Parte dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 está forçando a barra, esticando a corda ao limite e pode gerar consequências institucionais capazes de acirrar os ânimos do governo e gerar possíveis reações fortes e desproporcionais
Por Edson Rodrigues
O presidente da CPI, com base em pré-julgamentos, já ameaçou prender o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que é general da ativa. O comportamento do relator da CPI, Renan Calheiros, um dos políticos que mais teve envolvimento com casos de corrupção e chegou a perder seus direitos políticos, esquece do seu passado cheio de máculas e age como um verdadeiro inimigo do presidente Jair Bolsonaro e de seu governo.
O senador Renan Calheiros, todos sabem, não é nenhum prócere da moral e dos bons costumes, flagrado pagando tratamento capilar para si próprio com dinheiro público e tendo uma empreiteira pagando a pensão alimentícia de uma filha dele com uma jornalista, fora do casamento.
Na função de relator da CPI, Renan tem sido o responsável pelo clima de tensão e na transformação da CPI em um grande “circo” de tortura dos depoentes convocados. Uma verdadeira repetição da inquisição cristã, querendo arrancar confissões dos depoentes a todo custo, com perguntas capciosas e fora do contexto, e comentários ferinos e desnecessários.
FORÇAS ARMADAS
Ao tentar colocar contra a parede e ameaçar com algemas um general da ativa, ex-ministro da saúde em um governo tão próximo dos militares, Renan coloca a própria Constituição e a própria democracia em risco, pois, em caso de qualquer pergunta mal formulada ou mal compreendida, as Forças Armadas podem se ofender e partir para uma “virada” de jogo.
Caso isso aconteça, o Poder Legislativo estará, em sua totalidade, em risco, criando uma ruptura na qual ele próprio pode ser desmoralizado e responsabilizado por uma coisa que ninguém quer.
Ou seja, a CPI da Covid-19 está usando, de forma oportunista a possibilidade de investigar irregularidades praticadas com os recursos destinados ao combate à pandemia, como palanque para os interesses de seus próprios membros, e escolheu o momento errado para fazer isso, pois, desvia, também, o objetivo de dar um alento aos familiares dos mais de 450 mil mortos pela pandemia, que esperam respostas e que a Justiça seja feita.
O momento é tão inoportuno, que acontece quando o número de mortos volta a aumentar, os casos se agravam e a forma de apuração dos fatos pode se transformar em uma verdadeira “fogueira das vaidades”, com o risco de inflamar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que têm o “pavio curto” e que têm saído ás ruas, de forma constante, em sua defesa.
Imaginem se os militares se sentirem ofendidos e se unir à população em defesa do presidente da República...
Pois é, amigos, é disto que estamos falando!
ATITUDE
Se o presidente do Senador, Arthur Lira não tomar uma atitude junto aos membros da CPI e passar a controlar os ânimos de seus membros, o Brasil corre um sério risco de implosão constitucional, que resultará em um retrocesso político, pois os membros da CPI estão apostando alto demais, apoiando o modus operandi de Renan Calheiros, principalmente o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues, que nesta quarta-feira protocolou um pedido de convocação do próprio presidente Jair Bolsonaro.
Randolfe só esqueceu de combinar com os apoiadores de Bolsonaro, que já manifestaram a intenção de “invadir” Brasília e o Congresso em caso de um aperto maior contra o seu presidente.
A verdade é que os membros da CPI da Covid-19 estão fazendo do seu trabalho de investigação um palanque eleitoral para os oposicionistas á Bolsonaro, sendo que a maioria desses parlamentares está enrolada com a Justiça, respondem a processos nas cortes mais altas e minam qualquer resquício de credibilidade à CPI.
Caso venha a terceira onda de contaminação, com os profissionais da Saúde já exaustos, enfrentando problemas psicológicos, hospitais superlotados, o sistema de saúde à beira do caos e boa parte da população inadimplente e passando fome, não está descartada a possibilidade de saques a supermercados, ao comércio, greves gerais e a paralisação do País.
Com mais esse novo ingrediente, a CPI da Covid-19 simplesmente perde sua serventia, mas não antes de deixar armada a bomba social, que pode explodir a qualquer momento e colocar em xeque a economia e a democracia brasileira.
Que Deus nos coloque nas mãos de Nossa senhora Aparecida para nos abençoar e livrar do pior.
Amém!