço de propaganda, se tornaria mais conhecido e começaria a subir na preferência do eleitorado.
No entanto, após ter sido vítima de uma facada, Bolsonaro deve ser beneficiado por uma mistura do que analistas chamam de "efeito tragédia" e "efeito de mídia", em que há uma intensa cobertura da imprensa, com viés positivo, já que ele foi vítima de um ataque. Além disso, ele agora terá uma justificativa legítima para não comparecer aos debates com outros candidatos, onde tem sido alvo preferencial dos adversários.
"Bolsonaro receberá uma exposição intensa nos próximos dez dias, que não teria sem esse ataque, numa cobertura que vai suavizar sua imagem de agressividade, pois aparecerá numa posição de fragilidade. Não vai perder votos e pode ser até que suba um pouco", acredita o cientista político Jairo Pimentel Jr., pesquisador da FGV.
A socióloga Esther Solano, professora Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que vem estudando de perto seguidores do Bolsonaro, também acredita que o ataque deve consolidar o eleitorado que o candidato já construiu. O episódio, diz, reforça entre seus apoiadores a leitura de que "o cidadão de bem está desprotegido" e que é preciso ser duro no combate a violência, uma das principais propostas do candidato.
"Mas não acredito que isso vai ajudar a conquistar muitos votos de indecisos, pois esse grupo mais moderado pode entender, com esse ataque, que o discurso agressivo na verdade estimula atos violentos", pondera.
O analista político Alberto Almeida, que vem afirmando desde o ano passado que o cenário mais provável nessa eleição seria novamente um segundo turno entre PT e PSDB, reconhece que o atentado aumenta as chances de Bolsonaro.
Por outro lado, Marina, Ciro e Haddad têm, por sua trajetória política, mais espaço para crescer disputando os votos da esquerda. Para os analistas entrevistados, o atentado poderia atrapalhar a transferência de votos de Lula para Haddad caso o autor do ataque fosse um militante claramente ligado ao PT. As primeiras informações apuradas pela Polícia Federal, no entanto, não indicam qualquer conexão do suspeito com o partido.
Adélio Bispo de Oliveira confessou ter esfaqueado o candidato. Ele é solteiro, tem 40 anos, é morador de Juiz de Fora (MG) e foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Suas postagens no Facebook indicam um perfil político mais à esquerda, porém com alguns elementos contraditórios como apoio à redução da maioridade penal, tema mais frequentemente defendido pela direita, e rejeição generalizada a políticos. Ele também criticava a ex-presidente Dilma Rousseff.
Depois de ter atacado Bolsonaro, ele foi preso e indiciado pela Polícia Federal "por atentado pessoal por inconformismo político".
REDUÇÃO DOS ATAQUES?
Além do aumento da exposição, o atentado também pode oferecer uma blindagem a Bolsonaro contra os fortes ataques que vem recebendo de seus concorrentes, principalmente por suas declarações agressivas com mulheres e a favor do armamento da população. Na esteira dessas críticas, a última pesquisa Ibope mostrou um aumento da rejeição ao candidato, que subiu de 37% para 44% em cerca de duas semanas, maior patamar entre os concorrentes.
"O crescimento da rejeição em geral antecede a perda de intenção de voto. Esse atentado, porém, vai obrigar os concorrentes a segurar os ataques ao Bolsonaro, freando esse processo de aumento da rejeição", analisa Pimentel...
..."Atacar alguém numa situação delicada como a de Bolsonaro pode provocar o que chamamos de efeito bumerangue, quando o ataque acaba se voltando contra seu autor", acrescenta.
O cientista político considera que a redução dos ataques pode deixar Bolsonaro numa posição mais favorável também para uma eventual disputa de segundo turno, caso contenha o aumento da sua rejeição. Em geral, o candidato que sai vitorioso dessa segunda etapa é aquele que desperta menos repulsa no eleitorado, sendo capaz de atrair eleitores que optaram por outros nomes no primeiro turno.
A última pesquisa Ibope, realizada antes do ataque, mostrou que Bolsonaro seria derrotado em segundo turno por Ciro, Marina e Alckmin e empataria com Haddad. O petista, porém, ainda é pouco conhecido e tem potencial de crescer na preferência do eleitor, avaliam os analistas.
IMPACTO DO ATAQUE PODE PERDER FÔLEGO ATÉ ELEIÇÃO
Já Alberto Almeida acredita que o "efeito de mídia" que deve beneficiar o candidato do PSL inicialmente tende a perder fôlego até a eleição. O primeiro turno ocorre apenas em sete de outubro, daqui a um mês.
