Vídeos de depoimentos à PGR trazem acusações do lobista contra o presidente, detalhes sobre a atuação criminosa de Eduardo Cunha e revelação sobre contrato com Joesley Batista para 'comprar'seu silêncio
Com IG a Agência Brasil
Os vídeos dos depoimentos prestados em agosto pelo lobista Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República (PGR) foram revelados nessa sexta-feira (13) pelo jornal Folha de S.Paulo , que obteve o material até então mantido sob sigilo.
Nas gravações, o ex-corretor de valores Lúcio Funaro detalha uma série de atividades criminosas envolvendo o presidente Michel Temer e outros nomes de peso do PMDB, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Parte dos fatos narrados por Funaro embasa a denúncia oferecida no mês passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Temer . Entenda aqui os principais pontos de sua delação.
"Certeza" de repasse de propina a Michel Temer
Num dos trechos dos depoimentos de Funaro, o lobista diz ter "certeza" de que o ex-deputado Eduardo Cunha repassava ao presidente Michel Temer um "percentual" da propina que arrecadava. "Tenho certeza que parte do dinheiro que o Eduardo Cunha capitaneava em todos os esquemas que ele tinha, dava um percentual também para o Michel Temer ", garantiu Funaro.
O doleiro afirmou aos procuradores que não chegou a fazer entregas pessoalmente a Temer e que o presidente nunca retirava valores ele próprio, com "receio de se expor". Ainda assim, Funaro diz que outra pessoa que atuava como emissário de Cunha, Altair Alves Pinto, relatou ter feito entregas no escritório de Temer na zona sul de São Paulo. Funaro afirmou ainda que o ex-assessor e amigo pessoal do presidente, advogado José Yunes, "arrecadava dinheiro para o Michel".
"O Altair às vezes comentava que tinha que entregar um dinheiro para o Michel", relatou Funaro. "O escritório do Michel é atrás do meu escritório. Era um lugar muito bom para o Eduardo [Cunha] porque era próximo ao escritório do José Yunes, que era uma das pessoas que às vezes arrecadava dinheiro, que ia pegar dinheiro para o Michel Temer", relatou o doleiro.
As afirmações foram feitas durante depoimento sobre a atuação criminosas de alas do PMDB na Caixa Econômica Federal. O esquema é investigado em ações penais que tramitam na Justiça Federal em Brasília e envolve, além de Funaro e Cunha, o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Segundo o delator, Geddel recebeu "entre 60% e 65%" do valor de cada operação autorizada pela Caixa no período em que ele ocupou o posto de vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco estatal, a partir de 2011. "O resto eu e o Cunha meiávamos", declarou Funaro.
Temer e a MP dos Portos
Em outro trecho de sua delação, Funaro afirma que Temer teria orientado Eduardo Cunha a acompanhar de perto a tramitação da Medida Provisória dos Portos, em 2013, a fim de favorecer três empresas que faziam doações regulares ao seu grupo político: a Rodrimar, o grupo Libra e a Santos Brasil.
O lobista conta que soube, a partir de Eduardo Cunha, que Michel Temer instruiu o então deputado a fazer alterações na redação da MP "para que o negócio não saísse do controle".
Segundo Funaro, a maior preocupação de Temer e Cunha seria o possível impedimento ao grupo Libra de renovar suas concessões portuárias uma vez que a empresa tinha débitos inscritos em dívida ativa – situação que, pela redação original da MP, impediria a renovação da concessão. Após os pedidos de Temer, Cunha teria conseguido incluir no texto da MP uma cláusula que autorizava a renovação desde que a empresa "ajuizasse arbitragem para discutir este débito tributário".
Além desse episódio de 2013, a relação do presidente Michel Temer com administradoras de portos também é alvo de inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo a edição do chamado decreto dos Portos , em maio deste ano. A suspeita é de que o peemedebista teria favorecido ilegalmente a Rodrimar na concessão do Porto de Santos.
