A Folha publica nesta segunda uma entrevista concedida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a Fernando Rodrigues. Reputo o tucano, todo mundo sabe, o governante mais importante do Brasil em muitas décadas. Em razão de valores que nem são os dele, mas são os meus, ele ocupa um lugar superior na minha galeria ao de Getúlio Vargas.
Da Redação, com informações de Veja.com
Não aplaudo políticos que põem o país em risco quando matam ou quando se matam. Não tolero nem ditadores nem mártires porque as instituições sempre pagam o pato. O grande valor de FHC foi ter deixado instituições melhores do que encontrou. E há, claro!, o Plano Real, que teria naufragado sem a sua habilidade política.
Não gosto da obra de alguns políticos, mas gosto de sua visão de futuro e de suas prefigurações. De FHC, prefiro a obra. Ainda que seja notavelmente inteligente – e é, como poucos –, acho que erra bastante quando faz análise de conjuntura e quando pensa os próximos passos da oposição. É um erro pessoal que reflete as indecisões e indefinições do seu partido, o PSDB. Vai aqui uma constatação e uma mirada de futuro: ou esse partido se dá conta das suas dificuldades e de seus erros (que não são, a meu ver, os que ele aponta) e cria um fato político novo – QUAL??? –-, que corresponda uma real mudança interna, ou as coisas ficarão muito difíceis.
Deu-se de barato, até as eleições presidenciais de 2010, que é o PSDB a alternativa de poder ao PT. Não são poucos os que consideram, e essa questão começa a tomar corpo também para mim, que a chance de o PT ser apeado do poder está não numa candidatura tucana, mas num racha do bloco hoje governista. E a entrevista de FHC explica por que, a cada dia, menos gente aposta que os tucanos terão condições de desalojar os petistas do poder. Comento em azul alguns trechos de sua entrevista. No fim, volto para arrematar.
Folha/UOL – A crise econômico-financeira internacional colocou na defensiva as ideias liberais. Essa onda muda a abordagem de partidos como o PSDB?
Fernando Henrique Cardoso – Os que estão no governo passaram a ter uma espécie de perdão para utilizar recursos públicos para reativar a economia.
O PSDB nunca foi um partido que tivesse muito amor pelo mercado. Como todos os partidos brasileiros, as pessoas gostam mesmo é de governo, é de Estado. Isso desde Portugal, da Península Ibérica. O grande ator, querido, é o governo.
Estamos de volta a “Os Donos do Poder”, de Raymundo Faoro, e a “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda. O “amor” dos brasileiros pelo estado teria sido herdado. É inegável, mas incompleto. Acho que FHC deveria ter sido mais explícito, deixando claro que os tucanos nunca foram (e aqui digo eu: infelizmente!) liberais. Nem ele próprio. A privatização de algumas estatais nunca significou opção pelo neoliberalismo. O ex-presidente perdeu a chance de apontar a grande fraude intelectual petista. Cumpria destacar ainda as privatizações recentemente feitas por Dilma, não é? São diferentes daquelas do passado num única aspecto: o improviso.
(…)
O PSDB nasceu de centro-esquerda. Em eleições recentes, abordou temas morais e religiosos. Deslocou-se para a centro-direita. Por quê?
Por engano eleitoral. Esses temas são delicados. Acho que você tem que manter a convicção. Você pode ganhar, pode perder. Em termos de comportamento e de valores morais, o PSDB tem que se manter progressista. Quando não se mantém, não tem o meu apoio. Eu não vou nessa direção.
Há vários equívocos aí, a começar da pergunta. Se eu pedir a Fernando Rodrigues que aponte uma só peça de propaganda eleitoral do PSDB que toque nos tais problemas morais e religiosos, ele não conseguirá apontar. Não existe. Em 2010 e neste 2012, quem primeiro se ocupou dessas questões, e de maneira preventiva, foi o PT. Isso é apenas um fato. A tática é quase infantil, mas dá certo, como se nota.
FHC endossa a inverdade e segue adiante com esta formulação que dá pano pra manga: “Em termos de comportamento e de valores morais, o PSDB tem que se manter progressista”. É mesmo? E em que o partido poderia ser, sei lá, “conservador”? Em economia?
O ex-presidente não se dá conta de que tenta a quadratura do círculo – ele e os tucanos todos. Foi Dilma quem primeiro levou a questão do aborto para a disputa em 2010. Foi Fernando Haddad quem primeiro levou a questão do kit gay para a eleição neste 2012.