Ele recorda a morte do candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) na queda de um avião em agosto de 2014. O primeiro resultado foi que a comoção gerada pelo acidente e a grande exposição da sua substituta, Marina Silva, catapultaram a candidata as pesquisas de intenção de voto, deixando-a empatada na liderança com Dilma Rousseff (PT). Conforme o impacto da notícia foi passando e os ataques à Marina se intensificaram, seu apoio foi murchando e ela acabou em terceiro lugar, atrás de Dilma e Aécio Neves (PSDB).
"O ataque beneficia Bolsonaro, mas se tivesse ocorrido a poucos dias da eleição, teria impacto bem maior", afirma Almeida.
Moradores de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, e municípios circunvizinhos deram, na tarde deste sábado, 8, uma grande demonstração de apoio à coligação Governo de Atitude, encabeçada pelo Governador Mauro Carlesse (PHS), para a eleição de 7 de outubro.
Com Assessoria
Realizada por Amélio Cayres, candidato à reeleição a deputado estadual, uma carreata levou milhares às ruas da cidade, para reforçar apoio ao candidato biquense, a Carlesse e aos candidatos ao Senado pela coligação, César Halum (PRB) e Eduardo Gomes (SD).
A carreata, iniciada na Avenida Goiás, percorreu diversos bairros e as principais avenidas da cidade, terminando em frente à residência do ex-deputado Iderval Silva, no centro. A ação foi seguida do comício de lançamento da candidatura de Cayres.
Centenas de líderes políticos, entre prefeitos, ex-prefeitos, deputados, ex-deputados, vereadores e ex-vereadores da região acompanharam. "Toda vez que eu venho ao Bico, e têm sido muitas vezes, eu sempre me emociono com a forma calorosa que sou recebido. Essa região tem muito potencial e podem acreditar que eu vou fazer de tudo para ajudar no crescimento e desenvolvimento desses. Esse povo merece e eu vou fazer", disse Carlesse.
Antes de subirem em carro aberto para percorrer a cidade, os candidatos, acompanhados pela Juventude 31, realizaram uma breve caminhada, quando o Governador cumprimentou eleitores e recebeu manifestações de apoio da comunidade.
Reunião com lideranças
Precedendo a carreata, Carlesse se reuniu com lideranças locais, ouviu demandas e destacou que está fazendo todo o possível para sanar os problemas, especialmente na área da saúde, que foi apontada como a mais complexa e carente do olhar do Executivo.
"Em todo o estado, encontramos muitos problemas na saúde. Com trabalho, nossa gestão está sanando muitas dessas situações, mas sabemos que muita coisa precisa ser feita ainda. Não vamos parar de trabalhar até que o povo tenha o atendimento que precisa e merece", enfatizou o Governador, reforçando, ainda, sua grande preocupação com a dificuldade das mulheres do Bico do Papagaio, sem acesso à saúde da mulher. "Essa situação precisa ser resolvida com a máxima urgência. A saúde não espera", concluiu.
Pernambuco: nenhum interesse: 48%; Rio de Janeiro: nenhum interesse : 50%; Distrito Federal: nenhum interesse: 45%; Minas Gerais: nenhum interesse: 48%.
Esses são os primeiros dados de uma pesquisa nacional que está sendo feita pelo instituto Datafolha, e divulgados pelas Organizações Globo, sobre o interesse dos eleitores no Horário Eleitoral Gratuito de Rádio e TV, até então considerado como o bem mais valioso em uma campanha política, que vinha – e veio nestas eleições – suscitando inúmeras “coligações improváveis”, para aumentar o tempo de exposição nessa ferramenta eleitoral.
O levantamento, que foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal Folha de São Paulo. O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.
Com nove dias de exibição, o levantamento mostra que, nas campanhas de “tiro curto”, como serão todas, a partir de agora, a importância do Horário Eleitoral Gratuito de Rádio e TV, passa a ser diminuta, para não dizer insignificante, enquanto a utilização desse tempo for feita da forma como vem sendo, ou seja, enquanto uns mal podem dizer o nome, outros repetem a mesma ladainha, com tempo de sobra.
JORNALISMO ONLINE
Com os dados da pesquisa em mãos, os especialistas políticos de todo o Brasil já apontam uma corrida dos marqueteiros das principais candidatura para outros tipos de veículo, a fim de divulgar os planos de governos e as plataformas de seus clientes.
Todos apontam o jornalismo online e impresso como a saída mais viável, mesmo que, ao contrário do Horário eleitoral de Rádio e TV, não sejam gratuitos.
A maior prova de que o jornalismo continua sendo o grande meio de comunicação com a sociedade é o atentado ao candidato à presidência Jair Bolsonaro que, por pior que sejam as circunstâncias, vem fazendo seu nome ser repetido nos telejornais de todas as emissoras, jornais impressos, blogs e grupos de whatsapp com uma frequência jamais alcançada por qualquer outro político na história do País: a cada 3,9 segundos, o nome de Bolsonaro é digitado ou lido no Brasil.