Eduardo Cunha como "banco de corrupção"
Ainda sobre a atuação do ex-presidente da Câmara dos Deputados, o lobista afirmou que Cunha "funcionava como se fosse um banco de corrupção de políticos".
De acordo com o delator, Eduardo Cunha buscou doações via caixa dois para favorecer candidatos de seu interesse que disputavam o cargo de deputado federal na eleição de 2014. Em troca, Cunha cobraria no início de 2015 o apoio desses parlamentares para ser eleito presidente da Câmara naquele ano – o que veio, de fato, a ocorrer.
"Todo mundo que precisava de recursos pedia para ele, e ele cedia. Em troca mandava no mandato do cara", disse.
José Yunes e a entrega de R$ 1 milhão
Funaro também garante em seus depoimentos que o ex-assessor da Presidência José Yunes "tinha certeza" que havia dinheiro em pacote recebido em seu escritório em 2014 . A entrega desse pacote já havia sido confirmada anteriormente por um executivo da Odebrecht e pelo próprio Yunes – que, no entanto, sempre negou saber que a caixa continha dinheiro e se referia à remessa apenas como um "pacote".
O lobista explicou que, na ocasião, ele próprio retirou o pacote contendo R$ 1 milhão em espécie pagos pela Odebrecht em 2014 como parte de doação ilegal ao PMDB.
Funaro afirmou que conversou brevemente com Yunes ao visitá-lo em seu escritório de advocacia no Itaim Bibi, bairro da zona sul de São Paulo. Os dois teriam discorrido sobre o "investimento pesado" de Eduardo Cunha para obter maioria na Câmara e ser eleito presidente da Casa no ano seguinte.
"Ele sabia que eu iria lá retirar dinheiro", garantiu o lobista. "Se ele afirmar que foi feito de mula pelo ministro Padilha, que ele não sabia que na caixa tinha dinheiro... É impossível, porque nenhum doleiro vai entregar R$ 1 milhão no escritório de ninguém sem segurança. E ninguém vai mandar entregar R$ 1 milhão sem avisar que está entregando valores. É uma coisa que não existe."
Joesley Batista e a compra de seu silêncio
Funaro relata que, no fim de 2015, quando as investigações da Operação Lava Jato se aproximavam dele, ele assinou um contrato fictício de R$ 100 milhões com o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS-Friboi.
O lobista explicou que esse contrato visava 'esquentar' notas frias que ele havia emitido para a JBS no passado e forjar sua prestação de serviços à empresa dos irmãos Batista – justificando, dessa maneira, os pagamentos mensais que ele viria a receber para ficar em silêncio caso ele fosse preso.
"A função do contrato o que que era? Dar origem ao que já tinha sido emitido de notas do passado e me dar o direito de ter um documento, um título executivo do valor que ele [Joesley] me devia por serviços prestados", disse Funaro.
"Ficou claro para mim o seguinte: 'Eu [Joesley] estou pondo aqui no papel que eu te devo, dos negócios que você fez para mim, para te assegurar que se acontecer alguma coisa com você, você ter os recursos aí disponíveis, porque é só você executar o contrato'", explicou Funaro à PGR.
Os pagamentos mensais de Batista a Funaro foram assunto da conversa posteriormente gravada pelo próprio Joesley com o presidente Michel Temer, em março deste ano, no Palácio do Jaburu. A suposta anuência do peemedebista para a mesada paga pelo empresário foi um dos fatos que embasaram a primeira denúncia oferecida pela PGR contra Temer – e que teve a admissibilidade rejeitada pela Câmara dos Deputados.
Defesas
Em nota, a defesa do presidente Michel Temer condenou o que chamou de "criminoso vazamento" dos vídeos com depoimentos de Funaro. O advogado Eduardo Carnelós disse ainda que a divulgação do material tem como objetivo “insistir na criação de grave crise política no País” e classificou as acusações do lobista como “vazias” e “sem fundamento”.
“É evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país, por meio da instauração de ação penal para a qual não há justa causa”, diz a defesa de Michel Temer.