O ERRO DO PSDB, NOS DOIS CASOS, FOI TER FUGIDO DO DEBATE
Questões chamadas nesta entrevista de “morais e religiosas” são tema de disputa eleitoral em todo o mundo democrático – ou será que minto, presidente? E jamais ocorreria a alguém tentar deslegitimá-las. Uma das perdições dos tucanos está, justamente, em tentar fazer um campeonato de “progressismo” com o PT.
O sr. tem dito que o PSDB tem que se aproximar mais “do povo”. Como fará isso?
Os partidos, por causa de uma mudança tão rápida no Brasil, ainda continuam com uma visão de sociedade anterior à atual. A atual é essa do UOL, da pessoa que fica aí navegando o tempo todo, que tem informação fragmentada. Minha tese é a seguinte: é preciso ouvir. Não é pregar. É ouvir. É reconectar com o que está acontecendo com o país.
Não entendi nada! Na entrevista, o ex-presidente cita até a novela Avenida Brasil, a tal nova classe média, o Elio Gaspari, o andar de baixo, o andar de cima… Fiquei com a impressão de que o ex-presidente está tateando a escuridão.
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Como é a capacidade gerencial do atual governo?
Alguém me perguntou a respeito de o PIB ter crescido pouco: ‘Isso quer dizer que a presidente Dilma é má administradora?’. Não. O PIB cresceu pouco por mil razões. O erro, que eu acho que houve, é que o governo se colou ao PIB. Não precisava. Não acho que se deva colar na presidente Dilma [a queda do PIB]. Ela é que pode se colar nisso. Aí fica mal para ela.
Como se cantaria em Avenida Brasil, “Oi, oi, oi…” Se vocês notarem bem, FHC fala como conselheiro de Dilma, não como representante da oposição. Nem mesmo admite que ela é uma má administradora. Bem, se não é, então tudo bem! Trocar pra quê? Na sequência, o entrevistador indaga se a crítica à incompetência gerencial do governo é um bom discurso para a oposição. FHC responde: “A governança está falha. Mas campanha é outra coisa. Isso [falar da governança] pega quem? Por enquanto, não pega o povo.”
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O sr. conviveu com alguns dos réus que foram condenados no mensalão. José Genoino, José Dirceu. O que o sr. achou dessas condenações?
Eles não foram condenados pelo que eles são. Mas pelo que eles fizeram. Uma coisa é você ser um bom homem. De repente, eu fico com raiva, dei um tiro e matei alguém. O que eu vou fazer? Vou para a cadeia.
Nunca vi nada do Genoino. É uma pessoa bastante razoável. O José Dirceu é um quadro. Eu respeito as pessoas que têm qualidade de quadro. Acho um episódio triste. Porque essa gente ajudou muito o Brasil no passado.
Taí! Dirceu estava esculhambando FHC ontem em seu site, mandando, na prática, o tucano ficar calado. Notem: nessa resposta e naquela sobre costumes e religião, quem fala é sociólogo que já foi de esquerda e que, em muitos aspectos, continua a sê-lo, ainda que os anos de governo o tenham empurrado para o pragmatismo. Dirceu e Genoino movem campanhas públicas contra o STF, como todo mundo sabe. O que quer dizer o trecho “José Dirceu é um quadro, e eu respeito pessoas que têm qualidades de quadro?” É próprio de um quadro se reunir com autoridades do governo em quartos de hotel? É próprio de um quadro articular uma CPI para perseguir jornalistas e o procurador-geral da República?
O PSDB está com o discurso afinado para 2014?
Não. Falta o que na esquerda costuma-se dizer “fazer a autocrítica”.
***Xiii, Marquim!!! Autocrítica? Talvez falte. Mas falta mesmo é fazer oposição. O PSDB entrou em greve em 2005, quando decidiu recuar e não articular o impeachment de Lula – estratégia que contou com o apoio de FHC – e não voltou mais ao trabalho.
(…)
Aécio deveria acelerar a busca do discurso? Está na hora?
Acho. [Deve] assumir mais publicamente posições. Falar, fazer conferência, viajar. Nossos políticos precisam voltar a tomar partido em bola dividida. A busca das coisas consensuais mata a política. E mesmo se for o caso de ser candidato, que diga que é. Acho que ele deve assumir.
Pois é… Com isso, concordo. Se Aécio será o candidato, tem de ir já à luta já. Com efeito, “a busca das coisas consensuais mata a política”, mas o que vi nessa entrevista foi um FHC em busca das… coisas consensuais!!!
Cadê a polarização?