Ou seja, o velho e bom jornalismo de credibilidade, seja impresso, seja online, continua sendo o meio mais fácil e rápido de comunicação com os cidadãos.
CONSEQUÊNCIAS DO ATENTADO
Para especialistas, Jair Bolsonaro tende a ser visto como vítima, reduzindo sua alta taxa de rejeição. Mas os dividendos eleitorais também vão depender da atitude dos oponentes, que precisam evitar que lhes seja atribuída culpa moral pelo atentado
Líder nas pesquisas de intenção de voto sem o petista Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) tem mais chances de subir a rampa do Planalto depois do atentado sofrido em Juiz de Fora (MG), afirmam analistas. “Simbolicamente, ele fica fortalecido, e os ataques a ele podem se reduzir”, diz Maria Tereza Sadek, professora de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP).
“Ele ganha votos por simpatia e pena”, explica David Fleischer, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB). Na avaliação do professor, as chances que aumentam são de vitória no segundo turno, pois a possibilidade de Bolsonaro chegar à etapa final era praticamente certa antes da agressão, segundo as pesquisas. “A rejeição dele agora tende a diminuir”, ressalta. Encabeçando a lista na intenção de voto, o candidato do PSL também está no topo do ranking quando a pergunta é em quem o eleitor não pretende votar de jeito nenhum. Assim é nos levantamentos conhecidos, o que pode mudar, porém, nos próximos, diz Fleischer. Pelo levantamento do Ibope, por exemplo, o mais recente, Bolsonaro perderia no segundo turno para Marina Silva (Rede) ou Ciro Gomes (PDT). Ficaria à frente apenas de Fernando Haddad (PT), mesmo assim, numericamente empatado.
Os outros candidatos, a partir do ataque, não devem se sentir à vontade para explorar a contradição de que Bolsonaro, agora vitimado, fazia apologia da defesa das pessoas por meios próprios contra o crime, incluindo o uso de armas. “Esse discurso é perigoso, pois pode se voltar contra quem usar”, alerta Fleischer. Roberto Romano, professor de filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), alerta para o risco oposto. “Se ficarem na defensiva, como estão, os adversários de Bolsonaro vão se tornar vulneráveis a ataques dos correligionários dele, como se admitissem que são os responsáveis pelo que aconteceu”, afirma.
O coordenador político da campanha de Jair Bolsonaro, o deputado federal Delegado Francischini (PSL-PR), disse à reportagem que vai entrar com representação na Polícia Federal para que seja investigada a possibilidade de o atentado contra o candidato do PSL ser um “crime político”. “Queremos saber se tem um autor intelectual (do atentado). Para nós, é um crime político, ele (autor da agressão) foi filiado ao PSol. Queremos saber se tem alguém acima desse cara, alguém que o induziu”, disse. Francischini disse que Bolsonaro “vinha falando sempre” sobre a possibilidade de ser atacado por alguém contrário à sua candidatura.
Segundo equipe do candidato, ataque a faca atingiu órgão; autor do ataque foi preso em flagrante
Por iG São Paulo
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, foi vítima de ataque a faca na tarde desta quinta-feira (6) durante ato de sua campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais.
O comício de Jair Bolsonaro foi interrompido após o incidente e o candidato foi levado por seguranças para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. De acordo com a assessoria de imprensa do candidato, exames realizados no hospital constataram que o fígado do ex-capitão do Exército foi atingido e Bolsonaro está sendo submetido a operação.
Em entrevista à GloboNews , um dos filhos do candidato, Flávio Bolsonaro, negou informação de que o ex-capitão estava utilizando colete à prova de balas.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que Bolsonaro contava com escolta de agentes da corporação e que o agressor foi preso em flagrante e conduzido para delegacia da PF em Juiz de Fora. Ainda conforme a nota da Polícia Federal, já foi instaurado inquérito policial "para apurar as circunstâncias do ato".
O autor do ataque foi detido pela Polícia Militar e identificado como Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos de idade. Antes, o agressor ainda sofreu golpes por parte de apoiadores.
Vídeos publicados nas redes sociais flagraram o momento em que o ex-capitão do Exército foi atingido enquanto era carregado na rua por apoiadores.
Com o veto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro é hoje o líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo Ibope, o candidato do PSL reúne a preferência de 22% dos eleitores, dez pontos percentuais à frente da segunda colocada, Marina Silva (Rede).
Outros candidatos à Presidência se manifestaram após o incidente com Bolsonaro. Ciro Gomes (PDT) disse que "repudia a violência como linguagem política" e se solidarizou com o candidato do PSL. Guilherme Boulos, do PSOL, escreveu que a "violência não se justifica e não pode tomar o lugar do debate político" e cobrou a investigação sobre o incidente. João Amoêdo, do Novo, classificou o episódio como "lamentável" e "inaceitável".