Já a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha afirmou que Funaro "atribui a outros participação em atos criminosos cometidos por ele".
O advogado de José Yunes, José Luis Oliveira Lima, disse que Funaro já faltou com a verdade em inúmeras oportunidades e não tem credibilidade. “José Yunes, ao contrário de Funaro, goza de credibilidade. Tão logo esses fatos ficaram públicos procurou a PGR e prestou todos os esclarecimentos devidos", afirmou o advogado, acrescentando que Yunes irá processar Funaro por denúncia caluniosa.
Lúcio Funaro está preso na Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde julho do ano passado. Mas seu acordo de colaboração com a Justiça (que já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal) prevê que ele permaneça apenas mais dois anos no regime fechado. Após esse período, ele deverá cumprir outros seis anos em prisão domiciliar com liberdade progressiva. Além do período encarcerado, o lobista também se comprometeu a pagar R$ 45 milhões em multas.
A previsão do mercado financeiro, segundo a última pesquisa Focus, do Banco Central, é que o PIB cresça 0,7% em 2017 e 2,43% no ano seguinte
Da Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou hoje (12), em Washington, que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) potencial do Brasil pode passar a ser de 4%, caso as reformas propostas pelo governo sejam aprovadas.
Meirelles citou como exemplo reformas macroeconômicas, entre as quais a tributária e a da Previdência. “Algumas delas já foram aprovadas, como, por exemplo, a taxa de longo prazo para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]”, destacou o ministro. Ele disse que seria viável atingir esse patamar em um horizonte de tempo de “três, quatro anos”.
Perguntado sobre os impactos de curto prazo da reforma da Previdência, o ministro afirmou que há efeitos positivos, como o aumento do nível de confiança, da força e da estabilidade dos índices econômicos do país, além da expansão do volume de investimentos. Meirelles ressaltou que a aprovação da reforma é do interesse das diversas facções políticas, “inclusive porque, se não for aprovada agora, ela terá que ser discutida e aprovada no próximo governo. Isso será ruim para quem assumir, porque o primeiro desafio será enfrentar a reforma da Previdência”.
Para o ministro, caso a reforma não seja aprovada, haverá outro impacto, que deve ser levado em consideração por causa do teto dos gastos. “Se não houver aprovação das medidas necessárias e se, em algum momento, o Orçamento e as despesas públicas violarem a regra do teto, os mecanismos são autocorretivos. Existe, então, o corte de novas isenções, subsídios, paralisação de qualquer aumento de contratação ou de salários”.
Segundo Meirelles, isso favorece a aprovação de normas que viabilizem o teto de gastos “de uma maneira mais uniforme no futuro”.
Mercado financeiro
Durante palestra nesta quinta-feira em um evento promovido pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF), o ministro da Fazenda falou sobre os riscos para economia global, caso os bancos centrais de países desenvolvidos demorem a aplicar uma normalização de suas políticas monetárias, ou seja, um aumento gradual de suas taxas de juros. Isso, segundo Meirelles, poderia levar a uma bolha nos mercados de ativos internacionais, cujo rompimento geraria crise.
“É um risco. Evidentemente o Fed [Banco Central norte-americano] está atento a isso e anunciando uma normalização da politica monetária. Isso também está acontecendo na Europa, e não acredito que este seja o cenário provável”, afirmou.
Ele disse também que, com a consolidação das reformas que estão sendo feitas no país, a economia brasileira está ficando mais forte, mais resistente, portanto, em condições de enfrentar eventuais turbulências na economia global”.
Para o governador, a iniciativa fortalece toda a cadeia produtiva do município e região
Por Jarbas Coutinho
O governador Marcelo Miranda, ao lado da vice-governadora, Claudia Lelis, inaugurou na manhã desta quarta-feira, 11, as obras de melhorias da infraestrutura do Parque Agroindustrial José Antônio de Deus, em Paraíso do Tocantins. No local foram realizadas obras de pavimentação, drenagem de ruas e construção de meio fio, que beneficiam, diretamente, mais de 15 indústrias instaladas no parque.