Em praticamente todas as democracias do mundo, tem-se, na prática, o bipartidarismo. “Progressistas” disputam as eleições com “conservadores”, em confrontos realmente polarizados. Também o Brasil da redemocratização foi assim. Se o PSDB, em 1994 e 1998, não vestia o figurino conservador – ainda que contasse com o apoio do então PFL –, o PT se encarregava de falar a língua das esquerdas, e o confronto seguia, vamos dizer, o molde corriqueiro dos demais regimes democráticos.
A partir de 2002 (e com mais ênfase de 2006 para cá), o petismo renunciou à cascata socialista, associou o estado às demandas do grande capital – daí que seja hoje o preferido dos potentados da indústria e da área financeira – e acelerou os tais “programas sociais”, que se transformaram em verdadeiras máquinas caça-votos. Atenção! Não há grande novidade nisso, não! Os partidos ditos “progressistas” fazem escolhas semelhantes no mundo inteiro. A rigor, poderíamos dizer que o próprio PT jogou a pá de cal naquele antigo partido de esquerda!
A jabuticaba brasileira é outra. O “partido progressista” está aí. Mas pergunto: onde está o partido conservador? A entrevista de FHC deixa claro, mais uma vez, que não é e que não será o PSDB. Existem conservadores no Chile, na França, na Alemanha, no Reino Unido, nos EUA, na Colômbia, na Índia… Até na Venezuela, no Equador e na Bolívia eles disputam eleições – por enquanto… No Brasil, todo mundo, inclusive o PSDB, é, como se nota, “progressista”… No Brasil, até Paulo Maluf canta “Lu-lá; Lu-lá” em festas do PT
Caminhando para a conclusão
A quem fala o PSDB e em nome de quais valores? Hoje, pensando no partido em escala nacional, não dá para saber. Eis um erro brutal de FHC: a maioria da população brasileira, em costumes, é conservadora. Se um dos principais formuladores dos tucanos acredita que se deve fugir desse debate como o diabo, da Cruz, então esqueçam. Os republicanos chegaram perto, sim, de fazer de Barack Obama um dos poucos presidentes da história americana a não ser reeleito – a chance de um republicano suceder o democrata é gigantesca. Por lá, conservadores falam com clareza.
A inexistência de uma alternativa conservadora no Brasil – infelizmente, o PSDB ocupa esse lugar estrutural, mas que não lhe pertence – está começando a pôr em risco a própria ideia de alternância de poder. É claro que é ruim para a democracia. Até porque o PT não é mais socialista, mas está longe de ter se convertido à democracia, como estamos cansados de saber.
Conclusão
A única chance de o PSDB se tornar viável eleitoralmente, com Aécio Neves ou outro qualquer, é mandar uma mensagem nova ao eleitorado brasileiro. Que novidade seria essa? Entendo que ela deveria ter dois pilares: a) o primeiro é a efetiva unidade, o que não se tem, é evidente, desde 2002; quais autores se apresentam para construí-la?; b) o segundo pilar é a crítica organizada, estruturada e clara às disfunções do modelo petista de gestão. Sem o primeiro, não se tem o segundo; sem o segundo, pra que o primeiro? Eu me atreveria a sugerir ainda um terceiro, com chances reduzidíssimas de ser erigido: c) o PSDB não deveria ter medo dos eleitores conservadores, mas tem. Afinal, como é mesmo?, os tucanos “têm que se manter progressistas”…
Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o presidente Michel Temer disse neste sábado (2) que o desembarque do PSDB do governo será "de modo cortês e elegante".
Com Folhapress
"Será uma coisa cortês e elegante. Como do meu estilo e do governador. Eu tenho certeza que o PSDB deu uma grande colaboração ao governo. Nós temos um ano e meio, o PSDB esteve presente um ano e meio, aliás em ministérios de grande porte", afirmou, após entregar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Limeira (a 148 km de São Paulo).
Ele acrescentou que, até então, não havia discutido o assunto com o governador.
Antes, em discurso no evento, Alckmin (PSDB), pediu "entendimento" ao presidente.
Como publicado pela Folha, o encontro deste sábado (2) também é o primeiro passo para a costura de um eventual apoio governista à candidatura de Alckmin ao Planalto em 2018.
"Presidente, conte conosco", afirmou o governador na cerimônia. "A boa política é buscar entendimento. Entendimento para resolver os problemas do Brasil e melhorar a vida das pessoas."
Em um segundo discurso, na cidade de Americana, a 30 km de Limeira, o tucano voltou a falar de aliança com Temer.