Para o governador, a iniciativa fortalece toda a cadeia produtiva do município e região. "Essa ação do governo favorece a economia local e, além de preparar o parque para receber novos investimentos, fortalece o processo de industrialização do Estado, um dos nossos desafios”, pontuou, destacando a localização e a logística de Paraíso como fatores importantes para atração de investimentos.
Marcelo Miranda disse que a cidade tem um histórico de contribuição para o desenvolvimento do Estado e merece toda a atenção do governo. “Paraíso é uma cidade que muito contribui para o desenvolvimento do Tocantins e esses investimentos vão aquecer a economia da região e valorizar o que se produz aqui”.
Para Moisés Avelino, prefeito de Paraíso, a restauração da infraestrutura do parque é importante não só para Paraíso, mas para todo o Estado. "Facilita o tráfego no local e, também vai permitir a atração de investidores e gerar mais empregos para a nossa gente", destacou o prefeito, lembrando ainda das obras rodoviárias realizadas e em andamento, que segundo disse, vai facilitar o escoamento da produção e a integração de toda a região.
O titular da pasta de Desenvolvimento Econômico do Estado, Alexandro Castro, disse que essas melhorias fazem parte da política do governo, de melhorar a infraestrutura dos parques industriais no Estado. "Estamos trabalhando em diversas frentes. Já recuperamos o parque industrial de Gurupi, aqui de Paraíso, e vamos iniciar em Araguaína e Colinas, como forma de descentralizar a economia".
Para José Carneiro, que falou em nome de todos os empresários locais, a recuperação da infraestrutura do parque demonstra o cuidado que o governador tem pelas empresas no Estado. "Essas obras são fundamentais para nós, que já estamos instalados no local, e para atrair novas empresas. Um parque bem cuidado, certamente, vai atrair novos investidores e demonstra o respeito e o carinho do governador com o setor empresarial", ressaltou. O empresário Aguinaldo Medeiros também compartilhou a mesma opinião. "Essas obras facilitarão bastante para os empresários aqui instalados".
Investimentos
As obras realizadas no parque custaram R$ 1.591.160.66, recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). Ao todo foram pavimentados 39.928,80 m² de ruas, beneficiando as indústrias instaladas no local, com atuações em áreas diversas como frigorífico de aves, beneficiamento de arroz, fabricação de pré-moldados em concreto, dentre outras.
O Distrito Agroindustrial, que fica localizado na BR-153, Km 503, tem uma área de 1.281.800 m² e 199 lotes e gera cerca de 1.700 empregos.
Participaram da solenidade deputados estaduais, secretários, empresários e líderes políticos de Paraíso e região.
Em seu parecer, o relator afirmou que ficou claro para ele que a tentativa da PGR de envolver o presidente da República e ministros em crimes de obstrução de Justiça "não encontra respaldo
Com Estadão Conteúdo e IG
O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) apresentou nesta terça-feira, 10, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, parecer pela rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer. Ele lê nesta tarde seu parecer sobre a denúncia contra os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
Temer e os ministros foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por organização criminosa. Segundo o Ministério Público, eles teriam recebido pelo menos R$ 587 milhões de propina nos últimos anos, oriundos de órgãos como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Furnas.
O presidente da República também foi denunciado, sozinho, por obstrução de Justiça. Temer teria cometido o crime ao, segundo a PGR, ter dado aval à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara e hoje deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro, ambos presos.
Em seu parecer, Bonifácio afirmou que ficou claro para ele que a tentativa da PGR de envolver o presidente da República e ministros em crimes de obstrução de Justiça "não encontra respaldo" na denúncia nem tampouco na Constituição. "Dessa forma, não se pode aceitar como criminosos fatos imputados ao presidente da República", disse.
Bonifácio também recomendou rejeição da denúncia contra Temer por obstrução de Justiça. Isso porque, segundo o relator, a gravação da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, que baseia essa parte da peça, foi realizada de forma "criminosa", tanto que é alvo de CPI Mista do Congresso.
"Não há nenhuma prova real ou concreta que o presidente tenha tomado providência ou atitude para dificultar investigações", declarou. "Conclui-se pela impossibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer", concluiu.
Críticas ao Ministério Público
Em seu voto, o relator disparou duras críticas ao que chamou de "abusos" do Ministério Público. Segundo ele, o MP e o Judiciário se fortaleceram após a promulgação da Constituição Federal de 1988, em detrimento do "nítido enfraquecimento do Poder Legislativo".
Para ele, o Legislativo perdeu, na prática, sua imunidade parlamentar. Ele criticou o fato de os processos contra parlamentares serem hoje analisados pelo Supremo Tribunal Federal, cujas decisões são "impossível politicamente" de serem revistas, por provocarem protestos da mídia e repercussão negativa na opinião pública.
Além dessa "distorção", Bonifácio afirmou que o Congresso Nacional perdeu sua eficiência institucional, o que, na avaliação dele, submete parlamentares às pressões judiciais e o Legislativo a um processo de descaracterização.
"De tal maneira que o Ministério Público hoje, órgão poderoso do nosso sistema, que domina a Polícia Federal, mancomunado com o Judiciário, trouxe para o País desequilíbrio na relação entre os poderes da República", declarou o tucano.
Para Bonifácio, o Ministério Público toma hoje decisões "sérias", que, em razão da repercussão, o dá força muitas vezes até maior do que o do próprio juiz. Nesse cenário, ele avaliou que, não só o Legislativo, mas o presidente da República e os ministros ficam fragilizados em suas competências.
No parecer, o relator disse ainda que o Ministério da Justiça ficou dependente da Polícia Federal, órgão vinculado à Pasta. "Se a polícia tem missão de ordem pública, não pode representar campo teatral para a população", afirmou. Ele disse esperar que "essa concepção policialesca se traduza em posicionamento social e pedagógico".
O relator criticou o que chamou de "criminalização da política" por parte do MP. "É inadmissível que um partido político constitua uma organização para fins criminais. Nota-se, dessa forma, pretensa intenção da Procuradoria de fazer um ataque generalizado aos homens públicos do País, sem distinção", disse.
Em seu parecer, o relator afirmou ainda não encontrar "qualquer espécie de comprovação" de acusações contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, bem como a outras lideranças do PMDB, PP e PT mencionadas pela PGR na denúncia.
Rito
O parecer tem cerca de 40 páginas, de acordo com o relator. O tucano disse ter ido dormir às 3 horas da manhã desta terça-feira para conseguir concluir o documento com sua equipe, motivo que o levou a pedir para adiar a leitura do relatório para o período da tarde.
Após a conclusão da leitura do parecer, será a vez dos três advogados de defesa se pronunciarem. Eles terão direito ao mesmo tempo usado pelo relator. O primeiro a falar deve ser o advogado de Temer, seguido pelas defesas de Padilha e Moreira.
A votação do parecer, porém, só começará a partir da próxima terça-feira, 17. Isso porque, antes mesmo da leitura do documento pelo relator, parlamentares da oposição pediram vistas (mais tempo para análise) do relatório por duas sessões.
Voto em separado
Como mostrou mais cedo o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, antes mesmo da apresentação do parecer de Bonifácio, o deputado Major Olímpio (SD-SP) protocolou na CCJ voto em separado sugerindo a admissibilidade da denúncia contra Temer e os ministros.
Sérgio Zveiter (Podemos-RJ) também promete apresentar voto em separado em breve, pela admissibilidade da denúncia. O deputado foi relator da primeira denúncia contra Temer na CCJ. Seu parecer, porém, foi rejeitado pelo colegiado, que aprovou relatório alternativo, do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), pela rejeição.
Voto em separado é um direito que o parlamentar tem de manifestar por escrito sua posição. Eventualmente o voto individualizado pode ser escolhido para ser colocado em votação, caso o parecer do relator seja derrotado, desde que expresse uma posição contrária.