Disse que viu recentemente um provérbio libanês, origem dos ascendentes de Temer, que diz "com uma mão só não dá para aplaudir". E, dirigindo-se ao presidente, afirmou: "Nós precisamos dar a mão, fazer parceria em beneficio do Brasil."
Na última quinta (30), o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que o desembarque dos tucanos da Esplanada dos Ministérios dependia de um acordo entre Temer e Alckmin.
O PSDB ainda detém três pastas no governo: Secretaria de Governo, Direitos Humanos e Relações Exteriores.
O tucano Bruno Araújo, ex-ministro das Cidades, pasta que coordena o programa habitacional, foi o primeiro dos ministros da legenda a deixar o governo, em 13 de novembro.
DEFESA DA GESTÃO
Além de Alckmin, Temer estava acompanhado de uma comitiva de ministros que fizeram a defesa do legado da gestão governista, principalmente na área econômica.
Estiveram com ele Henrique Meirelles (Fazenda), que também tem manifestado a possibilidade de concorrer em 2018 pelo PSD, Moreira Franco (Secretaria Geral), Alexandre Baldy (Cidades) e o presidente da Caixa Gilberto Occhi.
Meirelles exaltou a gestão Temer, que, segundo ele, "em um ano fez uma diferença enorme na vida de todos", com a inflação reduzida e recuperação de empregos.
Em Limeira, Temer inaugurou 900 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. Em Americana, onde entregou mais 896 unidades, diferentemente do primeiro evento do dia, o presidente recebeu vaias, inclusive enquanto celebrava os feitos de sua gestão.
O presidente prometeu lançar um programa de término de obras paradas do governo federal. Segundo ele, ainda serão inauguradas 25 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida até o fim do ano.
Governador ressaltou que a titularidade representa dignidade e respeito às famílias beneficiadas, além de investimento em cidadania para o tocantinense
Por Cláudio Paixão
O governador Marcelo entregou, na manhã desta sexta-feira, 1º de dezembro, mais 60 títulos definitivos de propriedades rurais para moradores do município de Taguatinga. Os títulos de regularização fundiária são dos Loteamentos Taguatinga 8ª, 9ª e 10ª Etapa, autorizado ainda em 2005, quando o governador permitiu que o Instituto de Terras do Tocantins (Itertins) realizasse o diagnóstico fundiário em Taguatinga, conforme previsão do PPA/2005.
"Efetivar essas titularidades representa dignidade e respeito a essas famílias. Representa, principalmente, investimento em cidadania para o nosso povo. O cidadão tem sido o foco da nossa gestão, procuramos olhar para as pessoas, para suas demandas e trabalhamos para garantir qualidade de vida para todos os tocantinenses. Ter a certeza de que somos os donos da nossa propriedade é uma garantia cidadã", disse Marcelo Miranda.
A entrega dos títulos também compôs a programação de encerramento da 4ª edição do Fórum de Desenvolvimento Econômico do Tocantins, realizado entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro, em Taguatinga, com municípios integrantes do sudeste do Estado. Titularização
Na atual gestão foram entregues 130 títulos de regularização fundiária rural ao município de Taguatinga, beneficiando 260 famílias. Com a entrega desses 60 títulos, nesta sexta-feira, são beneficiadas cerca de 115 famílias, numa área de 351 mil hectares. Até 2018, estão previstos a entrega de mais de 415 títulos desses loteamentos.
Até agora, em todo o Estado, pela atual gestão, foram entregues 504 títulos definitivos de propriedades rurais. Em 2015 foram 41 títulos; em 2016, 147 títulos; e em 2017, 376 títulos, somados com os entregues nesta sexta.
O presidente do Instituto de Terras do Tocantins (Itertins), Júlio César Machado, ressaltou que o documento do título definitivo das propriedades é uma ferramenta importante para os proprietários investirem em suas áreas. "Com o documento, é possível ter segurança jurídica sobre a terra, tirar licenças ambientais, pleitear financiamentos bancários para investir na terra, cadastro ambiental rural, acesso às demais políticas públicas, ações que refletem diretamente no que os proprietários fazem em suas áreas", garantiu.
Beneficiários
A proprietária da Chácara Sucuri, Ana Pinheiro dos Santos, 82 anos, esperava há mais de 10 anos para receber o título definitivo da sua propriedade e para ela, receber o documento é a realização de um sonho. "Já estou combinando com meus filhos para organizarmos uma comemoração e celebrarmos essa conquista. Estou muito feliz com esse documento", ressaltou.
Quem também comemorou a conquista do documento foi o senhor Lucelino Pereira da Silva, 60 anos. Ele contou que há 60 anos mora no mesmo local e faz novos projetos. "Agora vou poder fazer empréstimos e investir na criação de vaca, que já crio, e também aumentar a produção da fazenda. Mesmo com a idade que estou vou continuar trabalhando", comemorou.
Presidente estadual do Democratas diz que partido está se reestruturando e visando se fortalecer para eleições em 2018
Por Edson Rodrigues
Uma das deputadas federais mais atuantes do Tocantins, com uma atuação voltada prioritariamente para a Educação, tendo carreado grande montante de recurso para essa e outras áreas do Tocantins, a deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende divulgou nota oficial do partido em que refuta os boatos de ruptura com o governo Marcelo Miranda, que chegaram a ser veiculados pela mídia.
Aliás, um rompimento nem seria a palavra adequada, pois Dorinha Rezende nunca afirmou ser da base aliada nem da oposição ao governo estadual, uma vez que seu trabalho é 100% focado na sua atividade parlamentar, onde sua prioridade são o povo e os municípios tocantinenses.
Na nota, a deputada esclarece que o DEM está, sim, passando por uma reestruturação interna, visando às eleições de 2018 e que, no dia 14 de dezembro a legenda fará uma convenção nacional, quando serão anunciadas novas filiações, com o crescimento da bancada do partido no Congresso.
A deputada salientou que, como presidente do DEM no Tocantins, jamais autorizou que alguém falasse em nome dela ou do partido, reafirmou seu compromisso com o Tocantins e negou qualquer possibilidade de ser contrária aos interesses do Estado, e que suas decisões serão sempre públicas, como a nota divulgada, que reproduzimos abaixo.
NOTA
O Democratas vem passando por um processo de reorganização em todo o Brasil. No dia 14 de dezembro haverá uma convenção nacional, em Brasília, quando trataremos do futuro da legenda e também para anunciar as novas filiações. No que diz respeito à Câmara Federal, a nossa expectativa é que o partido receba 15 novos deputados federais, ampliando de forma significativa a nossa bancada na Casa de Leis.
Essa reorganização não seria diferente no Tocantins, mas isso não significa que esteja havendo ruptura. Não foi tomada nenhuma decisão nesse sentido. Do ponto de vista político, o Democratas vive um momento muito importante e faz parte dele abrir espaço para o diálogo com as mais diferentes representações. E esse espaço visando o bem comum dos tocantinenses um fator fundamental para o crescimento do nosso Estado.
O nosso objetivo é o fortalecimento do Democratas, com a renovação de suas ideologias ao abraçar os filiados que estão chegando com suas novas ideias e de consolidar a agenda de promoção de uma maior integração entre os desenvolvimentos econômico e social no Tocantins e no País.
Tudo por enquanto não passa de especulações nos bastidores da política tocantinense, mas alguns políticos já realizaram algumas demarcações de territórios e se intitulam como pré-candidatos. Até então, temos conhecimento das possíveis candidaturas do deputado Paulo Mourão (PT), o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), a senadora Kátia Abreu, até então sem partido, e do ex-juiz Marlon Malon Reis pela Rede Sustentabilidade.
Por Edson Rodrigues
Os nomes não encerram por aí, o prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, do PR, e o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse (PHS) também deixaram o seu nome à disposição de uma possível disputa ao governo do Tocantins. No caso do presidente da Assembleia é de conhecimento que ele conta com o apoio da maioria dos colegas de bancada, e já vem percorrendo o Estado em busca de possíveis alianças. Todos de certo modo, tem se articulado, buscando consolidar alianças, formas suas chapas, coligações proporcionais, e nos últimos meses o assédio em torno das lideranças tem sido grande. Todos estão a procura de filiações, de líderes nos municípios que possuem simpatia com a população, sejam eles detentores ou não de mandatos.
Ritual
A cada disputa, é possível perceber que o processo sucessório eleitoral tem um ritual a ser seguido, de acordo com a Legislação Eleitoral em vigor. Seis requisitos são cruciais para participar do processo eleitoral, dentre eles, ter nacionalidade brasileira, é preciso ainda que o cidadão esteja em dias com a Justiça Eleitoral, domicílio no local há pelo menos um ano antes do pleito, ser filiado ao partido um ano antes do processo eleitoral, e ainda deve estar com a filiação aprovada pela Sigla no mínimo seis meses antes da data da eleição, segundo a Legislação.