Durante o encontro, a secretária falou sobre as mudanças promovidas na educação
Por Philipe Bastos
Momento de contato direto com aqueles que são o principal foco das ações da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), o encontro com os alunos da rede estadual de ensino abre portas para o diálogo entre a gestão estadual da educação e os estudantes tocantinenses. Em Guaraí, o encontro foi realizado na sala de reuniões da Diretoria Regional de Educação e contou com a presença de cerca de 50 alunos de escolas jurisdicionadas à DRE.
Durante a reunião, a secretária Wanessa Zavarese Sechim destacou pontos importantes da gestão estadual da educação, como a proposta pedagógica para 2017 e as mudanças promovidas no Regimento Escolar. Além disso, perspectivas para o futuro escolar dos jovens e as ações de apoio nos preparativos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também entraram na pauta do encontro entre o grupo gestor da Seduc e os alunos.
Sobre a proposta pedagógica e o Regimento Escolar, a secretária reforçou a participação de alunos e professores no processo de elaboração desses dois documentos norteadores da educação tocantinense. Já o Regimento Escolar, que tem como principal mudança o sistema avaliativo dos alunos, contou com a colaboração dos professores da rede estadual que participaram de pesquisa sobre o tema no primeiro semestre deste ano.
Para a professora Wanessa Sechim, o encontro com os estudantes é um dos pontos altos das ações da Seduc descentralizada. Conforme a gestora, o grande objetivo dos trabalhos da secretaria é garantir aos alunos uma educação de qualidade com acesso, atendimento, permanência e o fortalecimento da aprendizagem.
“O nosso objetivo é que todos os alunos da 3ª série do ensino médio e do 5º ano do ensino fundamental tenham um bom desempenho no Enem e na Prova Brasil. O Enem é, hoje, a porta de entrada para as universidades brasileiras e para o mercado de trabalho”, pontuou a gestora.
Para cumprir esse objetivo, a Seduc vem promovendo semanalmente aulões preparatórios para o Enem. Todos os sábados, centenas de estudantes de Palmas, Araguaína, Gurupi e Miracema participam das aulas extras com professores especializados em disciplinas consideradas críticas no exame.
Entre os estudantes, a possiblidade de participar de um bate-papo direto com a secretária e o grupo gestor da Seduc é um importante momento de contribuição para a educação pública do Tocantins. Para os alunos, saber que têm voz diante da Seduc ajuda a valorizar o trabalho que é realizado na sala de aula.
“É muito importante, pois nós podemos trazer para a secretária demandas que precisam melhorar nas nossas escolas, mas também compartilhar o que vem dando certo. Nosso sentimento é que estamos ajudando a melhorar a educação no nosso Estado”, apontou Vitor Bastos Peres, estudante da 3ª série do ensino médio do Centro de Ensino Médio Oquerlina Torres, de Guaraí.
Maria Eduarda Oliveira realizou uma bela apresentação musical antes do início da reunião com a secretária Wanessa Sechim. Ela estuda no 8º ano do ensino fundamental, mas já demonstra pensar no futuro ao dizer que pretende cursar medicina, ou seguir uma carreira na música. Para a estudante o contato direto com a secretária é muito positivo, tanto para a escola, quanto para os alunos. “Eu acho essa ideia de promover esse encontro com os alunos muito boa, pois a gente pode conversar diretamente com a secretária e falar da nossa realidade, nas nossas escolas”, disse.
Outras demandas
Ao final do encontro com os alunos, estudantes de unidades escolares da regional entregaram à secretária ofícios com demandas em suas escolas. Ao entregar os documentos com as demandas diretamente à secretária, os estudantes frisaram que estão otimistas quanto o entendimento da situação nas unidades e ao atendimento das solicitações feitas. “Acredito que entregando as demandas diretamente à ela, a secretária poderá entender melhor as nossas demandas. Estou confiante e com boas expectativas quanto o atendimento”, completou Auricéia Alves da Silva, da Escola Estadual Francisca Alves de Alencar, de Itaporã.