A Legislação exige ainda idade conforme cargo a ser disputado. No caso de deputado estadual e federal é preciso idade mínima de 21 anos, para governador e vice-governador 30 anos, já para o senado, presidência e vice-presidência da República só podem concorrer ao pleito maiores de 35 anos.
No caso de prefeitos e vice-prefeitos é necessária a desincompatibilização do cargo, quatro meses antes das eleições, ou seja, a partir de maio de 2018. Todos estes procedimentos de afastar de cargos públicos, como o caso de Carlos Amastha, Ronaldo Dimas, que são prefeitos, caso sejam candidatos, devem ser realizados por secretários de Estado e Municípios, presidentes de autarquias, sindicatos, e demais servidores efetivos ou comissionados de instituições vinculadas ao setor público. O período varia conforme ao cargo pleiteado.
Após o afastamento, existe a necessidade de homologação da candidatura por meio de convenção partidária. Após a disputa, caso seja eleito, ele é diplomado, e é necessária a prestação de contas da campanha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e só após a aprovação o candidato eleito é empossado.
Marcelo Miranda
Baseado nestes critérios, é fato que o governador Marcelo Miranda, caso dispute a reeleição, deverá posicionar-se sobre uma possível sucessão a partir de março de 2018, foi o que ouvi do próprio governador durante um encontro nesta terça-feira, 28, em sua residência.
O governador está muito tranquilo com relação ao processo eleitoral, ele vê a sucessão política um procedimento comum em que todos os partidos estão movimentando-se. Para ele, é uma ação democrática, muito importante para o Estado, o País, no qual tem homens e mulheres que se colocam a disposição do eleitor com uma alternativa, opção, de ser uma escolha.
Renúncia
Os candidatos que já ocupam um cargo político-eletivo e desejam candidatar-se novamente para o mesmo cargo não precisam renunciar a função. Assim, o governador Marcelo Miranda não pode permanecer no exercício de sua função enquanto concorre a reeleição. O artigo 14, inciso 5º da Constituição Federal, prevê que o cargo de chefe do poder executivo não pode ser ocupado pela mesma pessoa por mais de dois mandatos consecutivos, ou seja, podem candidatar-se ao mesmo cargo por um único período subsequente sem a necessidade de renunciar ao mandato ou afastar-se do cargo.
Marcelo Miranda
Durante a conversa, o governador salientou que pretende encerrar o ano de 2017 com todas as finanças do Executivo organizadas, e que continuará buscando soluções e parcerias em Brasília, em prol de trazer para o Tocantins cada vez mais oportunidades de crescimento. Marcelo Miranda fez questão de evitar comentários individuais, demonstrou gratidão a todos que tem contribuído com o trabalho, aliados ou não, independente de questões partidárias, e frisou que picuinhas políticas só levam ao retrocesso.
O governador acredita ainda que continuará recebendo do companheiro do PMDB, o presidente Michel Temer, apoios importantes para o Estado por meio de parcerias junto aos Ministérios. Tendo em vista que o Tocantins possui em mãos mais de R$ 900 milhões para serem investidos em diversos setores, junta-se a isto outros recursos que virão de Brasília que foram firmados por meio de convênios e emendas impositivas da bancada federal e de outros recursos já assegurados através de financiamentos junto ao Banco Mundial.
O governador Marcelo Miranda realmente não pode colocar o carro à frente dos bois, pois atua como gestor do Tocantins, e quem deve movimentar-se são os demais candidatos que farão oposição. Miranda transpareceu calma, tranquilidade, sensatez, e destacou apenas que tem conversado com homens e mulheres, que procura trabalhar a sua governabilidade com segurança para que pais e mães de famílias não sofram ainda mais com a atua crise econômica, que a passos lentos tem se reerguido.
“Minha atual preocupação hoje é com as contas publicas, preciso trabalhar para que todos os servidores públicos recebam seus salários, 13º e que não haja necessidade de parcelamento como acompanhamos em demais estados, após este período, prestação de contas, balanço do trabalho de 2017, provavelmente estarei mais a vontade e disposto a discutir qualquer possibilidade de uma possível candidatura à reeleição”.
Ao longo do encontro percebi um Marcelo seguro, firme e muito humilde e feliz com suas conquistas na gestão, o que nos leva a acreditar que caso seja candidato é possível sim, uma vaga para uma disputa no segundo turno, principalmente se houverem três candidatos, até porque apesar dos inúmeros nomes, os procedimentos exigidos pela legislação pode deixar muita gente fora da disputa.